SINGULAR - rebiles (G!P)

capítulo 12

Rebeca permaneceu de mal humor por várias horas, até que finalmente, seu bom humor voltou quando Cecília deu alguns passos com sua ajuda. Já com a cabeça encostada no travesseiro, ela passa a se perguntar o porquê de ter ficado daquele jeito quando viu que Simone já tinha até mesmo levado algumas peças de roupas para a casa do Dante, para poder voltar na manhã seguinte. Culpando a noite mal dormida, ela resolve tentar pegar no sono.

No dia seguinte, ela desbloqueia o celular vendo uma mensagem de um número desconhecido no whatsapp, pensando que poderia ser sobre o emprego, ela abre o chat com rapidez lendo a mensagem de três linhas. Ao ler "infelizmente informamos que não foi possível lhe colocar na vaga", um misto de sentimentos ruim atingem seu peito. Se sentindo desesperada e frustrada, Rebeca desliga a tela do celular e o apoia sobre a cama, esfrega o rosto com força e tenta controlar a vontade de chorar.

Abalada, ela respira fundo diversas vezes, se levanta da cama para ir até o berço de Cecília observando a bebê dormir com calma e olha em volta pensando no que poderia fazer para tentar conseguir um pouco de dinheiro, se lembrando de que sua falecida avó vendia pães recheados e roscas para conseguir uma tenda extra, Rebeca junta as sobrancelhas tentando se lembrar da receita que a mulher sempre fazia, sua memória era impecável quando se tratava das receitas da sua avó.

Rebeca sempre tinha sido muito próxima da sua avó paterna, ela passou a maior parte da sua adolescência na casa da mulher por sua convivência com seus pais não ser tão boa até que a mulher faleceu por uma pneumonia forte, um ano antes de Rebeca ir para a faculdade.

Ela sorri abertamente ao se lembrar, caminha até suas malas e a abre começando a escolher algumas peças de roupas que não fariam tanta falta, mais algumas roupas de Cecília que já não serviam. Colocando todas as peças sobre a cama, Rebeca apoia a mão na cintura procurando o celular para se certificar que o brechó, na qual ela sabia que poderia conseguir até mesmo 70 reais em tudo ainda estava aberto. Mais aliviada por ver que ele ainda estava aberto, ela afirma com a cabeça abrindo um enorme sorriso. Iria começar a vender roscas e pães até conseguir um emprego.

Naquele mesmo dia, Cecília e ela vão até o brechó que ficava em um bairro próximo, o clima não estava quente e isso a ajudou bastante já que Cecília sempre ficava chorosa em dias quentes. Com uma caminhada de aproximadamente vinte minutos, Rebeca chega até o brechó, sorri vendo que já estava aberto e entra com o carrinho de Cecília indo até o balcão atraindo a atenção de uma mulher de cabelos encaracolados e curtos.

- Bom dia! No que posso ajudar? - pergunta sorridente.

- Eu queria vender essas roupas. - Rebeca pega as duas sacolas que estavam na cesta do carrinho de Cecília e coloca sobre o balcão - Tem roupas e sapatinhos de bebê, mais algumas roupas de adulto. - ao ouvir a palavra "bebê", a mulher fica interessada.

- Posso olhar? - Rebeca afirma com a cabeça e ela vira as suas sacolas sobre o balcão. Elas ficam conversando enquanto a mulher que se chamava Marta analisava as roupas, e por fim, dá o preço de sessenta reais para pagar na hora.

Rebeca ficou um pouco pensativa mas aceitou, daria para comprar algumas coisas para o início. Animada, a mulher saiu do brechó com três notas de vinte reais e voltou para o apartamento de Simone radiante, iria fazer uma lista das coisas que precisaria comprar e do que não poderia comprar pelo orçamento apertado.

Entrando no apartamento, ela tira Cecília do carrinho e coloca a bebê no chão da sala junto a uns brinquedos, Rebeca vai para o quarto onde dormia pegando um caderno e uma caneta, procura um papel do mercado com os preços e volta para a sala para iniciar a pequena lista com os ingredientes, o plástico que teria que comprar junto com os enfeites.

Apertando os lábios ao ver que tudo estava caro pela inflação que estava no país, vendo que teria que descartar algumas coisas deixando apenas o plástico para embalar as roscas, Rebeca olha para Cecília que a olhava.