Textos Ácidos para Pensamentos Adormecidos

A Auto Estrada

02/08/2024 (22:11)

Descendo ao vale em meio a uma terra sem lei, onde o sono e o medo andavam até o fim. A luta, o desespero lutando lado a lado pela sobrevivência em um caminho sem fim. As luzes dominavam ao cair da noite, sozinhos, sem ninguém, como o filhote ao desamparo de sua mãe. Nada sabiam do que aconteceria após a última parada. O relógio rodava, quilômetro a quilômetro em busca de redenção de suas vidas. As paradas que tinham em busca de sossego, o desespero e a inconsciência os enalteciam. Sem rota, era apenas uma estrada, como em uma constante, indo e vindo sem parar. A cada curva, o temor se aprendia em busca de se passar por algo maior do que a velocidade. Ao longe, um ponto seguro os aguardava, esquecido e assombrado por fantasmas de um passado presente em sua enorme situação decorrente.

Ante disso, se tombava à frente o grande monstro de ferro e metal, ao toque de um demônio enclausurado em sua dor, culpa e raiva. Lúcido então, se atirava ao mar de óleo escorrido de sua máquina, ferozmente aos desamparados. Longe então desse monstro, outra ação acontece. A grande mortalha da vida batia às portas do desespero, sem onde correr e ir, apenas a vida a amassar o oprimido, como um guindaste a destroçar o sofredor. Sem guarda então, seguiam ao vale em busca de um lugar para se amparar, uma luz que não fosse aquela que os assombrava, apenas correndo procurando um lugar para ficar, sem nada e nem ninguém em uma terra que não havia quaisquer leis, apenas ele, o grande matador, a se cerrar com um pequeno cubículo metálico em busca da manjedoura.

Ao seguir viagem aos montes da perdição, a curva os acertara no peito, a ignorância humana se fazia respeito e os desamparados se ligavam ao tempo, apenas com medo, sem razão nem ética, apenas perdição e reclusão, não avia nada, apenas o abandono dá lógico, nada de padrões racionais, apenas medo sem ir ou rebater, uma luta, uma vida e apenas um caminho a seguir.