CAPÍTULO 16 - HIPÓCRITA
Gina prendeu a respiração no momento em que seus olhos encontraram a extensão do luxuoso quarto em que ela estava. Virando-se o mais lentamente que pôde, ela apertou o edredom com força contra o peito, sussurrando uma oração silenciosa no ar.
Ela soltou um suspiro de alívio quando percebeu que estava sozinha.
- Porra - ela bateu a palma da mão na testa, irritada por ter realmente passado a noite. Como ela poderia ser tão descuidada?
Ela tirou as cobertas do corpo, resmungando enquanto se movia para pegar as roupas espalhadas por todo o quarto. Era tudo culpa dele! Ela estalou a língua. Por que ele tinha que ser tão... bom?
Ela deixou cair suas roupas na penteadeira do banheiro, entrando no chuveiro para enxaguar todas as evidências dele; ignorando a dor entre as pernas que servia como um lembrete de sua indiscrição.
Ela já aceitou o fato de que isso era algo que ela queria. Caramba, ela chegou ao ponto de negociar o cronograma de seus encontros para não atrapalhar seu treinamento. Mas ele nunca deixava de enfurecê-la todas as vezes.
Às vezes, seria um comentário curto e improvisado. Outras vezes, seria um gesto pequeno e aparentemente insignificante. Mas na maioria das vezes, era a maneira irritante como ele ria enquanto seus dedos trabalhavam contra ela...
Ela esfregou o cabelo furiosamente com o pensamento. Não bastava que ele já fosse bonito, ele só precisava ser injustamente talentoso nisso também. Ela revirou os olhos. Agora, se ela conseguisse fazê-lo calar a boca por tempo suficiente para esquecer que era ele quem estava enterrado profundamente dentro dela, fazendo-a estremecer com cada movimento de seu corpo pecaminoso. Ela bufou.
Nunca foi assim com Harry.
Suas mãos caíram para os lados, fechando os olhos enquanto a água escaldante chovia sobre ela. Com Harry ela se sentia segura, amada e querida. Tudo parecia tão orgânico, tão natural, tão fácil. Não havia segundas intenções, nem dúvidas, nem medos.
Com Harry, ela tinha certeza.
Mas que bem isso fez para ela? Ela imaginou o resto de sua vida com ele a cada passo do caminho, apenas para ficar pendurada sem um único aviso.
Ele estava em todos os planos dela... nos planos deles. Planos que eles ficaram acordados até tarde da noite elaborando até o sol nascer, antes mesmo de perceberem. Promessas que trocaram quando eram apenas os dois, esperando que saíssem da guerra vivos e vivessem o suficiente para ver seus netos passarem pela plataforma 9¾.
Eles conversaram sobre viajar pelo mundo juntos. Eles conversaram sobre a possibilidade de eventualmente morar em Grimmauld quando se casassem. Eles conversaram sobre conseguir um animal de estimação, ele queria um cachorro, ela queria um gato. Então eles decidiram comprar um de cada. Eles conversaram sobre ter uma horta em casa, já que ela estava acostumada a ter uma enquanto crescia. Afinal, os vegetais frescos sempre tinham o melhor sabor.
Ele disse a ela que compraria um carro e que um dia iria levá-la para Paris para mostrar-lhe a Torre Eiffel. Ele disse a ela que a levaria para andar de avião, para que ela pudesse experimentar como os trouxas voam. Ele disse a ela que a levaria ao cinema, para que ela pudesse entender o quão engenhosos os trouxas podiam ser. Ele disse a ela que a deixaria testemunhar uma banda ao vivo, para que ela pudesse finalmente apreciar o que todo o mundo bruxo estava perdendo.
Ele disse a ela... tantas coisas. Prometeu a ela... muito mais.
Mas no final, nada disso se tornou realidade.
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Falsas Pretensões - TRADUÇÃO
FanfictieO advogado estava convencido de que a única maneira de salvar o nome da família Malfoy era o casamento com uma certa bruxa nascida trouxa. - Granger é uma das pessoas que testemunhou cada aspecto negativo da minha personalidade. No momento em que el...