Chapter 14

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°Caroline Forbes

Eu mal conseguia acreditar na situação em que estava. Primeiro, Klaus me arrastou para o meio do nada, e agora me via cara a cara com dois de seus irmãos. Eu deveria estar acostumada com o inesperado, mas não havia como me preparar para o olhar julgador de Rebekah. Ela me avaliava dos pés à cabeça, como se estivesse decidindo se eu era digna.

Respirei fundo e tentei me recompor, forçando um sorriso, mesmo sabendo que provavelmente parecia mais uma careta.

— Niklaus falou muito sobre você; estávamos ansiosos para conhecer a pessoa que roubou o coração do meu irmão — disse o que imagino ser o irmão do Klaus. Ele usava um terno e tinha um tom neutro ao falar, demonstrando uma elegância tranquila.

— Ah, é mesmo? Espero que ele só tenha falado coisas boas — respondi, tentando soar mais confiante.

— Sou Elijah, o irmão mais velho do Klaus — ele se apresentou, estendendo a mão e me dando um beijo. Sorri timidamente, e Klaus percebeu que eu já não estava suportando toda aquela pressão.

— Ok, vamos logo, antes que Caroline desista de ficar e vá embora correndo antes de conhecer nossa família — disse Klaus com um sorriso que eu diria facilmente que era forçado.

— Isso é porque ela nem conheceu a mamãe — resmungou Rebekah, e só consegui pensar na vontade de matar aquele maldito advogado. Sério, pai e mãe, casamento? — Vamos? Acho que está na hora de irmos para casa. O jantar já está sendo preparado, e tenho certeza de que Caroline está exausta depois da viagem.

— Exausta é um pouco — murmurei, seguindo o grupo. Meu salto alto já parecia uma tortura medieval, e sentia o olhar de julgamento de Rebekah a cada estalo do salto.

Entramos no carro e seguimos por uma estrada sinuosa que parecia levar cada vez mais para o nada. Árvores altas cercavam o caminho e, aos poucos, a vista do lago apareceu à nossa esquerda, refletindo as cores douradas do fim da tarde. Era uma paisagem bonita, sem dúvida, mas eu não conseguia apreciar. Estava ocupada demais tentando me lembrar de todos os detalhes do plano.

"Seja charmosa", Klaus havia dito. "Seja autêntica, mas não deixe transparecer muita coisa." Como isso seria fácil? Eles já estavam desconfiados de tudo, especialmente Rebekah.

Ao descer do carro, consegui ver o azul do lago. O vento batia em meu rosto e só conseguia pensar em como aquilo era bom. Vi todos indo em direção ao deque, que tinha vários barcos e iates. Segui, levando minha mala, e pensava na merda que aconteceria se eu caísse naquela água, já que não sabia nadar. Na verdade, seria uma ótima desculpa para voltar para casa o quanto antes.

— Me desculpe parecer perdida, mas para onde vamos de barco? — perguntei.

— Para casa da nossa família — disse a loira, e olhei para Klaus. Ele parecia pensar o mesmo que eu.

— Melhor ficarmos por aqui mesmo, em um hotel — falei com um sorriso no rosto. — Não queremos atrapalhar.

— Vocês não atrapalham, e sabe como Esther é; jamais deixaria que ficassem em um hotel, tendo o quarto do Niklaus lá — respondeu Elijah, estendendo a mão para me ajudar a entrar no barco, já que o salto não colaborava muito. Sentei-me e observei a imensidão do lago. Queria achar bonito, mas o medo do que pudesse haver dentro da água me dominava. Seria igual ao pânico no lago?

Comecei a ver uma enorme mansão à beira do lago e engoli em seco. Era uma daquelas casas de cinema, toda elegante e imponente, mas ao mesmo tempo distante e fria. Sorri, fingindo não estar decepcionada por meu "noivo" não ter mencionado que ele era muito rico.

O Contrato - Klaroline *[REVISANDO]*Onde histórias criam vida. Descubra agora