13. Razões e escolhas

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Nilo não saberia dizer quanto tempo ficou naquela imensidão de branco, apenas girando e girando e girando

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Nilo não saberia dizer quanto tempo ficou naquela imensidão de branco, apenas girando e girando e girando. Parecia que nunca tinha fim, suas emoções estavam enevoadas, mas lá no fundo ele se perguntava se já não estava morto. Nem ao menos sentia seu corpo.

Mas assim como tudo veio, tudo acabou, em um vórtice que o lançou para fora de onde quer que estivesse. Nilo caiu em um chão duro de pedra branca, sentindo todos os ossos doerem.

Ele tentou se levantar, tentou ver o que tinha ao seu redor, mas assim que ficou de joelhos, sentiu algo se aproximar por trás. Tentou se afastar, mas foi atingido com uma forte pancada na cabeça que o lançou de novo ao chão.

Nilo não sentiu nada além de dor por tempo. Por um longo momento, apenas ficou lá parado, deixando que doesse, sentindo o sangue quente escorrer pela cabeça.

Alguns segundos depois, ou talvez minutos, não saberia dizer, sua consciência começou a voltar. A dor ainda estava lá, mas Nilo invocou sua magia, a guiando para o lugar da pancada e estancando o sangue. Aos poucos ia conseguindo se mexer de novo, um dedo, depois outro e outro.

Ele abriu os olhos. Viu apenas uma grande vastidão de branco. Então virou a cabeça um pouquinho para cima e conseguiu ver um altar. Havia alguns objetos em cima dele. O maior era um espelho, e flutuando em um círculo em cima dele estavam o colar de Rila, a moeda de Daer, a tecla de piano de Nema, uma máscara velha de suindara e uma pulseira prateada que deveria ser de Nisu.

Por todo esse altar, também havia diversas runas desenhadas, algumas Nilo reconhecia, outras não fazia ideia do que eram.

Ele virou a cabeça um pouco mais para cima e encontrou outro altar. Um pouco menor do que o primeiro. O corpo de Nisu estava deitado sobre ele, com a cabeça para fora, e um balde embaixo dela. Um tubo estava injetado no pescoço, com uma mangueira da qual o sangue saía e ia parar no balde.

Ao lado, estava Dara, sentada em um banco de pedra, com um machado enorme sobre o colo. O qual ela afiava com uma pedra.

Parecendo sentir que Nilo a olhava, Dara olhou em sua direção e lhe deu um sorriso perverso, que em nada combinava com seu rostinho de criança. Em um movimento, ela lançou a pedra com toda força na direção dele, como um míssil, e por muito pouco não o acertou.

Com a força com que levantou e se afastou, a cabeça de Nilo doeu, o machucado latejou. Ele se forçou a não desmaiar e piscou para focar em Dara de novo e em qualquer movimento que ela ousasse fazer. Dara conjurou outra pedra, com os olhos ainda nele, mas essa ela não lançou, e apenas disse, ainda com aquele seu sorriso cruel, mas uma vozinha de criança:

— Se comporte.

Nilo tinha muitas coisas para dizer, mas sua cabeça doía demais para que ousasse falar. Então primeiro se concentrou em conseguir ficar o máximo bem que pudesse. Conjurou sua magia e a usou para revitalizar seu corpo. Não funcionou com toda a eficácia que deveria funcionar. Nilo ainda se sentia tonto, mas percebeu que não era pela sua magia, e sim pela magia que havia naquele lugar. Apesar de não o afetar com sensações ruins como a magia ruim geralmente afetava, ela ainda o suprimiu de alguma forma.

As consequências de uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora