CAPÍTULO FINAL 🍃

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A luz do sol tocando diretamente seu rosto através das frestas da janela, fez Amaury abrir as pálpebras pesadas de sono e sentir o peso do corpo de Diego sobre o seu. Por causa do machucado pelo acidente, o preto precisava dormir meio sentado para proteger o braço envolto na tipoia, e tinha travesseiros pelas suas costas e nuca, tentando ficar o mais confortável possível. 

Durante as últimas noites, Diego teimou em ficar longe, dormir afastado para não correr o risco de machucá-lo, mas na passada, depois de uma breve discussão sobre como Amaury queria dormir o abraçando, acharam a posição em que o ruivo deitaria em seu peitoral e abdômen, e poderiam dividir o calor um do outro madrugada adentro. 

Diego estava com a bochecha apoiada no corpo grande, os ainda leves raios solares não pareciam atrapalhar seu sono tranquilo, mesmo que banhassem o rosto alvo, destacando as sardas no topo do nariz e reluzindo nos fios acobreados do cabelo, os deixando mais claros. Amaury imaginou em como os olhos dourados ficariam quase translúcidos naquela luz. 

Sorriu com o pensamento. 

Sorriu, mais ainda, em pensar como aquela cena era tão bonita, quase poética. Diego era seu sol, e o Sol da via láctea tentava batalhar contra ele sobre quem teria mais luz, quem seria mais quente, mais poderoso. 

Desculpa, Sol, você perdeu. 

I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While you're far away and dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Where a moment spent with you is a moment I treasure

Um leve sorriso apareceu nos lábios rosados quando teve os dedos longos acariciando os cabelos da nuca, em um cafuné tão singelo, que poderia estar fazendo carinho na alma. 

Amaury sentiu a respiração falhar por um segundo quando os olhos se abriram, pesados, mas já procurando pelos seus, como se ele fosse a primeira coisa que Diego queria ver ao acordar. 

E era, sempre seria. 

Como imaginou, o dourado do olhar estava cristalino, e intenso, mesmo com a sonolência. Piscava preguiçoso, sem tirar o sorriso do rosto e sem se mover, não querendo perder a visão de Amaury nos primeiros momentos da manhã, o encarando de volta. 

“Você é a pessoa mais linda que eu já vi na vida.”

Sussurrou, o preto, deslizando a mão da nuca para as bochechas coradas, contornando a boca desenhada com seu polegar, que recebeu um beijo suave de Diego antes de sorrir, afundando as covinhas. 

“E você é o amor da minha vida, Amaury Lorenzo.” 

Diego tinha naturalmente a voz meiga, era conhecido por isso. Mesmo quando se estressava, ou ria alto de uma piada com seu riso frouxo, sua voz sempre tinha um tom suave e delicioso de escutar. Mas, ao se dirigir a Amaury, carregava um peso maior do que a meiguice, era repleta do amor mais puro possível. 

Com cuidado, o corpo pequeno foi subindo pelo outro, ainda sem deixar que o contato acabasse ou diminuísse, e beijos foram depositados do pescoço para cima, tendo a atenção em deixar um em cada pinta da bochecha, um pouco mais demorado que os outros, até chegar nos lábios carnudos, para falar contra eles entre selinhos. 

“Bom dia, meu bem.” 

O coração de Amaury parecia manteiga em uma frigideira no fogo: quente e derretido. 

“Bom dia, pequetito.” 

Diego usou uma das mãos para acariciar a bochecha barbuda, arrastando seu olhar por todo o rosto negro bonito. Às vezes, ainda parecia sonho poder tocá-lo e beijá-lo a hora que queria. 

don't say yes to him Onde histórias criam vida. Descubra agora