𝕿𝖍𝖊 𝖀𝖒𝖇𝖗𝖊𝖑𝖑𝖆 𝕬𝖈𝖆𝖉𝖊𝖒𝖞 • ℕ𝕦𝕞𝕓𝕖𝕣 𝕊𝕖𝕧𝕖𝕟

A Maleta X Gestora

Jessie estava sentada na cama, distraída, enquanto brincava com Dolores, o manequim do Cinco. Enquanto isso, Cinco andava de um lado para o outro, rabiscando freneticamente as paredes do quarto com cálculos e nomes. A tensão no ar era palpável, e a seriedade da situação parecia pesar sobre todos.

— Então... essas são as pessoas que podem evitar o fim do mundo? — Jessie perguntou casualmente, sem tirar os olhos de Dolores, tentando aliviar o clima.

— A morte delas vai evitar o fim do mundo. — Cinco respondeu, a voz grave, sem tirar os olhos das suas anotações.

Jessie parou de brincar com Dolores e olhou diretamente para Cinco.

— E quantas pessoas você achou suspeito?

Antes que Cinco pudesse responder, a porta do quarto se abriu, e Luther entrou, os olhos arregalados ao ver as paredes cobertas de números e nomes.

— O que é isso aí? — Luther perguntou, franzindo o cenho enquanto observava as escritas.

— É um mapa de probabilidade. — Cinco respondeu sem se virar, concentrado no que fazia.

— Probabilidade de quê? — Luther perguntou, dando mais um passo para dentro.

— Da morte que pode salvar o mundo. Consegui reduzir a quatro. — Cinco respondeu com uma tranquilidade perturbadora.

Luther encarou Cinco, tentando processar o que ele acabara de ouvir.

— Está dizendo que uma dessas quatro pessoas causa o apocalipse?

— Não, mas uma dessas mortes pode impedir. — Cinco corrigiu, seus olhos finalmente se voltando para Luther, que parecia cada vez mais confuso.

— Ah, eu não estou entendendo. — Luther balançou a cabeça.

— O tempo é instável, Luther. A menor alteração nos eventos pode levar a resultados drasticamente diferentes na linha do tempo, o efeito borboleta. O que eu tenho que fazer é achar as pessoas com as maiores probabilidades de impactarem a linha do tempo e matá-las, seja quem for. Vai dar certo. — Cinco explicou de maneira prática, como se estivesse falando de um cálculo simples.

Luther ficou em silêncio por um momento, olhando os nomes escritos nas paredes. Seu olhar parou em um nome específico.

— Milton Green? Quem é esse? Um terrorista, por acaso? — Luther perguntou, confuso.

— Acho que ele é um jardineiro. — Cinco respondeu casualmente, enquanto anotava algo em seu caderno.

Luther ficou pasmo.

— Não está falando sério. Isso é loucura, Cinco! Você... de onde tirou isso? — Luther olhou em volta, finalmente notando a arma que Cinco segurava.

— Quarto do papai. Acho que ele usou para atirar num rinoceronte. É parecido com o modelo que eu usava no trabalho, encaixe bom nos ombros, é bem seguro. — Cinco disse, analisando a arma.

Luther deu um passo à frente, sua expressão ficando séria.

— Você não pode matar esse cara, o Milton é só um homem inocente.

Jessie, que até então estava quieta, se levantou da cama e foi até Luther.

— Ah, Luther, qual é? Eu não vejo mal nenhum nisso. Ninguém vai sofrer por um jardineiro. — Jessie falou de forma despreocupada.

Luther olhou para ela incrédulo.

— Não, Jessie! Ele vai matar um homem inocente. Você concorda com isso?