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Esta é mais uma carta de amor ridícula, como todas as outras cartas de amor, também ridículas. Parafraseando Álvaro de Campos numa tentativa incessante de frasear todos os sabores e cores que você me traz.
Esta tentativa me persegue tanto quanto teu perfume me persegue e, me perseguindo, faz com que eu venha até aqui novamente: sem graça, sem palavras, sem jeito, sem você. Com saudade(muita). Você me traz tudo o que eu busco em alguém e quero que se sinta especial lendo isso, porquê nunca escrevi algo deste tamanho para alguém. Isto não é poesia nem crônica, é apenas uma carta de desabafo. Preciso desabafar sobre o quanto você me faz bem.
Você me satisfaz e me preenche com todos os sabores e gostos do teu carinho, gosto de verificá-los no teu toque e, te tocando, buscar tua pele na minha. Você mal sabe que quando me oferece os braços, eu te ofereço meu sentimento. Você mesmo, me tocou esses dias com esse teu cuidado e carinho, tocando minha pele e mal sabendo que quando toca minha pele, toca bem lá no fundo do peito também. Eu não te conto nem deveria, tenho medo que saiba que amo tanto todas as tuas tantas demonstrações de afeto, isto às vezes causa medo em mim. Mas agora que sabe, guarde no bolso, na gaveta ou num envelope amarelo. Senão, guarde no peito. Se for guardar no peito, me guarda lá também, quero morar para sempre em você.
No mais é isto, este pequenino desabafo de amor. No mais, é isto. No mais a gente se pendura pelas mãos e sai por aí esquecendo o mundo e aquecendo o peito, transformando tudo em paisagem, como se o nosso amor fosse o grande motivo do universo. No mais, a gente até se perde por aí. A gente acha que se perde no caso, porquê nunca estamos perdidos enquanto estamos de mãos dadas. Só eu, no caso, que permaneço perdidamente apaixonado por você.
