Nos primeiros dias trancada, Jessie mal conseguia entender o que estava acontecendo. O choque de acordar em uma sala escura, isolada de tudo e todos, a fazia sentir como se o mundo tivesse desabado sobre ela. Ela tentava se lembrar de como tinha chegado ali, mas a última coisa que vinha à mente era o confronto com Reginald e o grito da Allison. E então... escuridão.
As paredes frias ao seu redor pareciam mais apertadas a cada dia. Não havia janelas, e as poucas luzes no teto piscavam de vez em quando, lançando sombras distorcidas nas paredes. Jessie sentava-se no chão, abraçando os joelhos, sentindo o peso do isolamento. Tudo o que ouvia eram seus próprios pensamentos, acompanhados pelo som abafado de passos no corredor distante. Ela não sabia há quanto tempo estava ali. Dias? Semanas? O tempo havia se tornado um borrão confuso e doloroso.
Reginald aparecia com frequência. Sempre frio, sempre calculista. Nos primeiros dias, ele entrou sem dizer uma palavra, apenas a observando com aquele olhar de desaprovação que Jessie conhecia tão bem. Ela esperava que ele fosse libertá-la, mas em vez disso, ele apenas dava as costas e saía, trancando a porta novamente. O som da chave girando na fechadura era como uma sentença. A cada vez que ele trancava aquela porta, parecia selar o destino dela ainda mais.
No terceiro dia, ele finalmente quebrou o silêncio. Ao entrar, ele fechou a porta atrás de si, observando Jessie por alguns segundos antes de falar.
— Você estava fora de controle, Numero Sete. — Sua voz era dura, sem qualquer traço de emoção. — E agora você está aqui para aprender o controle. Para aprender que o poder que você tem pode ser perigoso... mortal.
Jessie sentiu as lágrimas brotando, mas se recusou a deixá-las cair na frente dele. Ela se levantou, os punhos cerrados, olhando diretamente para o pai.
— Não foi de propósito. Eu... eu estava perdida.
Reginald não se moveu, seu olhar permanecia afiado, como se estivesse dissecando cada palavra dela.
— Controle é exatamente o que você vai aprender aqui. — Ele deu um passo à frente, a figura imponente bloqueando a pequena saída de luz da porta. — E quando você estiver pronta, quando eu tiver certeza de que você não vai machucar ninguém... então, e só então, você poderá voltar para os seus irmãos.
Aquelas palavras atingiram Jessie como uma facada. Ela não sabia quanto tempo levaria para "estar pronta" aos olhos de Reginald, mas sabia que aquela frase era uma promessa fria de que a liberdade dela não estava nem perto.
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Os primeiros treinos eram brutais.
Jessie era levada a uma sala maior, semelhante a uma arena, onde Reginald a fazia enfrentar desafios quase impossíveis. Às vezes, eram alvos móveis que ela tinha que acertar com sua telecinese. Outras vezes, era uma série de obstáculos que pareciam intermináveis. Reginald ficava no alto, observando cada movimento, e sua voz ecoava por toda a sala, apontando cada erro, cada hesitação. Jessie sentia o peso do fracasso a cada vez que caía ou quando não conseguia cumprir uma tarefa.Certa vez, ele a levou para uma floresta nos arredores da mansão. O ar era frio e úmido, e o silêncio da noite criava uma atmosfera tensa. Jessie caminhava ao lado dele, sem saber o que esperar.
— Hoje você será caçada — Reginald disse, enquanto a guiava mais fundo na floresta. — Há alvos escondidos por aqui. Eles são perigosos. Se você falhar, poderá morrer. Mas, se conseguir enfrentá-los... estará um passo mais perto do controle.
Jessie não teve tempo de reagir antes que ele desaparecesse nas sombras, deixando-a sozinha. O vento balançava as folhas acima dela, e um calafrio percorreu sua espinha. Seu coração começou a bater mais rápido quando ela ouviu os primeiros ruídos ao redor. Algo — ou alguém — estava vindo. Ela se escondeu atrás de uma árvore, tentando controlar a respiração.
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𝕿𝖍𝖊 𝖀𝖒𝖇𝖗𝖊𝖑𝖑𝖆 𝕬𝖈𝖆𝖉𝖊𝖒𝖞 • ℕ𝕦𝕞𝕓𝕖𝕣 𝕊𝕖𝕧𝕖𝕟
FanfictionPara todas as iludidas que sonham com um par romântico para Cinco e que ficaram furiosas com a 4ª temporada, é melhor se preparar para uma dose de realidade. Sério, o que foi aquilo? Se você esperava algo que não fosse um desastre absoluto, talvez s...