De volta ao fim do mundo

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A atmosfera no ringue era pesada, a iluminação baixa lançando sombras sobre os rostos exaustos. Diego carregava Jessie nos braços, enquanto Luther segurava Cinco, que estava inconsciente. Eles atravessaram o espaço até o fundo do ringue, onde um quarto pequeno e desorganizado servia como "casa" de Diego. O cheiro de madeira antiga e cigarro pairava no ar, misturando-se ao aroma da adrenalina e da tensão.

Diego cuidadosamente colocou Jessie em uma poltrona gasta, seus olhos ainda semicerrados. Aos poucos, ela começou a recobrar a consciência.

- Ai, que dor de cabeça - murmurou Jessie, passando a mão pela testa com uma expressão de desconforto.

- O que você esperava, depois de beber tanto?

Diego lançou um olhar divertido para Luther enquanto colocava Cinco na cama.

- Engraçado - ele comentou, com um sorriso malicioso. - Se eu não soubesse que ele é um cretino, diria que ele fica uma gracinha dormindo.

Jessie se espreguiçou, a expressão cansada, mas com um toque de sarcasmo nos lábios.

- Não se preocupe, ele já vai ficar sóbrio e voltar a ser a criatura desagradável que é.

O sorriso de Diego desapareceu, e a tensão tomou conta do ambiente.

- Eu não posso ficar aqui esperando - disse ele, a determinação evidente em sua voz. - Tenho que descobrir qual a relação deles com aqueles psicopatas antes que mais alguém morra.

- Diego, você não pode ir - advertiu Luther, o olhar sério. - Eles são perigosos.

- Não para mim - respondeu Diego, ignorando o aviso.

Jessie endireitou-se na poltrona, a expressão preocupada.

- Diego, você realmente acha que pode encarar isso sozinho?

A conversa foi interrompida por um barulho no corredor. Diego se posicionou atrás da porta, as facas em mãos, preparado para atacar.

- Se você jogar outra faca dessas em mim, eu juro que vou prestar queixa na polícia - um velho disse ao entrar no quarto, erguendo as mãos em rendição.

Diego relaxou, mas sua expressão era de ceticismo.

- O que é que você quer, Al?

Al, um homem de cabelos grisalhos e expressão cansada, sorriu de forma sardônica.

- Olha aqui, eu não sou sua secretária, não, hein? Uma mulher ligou para você. Disse que precisava da sua ajuda.

- Que mulher? - Diego perguntou, a curiosidade agora visível.

- Não sei, só sei que era uma detetive. Acho que o nome dela era Blatch.

- Patch? Ela precisa da minha ajuda... - Diego disse, abrindo a porta rapidamente.

- Ela precisa que você encontre com ela no hotel - o velho disse, entregando um papel amarelado com um endereço. - Aquela espelunca no Calhoun.

Diego franziu a testa, a preocupação se acentuando.

- Quando?

- Ela ligou tem meia hora. Disse que achou o seu irmão - Al respondeu, dando um passo para trás antes de se afastar.

Diego ficou parado por um instante, a mente em turbilhão.

- Não estou entendendo mais nada - ele disse, olhando para Cinco, ainda inconsciente na cama. - Klaus...

- Eu fico de olho neles. Pode ir - Luther afirmou, a determinação em seu olhar fazendo Diego acenar com a cabeça antes de sair rapidamente.

Jessie se espreguiçou na poltrona, a voz baixa e arrastada pela ressaca.

𝕿𝖍𝖊 𝖀𝖒𝖇𝖗𝖊𝖑𝖑𝖆 𝕬𝖈𝖆𝖉𝖊𝖒𝖞 • ℕ𝕦𝕞𝕓𝕖𝕣 𝕊𝕖𝕧𝕖𝕟Onde histórias criam vida. Descubra agora