Capítulo 22 - Mudança

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CAPÍTULO 22 - MUDANÇA


- Tobi! - Draco estalou a língua, irritado porque o elfo ainda não tinha chegado. Ele estava chamando a criatura mágica para lhe trazer uma nova garrafa de firewhiskey pelos últimos dez minutos. O que poderia tê-lo deixado tão... Ele beliscou a ponta do nariz. Ele tinha esquecido que hoje era domingo, o dia de folga designado para o elfo. Ele suspirou, agarrando a garrafa vazia de firewhiskey antes de se empurrar para fora de sua cama improvisada.

Ele esfregou o cansaço dos olhos, manobrando no escuro às cegas quando seu quadril direito colidiu com um dos caldeirões em seu quarto. Ele xingou em voz alta, chutando um pé contra o metal, irritado com ele por ficar em seu caminho. Ele resmungou enquanto passava pela porta, abrindo caminho pelos corredores mal iluminados. Ele só queria dormir um pouco, pelo amor de Deus! Por que ele tinha que ficar sem álcool logo agora?

Ele conseguiu sair dos aposentos dos empregados, passando pelo saguão principal da mansão para ir até as cozinhas, quando um feixe de luz vindo da porta da sala da ala oeste chamou sua atenção. Ele parou no meio do caminho, confuso sobre o porquê de estar acesa. A ala oeste da mansão era usada principalmente para entreter convidados, mas depois da queda da família em desgraça, ela não era usada há anos.

Draco seguiu em direção à porta, observando o raio de luz que vazava pelas frestas. Ele conseguia ouvir vozes vindas do cômodo, mas a qualidade confusa as tornava difíceis de decifrar. Ele moveu a mão em direção à maçaneta, girando-a lentamente, com cuidado para não fazer barulho. Ele a cutucou levemente, apenas o suficiente para que as vozes passassem mais claramente.

- Não acredito que fiquei tão velha, Anne. 'Para onde foi todo o tempo?', sempre me pergunto. Não sinto que cresci nem um pouco. Às vezes me sinto uma estranha na minha própria pele.

Draco piscou ao som da voz de sua mãe. Com quem ela estava falando? Até onde ele sabia, ela não tinha uma amiga chamada Anne.

- Como ficou tão velha?

Ele ouviu a mãe rir, mas parecia forçado e oco. Uma risada mais profunda cortou o ar, fazendo-o forçar os ouvidos. Não era uma voz que ele já tivesse ouvido antes, mas havia algo nela que parecia... familiar.

- Você está tentando provocar uma briga me fazendo sentir mais velha?

A risada de sua mãe estava de volta, mas dessa vez havia algo de calor nela, uma estranha afeição que ele não ouvia dela há muito tempo.

- Não, eu não estou... Eu juro!

- Posso ser uma velha senhora agora, mas ainda posso chutar sua bunda, Cissy.

Draco sentiu seu coração disparar. Não podia ser. Só havia uma pessoa que se referia à sua mãe dessa forma. Mas... Bellatrix estava morta. E o tom de voz da outra mulher era diferente. Não havia como... Ele piscou. Juntando o resto das peças. Poderia ser que ela era...?

- Anne, eu sei que você pode me odiar por dizer isso, mas... você parece... exatamente com a mamãe. Quando eu te vi pela primeira vez algumas semanas atrás, eu honestamente pensei que estava vendo o fantasma dela.

- ... Então você realmente está procurando uma briga.

- Não, não estou mesmo! Eu juro!

Esta foi a primeira vez em muito tempo que Draco ouviu tanta emoção na voz de sua mãe. Ele nunca a ouviu soar tão... jovem. Um bufo deselegante chegou aos seus ouvidos, sem dúvida da outra mulher na sala. Sua mãe nunca seria pega morta se expressando de uma maneira tão grosseira.

Falsas Pretensões - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora