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-Brenda!– Jorge gritou, correndo até mim e tomando Brenda de meus braços. Seus olhos estavam cheios de desespero enquanto a segurava com cuidado, como se pudesse protegê-la daquilo que já estava dentro dela.– Fale comigo! Sinto muito! Sinto muito!

Vince se aproximou rapidamente, sua expressão dura.

-O que há com ela?– ele perguntou, olhando fixamente para Brenda.

Olhei para Thomas, e naquele instante soube que ele entendia o que estava acontecendo tanto quanto eu. Ele conhecia a verdade.

-Não sei!– Jorge respondeu desesperado, chamando por Brenda, tentando acordá-la.

Vince, sem perder tempo, abaixou-se ao lado de Jorge e puxou a calça de Brenda. Foi quando todos vimos a mordida. Aquela marca era inconfundível.

-Aí, merda!– Vince exclamou, e num movimento rápido, sacou sua arma, apontando diretamente para Brenda.

-NÃO!– Thomas e eu gritamos ao mesmo tempo, pulando para a frente de Vince, bloqueando sua mira.– Acabou de acontecer!– Eu disse, o coração disparado.– Ela não é perigosa ainda!

A tensão no ar era palpável. Vince nos olhou com fúria nos olhos, apertando a arma com mais força.

-NÃO DEVIA TER TRAZIDO ELA!– ele rugiu.– O REFÚGIO NÃO DURARÁ UMA SEMANA!

Thomas deu um passo à frente, tentando conter a situação.

-Espere! Eu entendo completamente, por favor.– ele começou, a voz calma, mas cheia de urgência.– Eu disse que você poderia ajudar. Deve haver algo que possa fazer.

Vince nos encarou por um segundo, como se considerasse as palavras de Thomas, mas então respondeu com frieza.

-Sim, eu posso.– Ele disse, e por um breve momento, suspirei aliviada, pensando que ele mudaria de ideia.

Mas então ele completou, com uma voz sombria:

-Acabar com o sofrimento dela.

Meus olhos se arregalaram de horror. Jorge começou a gritar, lutando contra os homens que o seguravam, tentando desesperadamente chegar perto de Vince, mas sendo impedido.

-VINCE!– uma voz feminina ecoou pelo acampamento, autoritária e calma ao mesmo tempo.

Todos nos viramos para a fonte da voz. Uma mulher, com um semblante firme e controlado, se aproximava lentamente.

-Ela está infectada, doutora. Não podemos fazer nada por ela.– Vince disse, ainda apontando a arma para Brenda, sem desviar o olhar.

A mulher balançou a cabeça com suavidade e respondeu:

-Não.– Sua voz era firme, mas serena.– Mas ele pode.

Todos viramos nossos olhares para Thomas. Ele ficou imóvel, completamente confuso, sem entender o que ela queria dizer.

-Oi, Thomas.– disse a mulher, olhando-o diretamente nos olhos.

Thomas a encarou, perplexo, como se tentasse se lembrar de quem ela era. E, naquele momento, percebi que havia algo muito maior acontecendo, algo que nós não sabíamos, mas que Thomas, de alguma forma, estava no centro.

-O quê?– Vince olhou para a mulher e para Thomas, claramente confuso com o que estava acontecendo.

-Você me conhece?– Thomas perguntou, sua voz cheia de incerteza. Ele parecia tão perdido quanto todos nós.

A mulher observou Thomas com um olhar curioso antes de responder.

-Interessante...– ela murmurou, caminhando em direção a Brenda, ainda inconsciente.– Faz sentido que tenham colocado você no labirinto. Mas, admito que tive medo que o matassem depois do que você fez.

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