Meus Encontros Minhas Regras ● Jjk+Pjm

Capítulo 19: A etapa mais prazerosa - Sempre foi ele e sempre será ele

Música que ouvi enquanto escrevia:

                                                                                    Slow Dance - Jimin feat. Sofia Carson

                                                             Lover - Taylor Swift

                                              Doce - Jão

Meninos e Meninas - Jão

🍷 🌶️  

Jungkook

Com a casa de campo se tornando um borrão branco, vou embora com Sarang ao meu lado. Os últimos dias foram intensos e só há duas coisas que eu desejo nesse momento: chegar ao Hampton e cair em minha cama, e a outra tem agido estranho comigo e eu não faço ideia do que aconteceu.

 O carro só não está imerso em silêncio porque Sarang mexe em seu celular, com fontes garrafais, assistindo vídeos de ervas para infusão de chás. Deixo um sorriso pequeno aparecer em meu rosto quando me lembro de todas as vezes em que fiquei doente e ela apareceu na porta do meu quarto com um chá de hortelã ou de sabugueiro, citando todas as propriedades milagrosas das ervas e dizendo que era para eu melhorar rápido e ficar forte como o menino dela deveria ser. 

Sem dúvida alguma, Choi Sarang é a figura materna que eu não tive. Não que eu não tenha mãe, é que, simplesmente, Jeon Mina sempre se importou mais com os seus vestidos caros do que com minha educação, de fato. Foram poucas as vezes que minha mãe cuidou de mim quando estava febril, era sempre: "Sarang, você já medicou o Jungkook?", "Sarang, não se esqueça de pedir para o Doutor vir na sexta-feira". Ela não era distante, mas não era dada a grandes demonstrações de afeto. Eu sei que ela me ama, do jeito dela, onde, se lhe pedissem para escolher entre uma bolsa Louis Vuitton ou eu, certamente eu teria que me contentar em não ser escolhido, mas ama.

Eu não tenho mágoas, ou me sinto uma pessoa carente de amor, porque eu sempre tive Sarang e agradeço por isso. E, além disso, se não fosse por minha mãe, eu nunca teria feito aulas de dança. Está certo que não foi ela quem me deu a oportunidade de ter aulas de dança, já que tive que fazê-las às escondidas, mas foi ela quem me levou até o estúdio de Miss Moreau, onde fui apresentado ao mundo da dança e vi Jimin dançar pela primeira vez. Foi graças a ela que conheci meu lugar de paz e a pessoa que detém meus pensamentos e meu coração.

- Jungkook? - sou tirado de meus pensamentos por Sarang com olhos curiosos em minha direção. - Meu filho, o garoto que você gostava quando era mais novo era ele, não é? - diz, em voz baixa somente para que eu possa ouvir. E ao fazer, compreendo sua cautela.

Desviando a atenção da pista por segundos, meus olhos se arregalam e minha boca parece não encontrar sons capazes de formular uma frase sequer.

Por que isso agora?

Volto a olhar para fora e mordo meu lábio, hesitante.

A mulher sentada ao meu lado foi a primeira pessoa para quem eu contei que estava apaixonado aos dezessete anos. Eu não tinha com quem conversar sobre o que estava sentindo, e não queria que meus amigos soubessem que o atleta popular entre as garotas estava gostando de homens. Por meses, me senti atormentado por esse sentimento e sofria calado com minhas dúvidas e incertezas. E eu sofri sozinho até o dia em que vi Jimin com Nathan, e mais tarde chorei em meu quarto, querendo por tudo não sentir nada por ele, afinal, eu nem o conhecia. Como poderia sentir tantas coisas por um garoto que eu apenas via passar pela minha escola? Eu não conseguia entender e, em meio a esses conflitos internos, foi Sarang que me disse que tudo ficaria bem e que estava tudo bem gostar de meninos e meninas.