[EM ANDAMENTO] [NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESSA OBRA]
Jeon Jungkook nasceu com um dom que odeia: ele consegue ver quando duas pessoas são almas gêmeas por causa do fio vermelho do destino que as conecta. Esse fio vermelho foi responsável por destruir o...
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#APorraDoFioVermelho
🛹
Preciso chegar bem perto de Jimin para perceber que ele está chorando. Quietinho, ele cobre a boca com as próprias mãos para tentar conter os soluços. Não tem ninguém por perto, por isso é de partir o coração. Ele mesmo não se permite chorar de verdade. Passo meus olhos por ele, reparando agora nos machucados, curativos e acessos em seu corpo. Ele usa uma roupa hospitalar clarinha e fina que parece alguns números maiores que ele. Na parte da amputação, há uma mancha de sangue, um forte indício de que ele não deveria estar aqui em cima sem acompanhamento.
Sinto uma necessidade quase visceral de abraçá-lo e consolá-lo, mas a memória se desfaz a qualquer toque meu. Dessa forma, sou condenado a continuar observando meu amor sofrer bem diante dos meus olhos.
— Por favor, não chore. Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Jimin não reage às minhas palavras, obviamente, mas eu continuo dizendo mesmo assim, porque é tudo o que posso fazer por ele. E pelos próximos minutos, é isso o que eu faço: Choro com ele, enquanto repito que tudo vai ficar bem, que vai passar, que eu o amo. Nunca entendi quando diziam que sofremos as dores daqueles que amamos até esse momento, porque, se eu pudesse, tiraria a dor de Jimin com minhas mãos e colocaria em mim, se isso garantisse que ele não iria mais sofrer dessa forma.
Ele começa a esfregar as mãos pelo rosto, afastando as lágrimas de um jeito pouco gentil. Penso por um instante que minhas palavras o alcançaram, mas sou surpreendido pela atitude dele de tentar levantar da cadeira. Suas mãos se agarram ao parapeito, servindo como apoio para ele se puxar para fora da cadeira. Só que o corpo dele está fraco demais, tornando difícil assistir sem se preocupar.
— Para, Jimin. Assim você vai se machucar.
Mas ele não para. Continua se esforçando ao limite, mesmo com dor expressa em seu rosto. Olho para Namjoon, buscando por sua ajuda, mas é claro que ele não pode fazer nada, está de mãos atadas tanto quanto eu. Estou apenas preocupado, mas assim que os sentimentos e vontades da memória me atingem, o pânico começa a tomar conta de mim de verdade. Jimin não está tentando ficar de pé, ele está tentando...
— Não. Não! NÃO! — Outra vez tento segurar ele e outra vez minhas mãos agarram o nada. — PARA! PARA!
Continuo tentando frenética e desesperadamente segurar seu corpo entre minhas mãos, batendo no ar para que a névoa venha para perto de mim nem que seja um pouquinho. Tudo é tão real aqui, que não posso evitar o pensamento de que, se eu não impedir, vou perdê-lo para sempre. E talvez haja uma forma exata de descrever a sensação de se estar perdendo alguém que se ama, mas eu não consigo encontrar. Não há nada que eu tenha sentido que se compare a ideia de viver em um mundo sem Jimin.
— Jungkook, para. — Namjoon abraça meu corpo e me puxa para trás. — Se acalme. Isso já foi, ele está bem!
— Não, não! Ele não... — Me afogo entre as palavras. — Ajuda... AJUDA... ele... me solta!
