9.

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Havia muito barulho. É claro, o que mais se esperaria de um evento voltado para tantas crianças e adolescentes? O dia da Mostra Cultural organizada por Samuel na escola que dirigia chegou, e era tão engraçado ver o divertido Samuca, que estava sempre de tão bom humor, com uma piada na ponta da língua e um sorriso no rosto, correr do lado para o outro, ansioso, quase estressado, vestindo a skin Diretor da Escola, muito concentrado em fazer tudo dar certo. Pareciam quase pessoas diferentes.

Diego podia sentir algo assim em relação ao Amaury também, já que ele também tinha uma postura tão diferente quando o Professor assumia, mas, as olhadas que dava, mesmo de longe, para o ruivo, os dois tendo certeza do quão discretos estavam sendo, mostrava que por trás do semblante sério – mesmo que com sorrisos simpáticos e educados aos responsáveis das crianças -, ele estava ali.

“Oi, Di, você está precisando de algo? Está tudo certo?”

Samuel apareceu de surpresa atrás de Diego, com a voz preocupada, mas os olhos concentrados no celular em suas mãos, resolvendo as coisas, claramente.

“Não preciso de nada, Samuca. Está tudo ótimo. As fotos estão ficando bem boas, não se preocupa.”

O tranquilizou, Diego, colocando uma mão no ombro do amigo, para acalmá-lo.

“Acho que você que precisa tomar uma água, não acha?”

Continuou, preocupado.

“Não tive tempo de parar! Que ideia é essa que eu tive? Quem liga pra cultura?”

Diego riu, sabendo que não era um pensamento real vindo do mais velho, somente um desespero pela situação de estresse. Eventos são estressantes para quem os organiza.

“Posso ajudar de alguma forma?”

“Não, não... Eu preciso falar com uns pais e...”

Samuel falava rápido, mas parou do nada, respirando fundo e deixando os ombros caírem; olhou para Diego, com um olhar suplicante.

“Eu tô com tanta fome!”

O ruivo deu uma risada baixa, quase compreensiva e assentiu. Passou o braço pela cintura do amigo, o abraçando de lado e começando a caminhar e o fazendo acompanhá-lo.

“Faz assim... Eu soube que tem muitos lanches legais na sala dos professores. Vai lá, come algo, toma um café, descansa por uns minutos e vou falar com o Amaury para segurar as pontas por você um pouquinho.”

Disse, parando em frente a sala dos professores, que ficava no térreo da escola, perto da área onde estava acontecendo o evento.

“Não, Diego, eu não tenho temp...”

“Samuel!”

O menor o interrompeu, usando seu tom mandão que era tão bem feito, junto de um dedo apontando para o outro.

“Vai comer! Amaury assume.”

“Mas...”

“Vai!”

Estalou os dedos e apontou para a sala, sem tirar a pose autoritária.

“Você é bem mandão para o seu tamanho, né?”

Disse, o mais velho, finalmente sorrindo.

“Sou.”

“Por isso que o Amaury gosta tanto de você? Ele gosta de ser mandado?”

Agora, uma expressão sugestiva apareceu no rosto do homem, que se transformou em uma risada quando viu o rosto branco corar.

“Cala a boca.”

don't say yes to him Onde histórias criam vida. Descubra agora