14. Meio a meio

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Para a sorte de Nilo, ele não desmaiou como pensou que aconteceria

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Para a sorte de Nilo, ele não desmaiou como pensou que aconteceria.

A dor ainda estava lá, muito forte e implorando para que ele apenas desistisse. Ou para que acabasse com aquilo da maneira mais difícil. Mas Nilo resistiu a todos os impulsos. Passou por muitos treinamentos difíceis quando começou na Guarda, desde queimaduras, veneno e ondas de choque. Também passou por muita coisa trabalhando como um Guarda, e se recusou a morrer daquela maneira.

Nilo resistiu à dor, a enfrentou, conjurando sua magia sobre ela, tentando a extinguir o máximo que pudesse. Não soube quanto tempo demorou para passar. Por um momento, pensou que não tinha passado. Pensou que estava morrendo quando tudo começou a girar ao seu redor.

Se sentou e percebeu que não era a sua cabeça que girava, mas sim tudo ao seu redor. As paredes brancas do galpão já não pareciam mais sólidas, elas se dissolviam e giravam em um imenso vórtice. No centro de tudo, estava o altar de pedra com o espelho.

O altar menor havia desaparecido, e o corpo de Nisu também. Mais ao lado, mais perto de onde Nilo estava, estava aquele espelho pelo qual havia passado. Ele estava branco e girava com um vórtice que parecia sugar a magia ao redor. Nilo se perguntou se era obra de Dara, ou de seus companheiros.

Dara estava em cima do altar, em frente ao espelho, com o balde na mão. Ela o virou em cima do espelho, despejando todo o sangue, que de alguma forma ficou preto. As runas pelo altar e pelo seu corpo começaram a brilhar.

Nilo olhou para o lado, temendo que tudo tivesse dado certo, mas se aliviou um pouco quando viu Dasu caído no mesmo lugar onde foi jogado. Ela ainda não o havia sacrificado.

Ele se levantou, lutou contra a própria dor e correu em direção a Dasu. Ele tinha um corte feio na testa e com certeza estava com alguma costela quebrada, mas estava vivo. Dasu abriu os olhos, piscou algumas vezes, zonzo, parecia querer desmaiar. Nilo deu alguns tapinhas em seu rosto.

— Ei, ei, fique acordado, fique comigo. — Dasu piscou.

Nilo olhou para Dara. Ela estava de olhos fechados e com as mãos erguidas, sua boca se movia, recitando um feitiço sem som. Nilo levantou e o forçou Dasu a se levantar também.

Ele olhou para os lados e ponderou sobre o que deveria fazer. O espelho pelo qual passou ainda estava lá, ainda girava com aquele vórtice. Será que o levaria de volta se tentasse passar por ele? Era difícil saber, mas era a única chance que tinha. Precisava tirar Dasu dali.

— Não adianta mais lutar — disse Dara. Nilo olhou para ela, ela abriu os olhos e sorriu. — Não há mais como fugir de mim.

— Dara… — Dasu chamou, ele ainda parecia perdido, como se lutasse contra a inconsciência.

— Ah, Dasu. — Ela sorriu para ele. Nilo olhou para o espelho. Por um momento, pensou ter visto um fraco brilho verde, mas quando piscou, ele sumiu. — Sinto muito por isso.

As consequências de uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora