Porque?

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Era a primeira semana após a partida de Cinco, e Jessie ainda mantinha a confiança de que ele logo voltaria. No fundo, ela tentava se convencer de que a despedida era temporária, afinal, Cinco tinha prometido retornar, e até levou o colar como símbolo dessa promessa.

Os dias passavam lentamente, e a rotina da casa já não era a mesma. A ausência de Cinco estava presente em cada canto, como um vazio sutil, mas incômodo. Jessie se recusava a admitir qualquer angústia, acreditando firmemente nas palavras do irmão. Ela contava os dias, e sempre que a inquietude ameaçava se infiltrar, Vanya e Ben estavam por perto, atentos e prontos para distraí-la.

Durante as noites, Jessie ainda deixava a luz do quarto acesa, mas não admitia o motivo real para isso. Ela continuava esperando, muitas vezes com Vanya e Ben ao seu lado. Pogo e Grace observavam de longe, em silêncio. A mãe parecia especialmente preocupada, mas mantinha o olhar calmo, apoiando Jessie quando possível.

Ao longo da semana, os irmãos, mesmo que sem muitos comentários, demonstravam em pequenos gestos a saudade de Cinco, mesmo sem saber dos detalhes que Jessie, Vânia e Ben guardavam.

Com o passar dos dias e a ausência de Cinco se estendendo, Sir Reginald começou a pedir a Pogo que marcasse o tempo desde o desaparecimento. Cada dia que passava era uma pequena marca no calendário de Reginald, uma contagem silenciosa de algo que ele considerava uma "experiência inconclusiva". Aos olhos dele, o retorno de Cinco não era certo, mas Pogo ainda mantinha uma esperança discreta.

Cada um dos irmãos lidava com a situação de maneiras distintas:

Luther parecia mais calado e focado nos treinos. Assumia uma postura de liderança silenciosa, como se tivesse que manter a ordem enquanto esperavam. Sempre com a postura reta, ele evitava comentar sobre Cinco, mas às vezes encarava o lugar vazio na mesa com um olhar perdido.

Diego, embora mais emotivo, mantinha a sua fachada durona. À noite, porém, ele espiava o quarto de Jessie e Vanya, falando em voz baixa para convencê-las a dormir. Mesmo com seu jeito rude, a preocupação estava clara em cada gesto.

Allison tentava distrair a mente. Usava as tardes para ler e tentava ficar mais próxima dos irmãos, especialmente de Luther. Algumas vezes, tentava lembrar Jessie das histórias engraçadas de Cinco para aliviar o clima pesado, embora por dentro também estivesse aflita.

Klaus demonstrava o impacto de forma peculiar. Sua habitual descontração escondia a inquietação, dizendo que ele voltaria em breve. No fundo, era a maneira que ele encontrou de lidar com a incerteza e a saudade.

Ben mantinha-se perto de Jessie e Vanya, oferecendo um ombro silencioso e apoiando-as em suas vigílias noturnas. Ele não falava muito sobre o que sentia, mas seu olhar, sempre gentil, revelava a ansiedade contida.

Vanya, sempre sensível, mostrava-se tranquila ao lado de Jessie. Ela acreditava firmemente que Cinco cumpriria a promessa, e essa fé era o que a ajudava a seguir em frente. Passava as noites com Jessie, deixando o quarto dele iluminado e fazendo os sanduíches de marshmallow e manteiga de amendoim, um ritual que ambas repetiam, na esperança de que ele voltasse.

Jessie, no entanto, era quem mais sentia o impacto da ausência. Cada noite parecia uma eternidade. Mantinha a rotina dos sanduíches na porta do quarto de Cinco, tentando fingir que estava tudo bem, mas no fundo, o peso da incerteza começava a deixá-la cada vez mais inquieta.

 Mantinha a rotina dos sanduíches na porta do quarto de Cinco, tentando fingir que estava tudo bem, mas no fundo, o peso da incerteza começava a deixá-la cada vez mais inquieta

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𝕿𝖍𝖊 𝖀𝖒𝖇𝖗𝖊𝖑𝖑𝖆 𝕬𝖈𝖆𝖉𝖊𝖒𝖞 • ℕ𝕦𝕞𝕓𝕖𝕣 𝕊𝕖𝕧𝕖𝕟Onde histórias criam vida. Descubra agora