Capítulo 17

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Louise estava sentada no chão do quarto, ainda cercada pelos vestidos que havia experimentado. Nenhum parecia certo, e a dúvida sobre Dante ainda pesava em sua mente. Clara chegou, animada como sempre, mas com aquele olhar de quem sabia que sua amiga precisava de ajuda.

— Lou, você não pode ir ao baile sem um vestido deslumbrante! — Clara disse com um sorriso. — Vamos, deixa eu te ajudar. Sei exatamente o que você precisa.

Louise suspirou, meio descrente, mas se levantou. — Acho que nada vai ficar bem, Clara. Estou frustrada.

— Isso é porque você ainda não experimentou "o" vestido certo. Confia em mim — Clara respondeu, puxando-a pelo braço até o espelho.

Elas passaram horas provando diferentes opções até que, finalmente, encontraram um vestido que parecia perfeito. Era de um tom suave de azul, que contrastava lindamente com a pele de Louise, e o corte fluido ressaltava suas melhores características sem ser excessivo.

— Esse é o vestido! — Clara exclamou, maravilhada.

Louise olhou-se no espelho, um leve sorriso surgindo em seus lábios. Pela primeira vez em dias, ela se sentiu bonita e confiante.

— Acho que você está certa... — admitiu, um brilho surgindo em seus olhos.

***

Enquanto isso, Dante estava em casa, tentando se concentrar nas aplicações para a faculdade, mas as palavras de seus pais ecoavam em sua cabeça. A pressão estava ficando insuportável, e ele sentia que ninguém o entendia. Finalmente, após mais um comentário sobre seu futuro acadêmico, Dante explodiu.

— Vocês só se importam com a faculdade! Nunca perguntam o que eu realmente quero! — gritou, levantando-se da mesa.

— Dante, estamos apenas tentando garantir seu futuro — seu pai respondeu calmamente, mas com aquele tom de superioridade que sempre irritava Dante.

— Não é o meu futuro que me preocupa agora! — retrucou Dante. — É a minha felicidade, e parece que isso não importa pra vocês!

Sem esperar por uma resposta, Dante pegou suas coisas e saiu de casa, frustrado e com raiva. Ele precisava falar com alguém que o entendesse, e a primeira pessoa que lhe veio à mente foi Louise.

***

Louise estava terminando de guardar os vestidos quando ouviu uma batida na porta. Surpresa, foi abrir e encontrou Dante, claramente perturbado.

— O que aconteceu? — ela perguntou, vendo a expressão de frustração em seu rosto.

— Meus pais… brigamos de novo por causa da faculdade — ele respondeu, entrando e se jogando no sofá. — Eu só precisava sair de lá. Não aguento mais essa pressão.

Louise sentou-se ao lado dele, tocando seu ombro com gentileza. — Sinto muito que você esteja passando por isso. Deve ser horrível sentir que eles não te escutam.

Dante suspirou, passando a mão pelos cabelos. — É como se nada do que eu quisesse importasse. Só o que eles querem para mim.

O silêncio entre eles era confortável, cheio de compreensão. Louise sabia que Dante estava sendo sincero, e aquilo mexia com ela. Sem perceber, eles começaram a se aproximar, seus olhares se conectando.

— Sabe, eu realmente quero que você vá ao baile comigo — disse Dante, quebrando o silêncio. — Não importa o que mais esteja acontecendo. Eu só... eu quero estar com você.

Louise sorriu, um pouco tímida. — Eu vou, Dante. Estarei lá com você.

Dante se inclinou, e antes que pudesse pensar, seus lábios se encontraram. O beijo era suave no início, mas logo se intensificou, cheio de desejo e emoções que haviam sido reprimidas por tanto tempo.

Conforme o beijo esquentava, Dante, sem pensar, deslizou as mãos para dentro da blusa de Louise, acariciando sua pele. Ela congelou por um segundo, um misto de insegurança e surpresa tomando conta dela. Ela puxou o rosto dele para trás, interrompendo o momento.

— Espere... — disse ela, a voz hesitante.

Dante se afastou imediatamente, percebendo seu erro. — Desculpa, Louise. Eu... eu não queria te deixar desconfortável.

Louise olhou para ele, tentando entender o turbilhão de emoções que sentia. — Não, não é isso. Eu só... não me sinto à vontade com o meu corpo. Eu... não sei se estou pronta para isso.

Ele a olhou nos olhos, sua expressão suave e compreensiva. — Tudo bem. Eu fui longe demais. Me desculpa mesmo. Eu não quero te apressar em nada, Louise.

Ela respirou aliviada e agradecida. Dante segurou sua mão, e o silêncio que se seguiu não era mais constrangedor, mas cheio de entendimento.

— Obrigada por entender — disse Louise suavemente.

— Claro — respondeu Dante, apertando levemente a mão dela. — Eu só quero que você se sinta bem, em qualquer momento.

Eles ficaram ali, lado a lado, sem precisar de mais palavras. Sabiam que havia um longo caminho a percorrer, mas estavam dispostos a caminhar juntos, respeitando o tempo e os limites um do outro.

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