8. Recibos de pesares

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A coisa era metade da altura dele, tinha longas penas marrom-acastanhadas por todo o corpo

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A coisa era metade da altura dele, tinha longas penas marrom-acastanhadas por todo o corpo. Sua cabeça era grande, com o rosto de maçã cortada de uma suindara e intensos olhos negros.

O sangue de Nilo gelou por um momento, antes de uma mão humana e pequena sair do meio de todas aquelas penas e puxar o rosto, a máscara, revelando uma garotinha com expressão assustada.

O coração de Nilo se acalmou, e ele tentou se aproximar, mas o olhar da menina desceu para a adaga em suas mãos e seus olhos se arregalaram. Algo que parecia dor e pavor passou pelo rosto da menina. Seu rosto se contorceu em uma careta estranha, que causou uma sensação estranha em Nilo, e ela gritou.

Antes que Nilo processasse o que estava acontecendo, Dasu junto a Anila e Oleandro surgiram em meio aos espelhos e Dasu foi direto para a filha, se abaixando à sua frente com um olhar preocupado. A menina continuava a gritar e ele tentava acalmá-la.

— O que aconteceu? — Anila perguntou.

— Eu não sei — disse Nilo, olhando dela para a menina e depois para o espelho em completa confusão. — Eu estava aqui e… — Dasu olhou para ele e, ao ver a adaga, bateu em sua mão, a jogando no chão, a adaga deslizou em direção ao espelho e Dasu gritou:

— Guarde isso! Ela tem medo!

Nilo deu um leve sobressalto com seu grito, mas pescou rapidamente a adaga e a guardou na bainha. Dasu tinha se virado para a filha e escondia seu rosto no peito, acariciava suas costas e dizia palavras para acalmá-la. Nilo olhou para seus companheiros confusos. Anila prestava atenção na cena, e Oleandro deu de ombros para ele.

— Dara, minha filha, se acalme, está tudo bem. Ninguém vai te fazer mal, eles não estão aqui, não poderão lhe fazer mal.

Demorou um pouco, mas ele conseguiu acalmar a menina. Quando ela saiu de seu abraço, seu rosto estava vermelho pelas lágrimas. Ela não tinha mais aquela careta estranha, mas olhava para o pai com um leve temor, como se esperasse que ele brigasse com ela. Dasu secou suas lágrimas e tentou lhe dar um sorriso alegre para acalmá-la, mas não conseguiu fazer isso muito bem.

— Por que você gritou? — Anila perguntou. Ao ver que estavam se referindo a ela, a menina se escondeu atrás das pernas do pai, olhando para eles receosa. Ela olhou para Nilo, depois baixou o olhar para sua adaga embainhada. Ela apertou a calça do pai. — Antes disso — Anila esclareceu.

A menina olhou para ela de novo e, quando entendeu o que queria dizer, lhe mostrou o braço, onde havia um pequeno corte. Os olhos de Dasu se arregalaram, mas então ele soltou um resmungo e se abaixou para ver. Ela deu um leve sobressalto antes de ele pegar seu braço.

— Essas malditas corujas de novo — Dasu resmungou segurando o braço da filha. A menina fez uma expressão triste e temerosa quando ele disse aquilo, e ele pareceu perceber que havia dito algo errado, pois se desculpou. Enquanto tirava um pano do bolso e começava a limpar o pequeno ferimento, Dasu disse para os três. — Me desculpem por isso. Ela tem mania de querer brincar com as corujas e nem sempre elas gostam e acabam a mordendo.

As consequências de uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora