CAPÍTULO 06

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KADEN

O dia no departamento estava como qualquer outro. Eu estava no meu escritório, ajustando os últimos relatórios que o chefe exigia com uma pressa absurda. Enquanto eu digitava, ouvia o burburinho dos meus colegas se movimentando no prédio. Estávamos todos à espera de alguma grande ação, algo que quebrasse a rotina do dia-a-dia no distrito. Mas até então, nada de emocionante havia acontecido nas últimas semanas.

Foi então que o telefone da sala de operações tocou, o som ecoando alto no ambiente. Levantei o olhar quando o chefe, um cara veterano com mais cicatrizes do que qualquer um de nós, saiu de sua sala com um olhar sério.

— Reunião em cinco minutos na sala de briefing. — ele anunciou alto o suficiente para que todos ouvissem, deixando claro que não havia tempo para perder.

Suspirei e fechei meu notebook, já prevendo que o trabalho burocrático teria que esperar. Me levantei, peguei meu distintivo e segui para a sala de briefing, onde o resto da equipe já começava a se reunir.

Eros e Lionel já estavam lá quando entrei. Lionel, sempre relaxado, estava apoiado na parede de braços cruzados, enquanto Eros, mais ansioso, folheava alguns papéis que estavam em cima da mesa. Eu me sentei em uma das cadeiras no canto e esperei que o chefe começasse a falar.

O chefe entrou logo em seguida, fechando a porta atrás de si com força. Ele olhou para nós com aquele olhar severo que só ele conseguia dar. Sabíamos que algo sério estava por vir.

— Temos um novo caso. — ele começou, jogando uma pasta de arquivos na mesa. — Roubo a uma joalheria. Esse não é qualquer roubo, galera. Os criminosos levaram mais de dois milhões em joias ontem à noite, e os donos só perceberam a falta na manhã de hoje. A cena do crime foi bem limpa, o que significa que estamos lidando com gente experiente.

Abri o arquivo que estava em frente a mim, analisando as fotos da joalheria. Os vitrines estavam vazias, e não havia sinal de arrombamento. Isso significava que ou os criminosos tinham acesso interno, ou eram extremamente habilidosos.

— Eles desligaram todas as câmeras de segurança antes de agir. —  o chefe continuou. — E não deixaram pistas visíveis. Até agora, tudo o que temos são as imagens de alguns veículos suspeitos na região. Mas não é o suficiente.

— Algum informante? —  perguntei, já sabendo que seria difícil encontrar algo com base apenas em imagens de carros.

— Não até agora. —  Jeremy  admitiu. — Mas temos um palpite de quem pode estar por trás disso. Um grupo que já vem agindo em outros estados, todos com o mesmo modus operandi. Se eles estão aqui, precisamos agir rápido antes que fujam com a mercadoria.

Lionel assobiou baixo, olhando para as imagens.

— Esses caras são bons.

— Mais do que isso. —  Eros completou. — Se conseguirem escapar com essas joias, vai ser impossível rastrear depois. Elas vão desaparecer no mercado negro.

Jeremy assentiu.

— É exatamente por isso que precisamos nos mexer agora. Temos uma pista de onde eles podem estar escondidos. A inteligência conseguiu rastrear um dos carros suspeitos até um armazém no subúrbio. É uma área abandonada, mas com bastante espaço pra esse tipo de operação. Vamos entrar discretamente e pegar esses caras antes que consigam sumir.

— Quais são as ordens? —  perguntei, já pensando nas possibilidades de abordagem. Sabíamos que operações assim exigiam cuidado. Esses tipos de gangues estavam sempre armados e preparados para o pior.

— O plano é simples. Primeiro, vamos cercar o perímetro. Kaden, você lidera o time de infiltração. Quero que você e sua equipe entrem pelos fundos do armazém enquanto eu e o resto cobrimos as saídas principais. Precisamos pegar esses caras no flagra. Se começarem a mover a carga, vocês impedem."

Assenti, sentindo a adrenalina começar a subir. Operações assim eram o que eu fazia de melhor. Infiltrar, neutralizar e garantir que tudo fosse feito com a menor quantidade de vítimas possível.

— O que sabemos sobre a resistência deles? —  Eros perguntou, sempre detalhista.

— Não temos certeza, mas considerem todos armados e perigosos. —  Jeremy  respondeu. — Não estamos lidando com amadores. Esses caras sabem o que estão fazendo.

Com o plano em mente, nos levantamos e nos preparamos para a operação. O chefe nos deu os últimos detalhes, e logo estávamos prontos para sair. Minha equipe, composta por Eros, Lionel e mais dois oficiais, se reunia no estacionamento, revisando o equipamento e conferindo cada detalhe antes de entrar em ação.

— Tá pronto pra isso, Kaden? —  Eros perguntou enquanto ajustava o colete à prova de balas. Ele sempre gostava de fazer essas perguntas, como se eu fosse o tipo que precisasse ser lembrado de estar pronto.

— Mais do que você. —  respondi com um sorriso de canto, puxando minha arma e conferindo o pente de munição.

Lionel deu uma risada seca.

— Espero que hoje você não acabe sendo o herói da vez de novo. Da última vez, quase sobrou pra gente.

— Se eu for, é porque vocês não estão fazendo o trabalho direito. —  provoquei de volta.

Assim que estávamos todos prontos, entramos nas viaturas e seguimos em direção ao armazém. No caminho, o rádio da viatura estava em silêncio, exceto pelas instruções do chefe, nos informando que as unidades de apoio já estavam posicionadas nos arredores, prontos para bloquear qualquer tentativa de fuga.

Quando chegamos ao local, a tensão no ar era palpável. O armazém era um edifício antigo, com grandes portas de aço e janelas sujas. Parecia um lugar abandonado, mas sabíamos que havia atividade lá dentro.

Desci da viatura e observei a equipe se espalhar em silêncio, assumindo suas posições. Eros estava comigo, enquanto Lionel e os outros dois cobriam a lateral do prédio.

O chefe deu o sinal pelo rádio, e começamos a avançar em direção aos fundos, tentando ser o mais discretos possível. Cada passo que eu dava parecia ecoar no silêncio do lugar, mas mantive o foco.

Quando nos aproximamos da porta dos fundos, percebi um leve movimento pela fresta. Alguém estava lá dentro, talvez vigiando. Fiz um sinal para Eros e posicionei minha arma, pronto para entrar.

— Vamos fazer isso de maneira limpa.  — murmurei. — Entramos, neutralizamos e saímos com as joias e os criminosos. Sem erros.

Eros assentiu, e com um único empurrão, abrimos a porta.

O que nos esperava lá dentro era exatamente o que prevíamos — um grupo de homens, alguns armados, enquanto outros embalavam as joias roubadas em caixas. O armazém estava cheio de mercadorias que provavelmente já haviam sido roubadas de outros lugares.

— Polícia! Larguem as armas! —  eu gritei, apontando a arma para o grupo, esperando que, pelo menos, parte deles se rendesse.

Porém, em vez de se renderem, dois dos homens sacaram suas armas, e o caos começou.

Disparos ecoaram pelo armazém, e nos jogamos para trás de uma pilha de caixas, buscando cobertura. A operação havia começado, e agora, era uma questão de tempo até neutralizarmos todos. Eu respirei fundo, sentindo a adrenalina correr pelas veias.

Era hora de fazer o que eu fazia de melhor.


.......

Capítulo novo, desculpa a demora galera.
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Minha adorável TessaOnde histórias criam vida. Descubra agora