Capítulo 19: O que tem depois do sonho? (parte 3): percepção

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Boa leitura <3

O que deixava o olhar de Kluen azulado para Nuea... azul denota tristeza... mas que tipo de azul era esse? Kluen tinha outras coisas na vida dele que tiravam sua paz... elas eram azuis? De que cor pintavam o olhar de Kluen? Kluen não se orgulha de algumas coisas... coisas essas que ele ainda não quer contar para Nuea. Pensar sobre como ele é visto fez pensar no passado dele, não só a infância com a família como também coisas que ele fez e que fizeram Pete ser como ele é com Kluen hoje. Na primeira vez que Kluen apareceu bêbado não parecia nada que fosse muito preocupante, parecia um adolescente tendo seu primeiro porre então Pete sabia que tinha que começar a estar em alerta, mas ele ainda estava tranquilo (ou tentando se manter). As coisas progrediam naturalmente... "Estar bem não é: há meses tu beber, praticamente, todo dia; mais de duas vezes chegar podre em casa; não falar direito comigo; brigar na frente de casa com um guri da tua escola..." "Eu briguei com ele faz meses e meses... foi nas férias" ... "Não importa, definitivamente essa não é uma definição de estar bem. E, Kluen, não tô falando sobre ser suficiente pra mim, mas sobre seu bem-estar. Não é uma crítica e eu sinto muito se é difícil pra ti, e eu sei que é, mas... acredite, apenas não é fácil mesmo.". 

Tudo começou a ficar estranho quando beber não era mais algo comum no dia seguinte. Começou a ficar demais quando Kluen, no dia seguinte, não tinha vontade de sair da cama, de se olhar no espelho, de olhar no rosto de Pete. Kluen não conseguia encarar a si mesmo... e ficava difícil encarar o tio e conversar com ele. Cada vez Kluen chegava pior em casa... algumas vezes ele pegava remédios na enfermaria da escola para não informar Pete nem chamar atenção, ele pedia para os amigos pegarem também quando a enfermeira começou a fazer perguntas. Ele saia das festas e ficava perambulando na madrugada... ele muitas vezes caia pela rua então tinha alguns ralados, cortes e roxos (fora as dores de cabeça do dia seguinte). Ele... ele não se orgulha, mas ele se meteu com um menino que conseguia bebida e documentos falsos... quando ele não queria mais contato porque viu que não ia dar coisa boa, o menino apareceu na casa dele e deu até policia. Ele não era suficiente nem para ele mesmo, como ele seria suficiente para outra pessoa? Como ele seria suficiente para Nuea? E se... algo do tipo acontecesse de novo?

- Alô, Dao – Kluen fala com uma voz chorosa.

- Kluen? - Nuea está incerto do que está acontecendo e se senta no sofá.

- Sou eu, eu não sei onde eu tô... - se a voz estava apenas embargada agora o choro era mais intenso.

- Kluen... como assim? O que aconteceu?

- Me desculpa...

- Kluen...

- Tu se arrepende de ter me conhecido? - depois de alguns segundos e que Kluen consegue estabelecer um equilíbrio na voz, ele pergunta de repente.

- Kluen, que pergunta é essa? - Nuea abraça as pernas com um braço se sentindo vulnerável.

- Eu não sei... Nuea, eu só sinto que eu sou uma decepção sempre... e que eu sufoco os outros...

- Kluen, para!

- É a verdade...

- Kluen, por favor, onde você tá?

- Eu vou estragar tudo... eu vou ser demais pra ti aturar e tu vai me odiar - Kluen fala ofegante e segurando o choro - e... tu não respondeu a minha pergunta.

- Não Kluen, eu não me arrependo e eu nunca vou me arrepender.

- Eu-

- Agora por favor, me diz onde tu tá?

- Eu não sei... eu não quero precisar de ajuda. Eu tô perdido e... eu...

- Tudo bem precisar de ajuda. Eu não preciso te ajudar, eu quero te ajudar... entendeu?

Life measure - KluenDao (JoongDunk) & PeteKao (TayNew)Onde histórias criam vida. Descubra agora