Poderes

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O carro chegou às pressas, derrapando levemente ao parar em frente à mansão. Luther saiu em disparada, com Allison desfalecida em seus braços, o pânico estampado em seu rosto.

– Ela não tá respirando! – gritou, a voz embargada de desespero.

Enquanto isso, Diego correu para ajudar Klaus a carregar Jessie, que estava igualmente inconsciente. Seus corpos pesavam mais com o medo que tomava conta de todos.

– A Jessie tá respirando? – perguntou Diego, ofegante, enquanto segurava os ombros da irmã com firmeza.

Klaus, com o rosto pálido e os olhos arregalados, olhou para ela, incerto.

– Eu... Acho que tá – respondeu, a voz fraca, oscilando entre o medo e a esperança.

– Só leva ela logo! – Cinco gritou, sua frieza habitual quebrada pela urgência na voz, os olhos fixos em Jessie, como se a qualquer momento ela pudesse desaparecer.

Ao chegarem na enfermaria, Luther deitou Allison com cuidado sobre a primeira maca disponível, seu rosto contorcido de ansiedade. Diego, logo atrás, colocou Jessie delicadamente na outra maca, os olhos fixos na irmã, esperando algum sinal de vida.

Grace, com a calma metódica que sempre demonstrava, aproximou-se rapidamente, seus passos firmes ecoando no ambiente silencioso. Ela começou a examinar Allison primeiro, seu olhar atento passando pela grave laceração na garganta. O sangue manchava o tecido da roupa, e Luther, com o maxilar tenso, apertava os punhos, tentando controlar o medo.

Grace se inclinou sobre a maca de Allison, examinando com precisão a ferida em sua garganta. Seu semblante era calmo, mas a gravidade da situação estava clara.

– Ela sofreu uma laceração na garganta – disse Grace, enquanto verificava a extensão do ferimento. – Quem pode doar sangue?

Todos responderam quase em uníssono, a tensão no ar palpável.

– Eu dou! – disseram.

Luther, no entanto, ergueu a voz logo em seguida, determinado.

– Não, eu dou. – Ele deu um passo à frente, o rosto endurecido de preocupação.

Antes que qualquer coisa fosse decidida, Pogo interveio, com seu tom sempre sensato.

– Luther, receio que seu sangue seja mais compatível com o meu – disse Pogo, com uma calma resignada.

Klaus, impaciente, levantou o braço, um sorriso zombeteiro surgindo em seu rosto, tentando aliviar a tensão.

– Tá, tá, não se preocupa. Eu dou o meu.

Grace o olhou com uma sobrancelha erguida, mas foi Pogo quem respondeu primeiro, limpando a garganta de forma discreta.

– Senhor Klaus... Como posso dizer... Seu sangue é, digamos, muito poluído.

Diego, percebendo que não tinham tempo a perder, empurrou Klaus de lado.

– Sai. Eu faço isso – disse com firmeza.

Mas no momento em que Grace mostrou a injeção, Diego empalideceu. Antes que alguém pudesse reagir, ele desmaiou com um baque surdo no chão.

Pogo, sem perder o ritmo, virou-se para os outros.

– Peguem ele, por favor.

Enquanto isso, Grace se aproximou de Jessie, preocupada com a ausência de sinais vitais significativos. O corte profundo no estômago ainda não cicatrizava, e ela sabia que só o faria quando Jessie recuperasse a consciência.

𝕿𝖍𝖊 𝖀𝖒𝖇𝖗𝖊𝖑𝖑𝖆 𝕬𝖈𝖆𝖉𝖊𝖒𝖞 • ℕ𝕦𝕞𝕓𝕖𝕣 𝕊𝕖𝕧𝕖𝕟Onde histórias criam vida. Descubra agora