Capítulo 14 - Apenas Pegue

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CAPÍTULO 14 – APENAS PEGUE


- Draco! - Narcisa correu para agarrar o braço de Draco antes que ele pudesse se afastar, ignorando a fuligem e sujeira grudadas em seu casaco prateado perfeitamente cortado do flu. Ela o ouviu soltar um suspiro impaciente, sem se preocupar em olhar para ela.

- Estou bem, mãe.

Narcisa ficou na frente dele; seus olhos pousaram em um par de orbes cinéreas vazias. Ela pegou o outro braço dele, segurando-o firmemente. Ela não o deixaria trancar-se no quarto depois de tudo o que aconteceu.

- Você não está bem. Fale comigo - ela olhou para o hematoma crescente em seu pescoço, avançando os dedos em direção a ele. Ela se encolheu quando a mão dele agarrou a dela, afastando-a antes que ela pudesse tocá-lo. Ela o sentiu tentar tirar a outra mão dele, mas ela segurou.

- Draco, por que você está agindo assim? - ela o sentiu fazer uma pausa. Seu olhar sobre ela estava vazio quando ele puxou bruscamente o braço de seu alcance. Ele começou a se afastar, mas ela agarrou o tecido do paletó dele para mantê-lo no lugar. - Não se afaste de mim - ela o fez se virar, forçando-o a olhar para ela mais uma vez.

- O que há de errado com você? - ela exigiu, ouvindo-o zombar; algumas risadas seguindo o exemplo. Ele estava com os olhos fechados, como se imaginasse uma lembrança agradável que não estava disposto a compartilhar. Ela soltou as roupas dele, sem saber como lidar com ele.

Ela o tinha visto assim, mais de algumas vezes: no jardim, enquanto ele olhava para as pérgulas queimadas, sentado em cima da mesa de jantar quebrada na sala de jantar principal saqueada, deitado ao lado dos escombros da ala oeste. E a última ocorrência, logo depois que Lucius o estrangulou até a morte. Ela nunca conseguia obter uma resposta séria dele sempre que perguntava o que havia acontecido durante o ano de sua prisão domiciliar.

- O que há de errado comigo? - ela o ouviu repetir em um sussurro, rindo mais algumas vezes antes de vê-lo respirar fundo.

- O que há de errado comigo?! - ele gritou.

Narcisa ficou surpresa com sua raiva desenfreada. Esta era a primeira vez que ele gritou com ela com tanto desdém.

- Não levante a voz para mim! Eu sou sua mãe - ela observou a raiva dele se transformar em diversão num piscar de olhos, rindo mais uma vez do que quer que fosse que ele achava tão divertido.

- É tão conveniente para você e para o pai, não é? Usando essa desculpa - ele riu novamente. - Eu sou seu pai. Eu sou sua mãe - ele imitou com uma voz zombeteira, abrindo os braços espontaneamente. - Faça isso, faça aquilo. Ouça -me. Eu sei o que é melhor para você.

Narcisa ficou em silêncio, sem saber exatamente como responder.

- Você e meu pai têm a porra da audácia de exigir todo tipo de coisa de mim... - ele fez uma careta para ela, balançando a cabeça em descrença. - Quando vocês nem eram pais, para começar.

- Cuidado com a língua, Draco - Narcisa olhou de volta para ele. - Não vou tolerar esse tipo de linguagem...

- Bem, então é melhor você estar preparada para tolerar muito mais, mãe - ele lançou um sorriso selvagem para sua expressão lívida. - Você não disse que queria conversar? - ele gesticulou com as mãos ao redor do espaço entre eles. - Vamos conversar.

Narcisa não disse nada, olhando carrancuda para ele e para a maneira irritante como ele parecia incitá-la. Ela tinha visto Draco fazer isso com alguns de seus amigos, principalmente com os herdeiros Crabbe e Goyle, mas nunca com ela ou Lucius.

Falsas Pretensões - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora