9. Um invasor

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Quanto mais pensava no assunto, mais estranho e arrasado Nilo se sentia

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Quanto mais pensava no assunto, mais estranho e arrasado Nilo se sentia. Até aquele momento, já tinha algumas certezas na vida. Primeiro, Dasu era o maior suspeito. Tudo levava a ele, e ele com certeza construiu aquele espelho. Segundo, sua filha sabia de alguma coisa. Talvez o medo dela de armas não viesse da morte da mãe e sim dele.

Além de que Dara parecia ter medo dele. Nilo não conseguia deixar de pensar na expressão que ela fez. Ela parecia realmente apavorada. Nilo se sentia mal toda vez que lembrava, a expressão dela o fazia lembrar algo, mas ele não conseguia identificar o quê. E terceiro, Nilo estaria morto se não fosse pelo barulho que Anila e Oleandro causaram.

Esse último era o que mais o deprimia. Ele sentiu desde o começo que havia algo errado, mas não foi forte o bastante para controlar seus pensamentos e suas reações. Se aquele barulho não o tivesse distraído e quebrado o torpor, ele teria entregue sua adaga para aquele espelho, e sabe-se lá o que poderia ter acontecido com ele. Talvez morresse ali mesmo.

Nilo deu um longo suspiro, se acomodando melhor entre as folhas de árvores. Após saírem da loja, os três decidiram que seria melhor observá-la um pouco. Ver quem entrava e quem saia. Anila comentou que Dasu parecia sincero no que disse, mas que ainda assim queria averiguar.

Nilo ainda não havia contado a eles tudo o que havia experienciado. Primeiro, porque estava com um pouco de vergonha de quase ter sido pego. E segundo, porque aquela era a única informação que ele conseguiu. Seu lado egoísta e mesquinho dizia para mantê-la para ele por enquanto, tentar adquirir mais informações e avançar ainda mais no caso.

Ele ainda não sabia que tipo de feitiço era aquele ou qual sua finalidade, mas algumas ideias começavam a formar na sua mente e ele queria ter certeza antes de dizer alguma coisa. No fundo, sabia que não era certo, mas eles estavam ali observando a loja, dava para ver tudo lá dentro. Se por algum acaso alguém entrasse para o galpão, ele avisaria seus companheiros na mesma hora. Até lá, aquela informação era só sua.

Ficaram lá o resto da tarde, até as lojas começarem a fechar e Dasu atender o último cliente e fechar a sua. Ele retirou as placas da entrada e acenou para os conhecidos dos comércios ao lado. Ninguém mais entrou e nada de estranho aconteceu.

— O que vocês acham que aconteceu até aqui? — Nilo perguntou, fingindo uma expressão confusa.

— Dasu tem dedo nisso — Oleandro disse, ainda observando a loja com olhos atentos. — Essa história da mulher dele e da filha, não tenho certeza se ela morreu por isso mesmo. Talvez tenha descoberto algo que ele não queria que descobrisse, e a matou. E essa coisa dos recibos não me convenceu. Mas não faço ideia do porquê ele faria tudo isso.

Terminando de falar, os dois olharam para Anila. Ela olhava para a loja pensativa, e após um momento disse:

— Ainda não ponho minha mão no fogo para ir contra ou a favor de Dasu, ele parecia sincero no que dizia. Mas tem algo nessa loja que não está certo, não sei o que é, mas sinto a magia diferente no ar, principalmente lá dentro, e para o lado daquela casa. — Anila olhou para o tablet de Oleandro. — Pesquise tudo sobre a morte de Rain, principalmente sobre os últimos dias dela, o dia da morte e como o corpo foi cuidado depois.

As consequências de uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora