Capítulo Doze

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Nota: Nesse capitulo aparece o Héracles, uma personagem que não estava entre as personagens anteriormente, eu adicionei uma imagem com a aparência próxima do que imagino o Héracles no capitulo "as personagens - II".



Os guerreiros vitoriosos vencem antes de ir à guerra, ao passo que os derrotados vão à guerra e só então procuram a vitória.

 - Sun Tzu, Arte da Guerra

Pirro tentava se manter calmo, respirar o mais devagar possível, como todos os outros soldado dentro no maldito cavalo se madeira, o calor era infernal ali dentro, deveria, já que estavam debaixo do sol por... Pirro já tinha perdido as contas de quanto tempo, o suor fazia seu chiton por baixo da armadura grudar em seu corpo encharcado. O cheiro de suor estava começando a ficar insuportável, Pirro esperava que o plano de Odisseu funcionasse, plano esse que Pirro nem se lembrava exatamente como era, na verdade o ruivo mal se lembrava de como ele veio parar dentro de um cavalo de madeira gigante com mais 49 gregos. Na verdade mal se lembrava como tinha voltado para Tróia, em um minuto estava sentado no quarto em Lemnos com as flechas de Héracles no colo, no outro estava dentro do cavalo e com Filoctetes apertado ao seu lado enquanto Odisseu e Menelau praticamente respiravam em seu pescoço. 

Realmente inesperado... 

Três dias antes

- Então você conseguiu! -  Odisseu disse meio embasbacado quando se encontraram no navio quando o sol surgia de trás das árvores ao longe na ilha. - Um grande feito, príncipe Neoptólemo. 

- Realmente. - Menelau completou. - agora temos uma chance maior de vencer os troianos. 

Pirro olhou por cima da amurada do navio Filoctetes de pé ao lado de Macaão e uma velha serva observando o navio em uma despedida silenciosa. Filoctetes estava estranho, como se nele faltasse alguma coisa que era essencial aos seres vivos fossem eles guerreiros ou não e Pirro sentiu de novo aquela coisa estranha que sentiu quando o homem deu as flechas de Héracles para si. Seu coração batendo nos ouvidos. 

- Não é justo. - o ruivo murmurou. 

- O que? - Menelau e Odisseu perguntaram  ao mesmo tempo sem entender. 

- Eu disse, que não é justo! Não podemos levar isso! - o rapaz ergueu a aljava. 

- Príncipe Neoptólemo, o que está dizendo, essa e a nossa única chance... 

- Mas não é nossa! As flechas não são nossas! - o ruivo tornou segurando a aljava com mais força. 

- Ele deu a você príncipe Neoptólemo, são suas, não há nada de errado em usá-las para ajudar o seu povo.  - Menelau disse suavemente como se falasse com um cavalo particularmente arisco. - Pode devolvê-las depois de usá-las se te fizer sentir melhor. 

O ruivo deu um passo para trás em direção a amurada.  

- Como podem dizer essas coisas olhem pra ele! - o ruivo fez sinal para o velho herói na praia dando mais um passo em direção a amurada- vocês acham isso justo com ele! Acham certo tirarmos dele a única parte que sobrou de alguém que ele amava, depois que já foi tirado tanto dele!!? - nenhum do dois homens disse nada, olhando para Pirro como se ele estivesse ficando louco. - Essa profecia não é apenas sobre mim ou sobre apenas qualquer um de vocês, essa profecia é sobre todos nós, é sobre aquele homem na praia!  Eu não vou usar essas flechas,  não sairei dessa ilha sem ele. 

Pirro pulou a amurada do navio  sob os olhares estáticos dos dois reis, a água do Mar amorteceu a queda do garoto e Pirro sentiu quase como se ela estivesse viva impulsionando-o em direção a areia. 

O Coração de PirroOnde histórias criam vida. Descubra agora