don't say yes to him

14.

14. 

“Você só pode estar maluco.” 

Bianca quase gritou, levando a mão ao rosto e escondendo o riso. 

“Casar, Diego? Assim, do nada?”

Continuou. 

Diego voltou para São Paulo, sendo recebido no aeroporto por sua mãe, sua irmã e Larissa. Decidiram que todos almoçariam juntos, em um restaurante qualquer, para que Diego pudesse atualiza-las sobre os dias de trabalho no festival, mas não esperavam, além de Larissa, que as novidades fossem tão chocantes.

Larissa o convenceu a contar logo para a família, com o argumento de que seria melhor prepará-las antes de encontrar Thiago, justamente porque a reação seria a que foi. Bianca quase gritando, em choque, enquanto sua mãe ficou calada, incrédula. 

“Eu sei que é repentino, mas foi algo que aconteceu…”

Começou a falar, usando sua voz de justificativa, mesmo que tentando soar mais calmo do que estava. 

“Diego, acontece de você estar em uma festa e beijar alguém pelo calor do momento, não decidir casar!”

A irmã o cortou. Mesmo que argumentando contra, não parecia irritada, mas, sim, divertida com a grande loucura que estava ouvindo. 

“Mas aconteceu, Bianca, tá bem? E eu tô bem feliz com isso.” 

Emburrado, bebeu um longo gole de sua Coca-Cola antes de cruzar os braços e virar o rosto para a mãe. 

“Você ainda não disse nada, mãe.” 

Ela lançou um olhar piscante, mas cheio de doçura, como era seu habitual. Soltou o ar devagar, demonstrando em seu semblante que não pensava tão diferente da filha. 

“Casamento é um pouco demais, bebê, não acha?”

Esticou a mão e tocou na do filho, fazendo um carinho com o polegar. 

“Você pode namorar com o rapaz sem casar, sabe?” 

“Mas eu quero casar com ele!”

Diego odiou se ouvir com a voz de criança birrenta da forma que saiu, mas logo se armou de novo, quando Bianca voltou a falar. 

“E às vezes quero jogar meu celular da janela do carro em movimento, mas eu não cedo aos meus pensamentos intrusivos, Diego.”

Ele revirou os olhos, abanando a mão para a irmã e passando o olhar pelas três mulheres que dividiam a mesa com ele. Não pôde deixar de notar que Larissa não falava nada, o que não era do seu fetio, mas ficou agradecido de, pelo menos ali, não se juntar ao multirão do seu cancelamento.

“Eu sei que é difícil entender… Me deixa falar, Bianca! Eu sei que é difícil, mas ele me faz feliz, tá bem?” 

“Você tem certeza que está feliz?” 

Quis saber, Bianca. 

“Estou, Tata.” 

Ela somente assentiu, por fim. Conhecendo o irmão, sendo cabeça dura como um bom taurino, sabia que não adiantava argumentar contra quando ele decidia algo. Agora, era esperar para ver. 

“Está tudo bem, mãe?”

Ele se virou para mãe mais uma vez, que de novo estava calada, o encarando com um olhar indecifrável. 

“Está, sim. Um pouco desapontada, talvez.”

Isso o alarmou, o fazendo olhar preocupado para Erika.