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O caos havia tomado conta de tudo. O acampamento, que há pouco tempo estava cheio de vida e conversas, agora era um cenário de destruição total.

Thomas e eu corremos para o centro do acampamento enquanto helicópteros jogavam bombas sem piedade. O chão tremia a cada explosão, e os gritos de dor e pânico ecoavam por todos os lados.

-NÃO!- Thomas gritou quando uma bomba explodiu perto de nós, separando-nos por um breve momento. Ele se aproximou rapidamente e segurou meus ombros.- Scarlett, cuidado. Precisamos agir.

Ele correu em direção ao que parecia ser uma estrutura, mas a fumaça e a confusão tornaram impossível identificar para onde ele estava indo.

Eu estava congelada por um segundo, o som ensurdecedor das explosões e dos gritos das pessoas me cercava, e tudo parecia estar em câmera lenta.

Não conseguia me mover, o medo me paralisava.

Homens começaram a descer dos helicópteros, atirando sem hesitação, imobilizando pessoas inocentes com choques e rajadas de balas.

O chão estava cheio de corpos caídos, e o fogo das explosões consumia o acampamento. Finalmente, consegui me forçar a agir.

-CORRAM!- Gritei, tentando alcançar Mary e Vince, que também corriam entre as explosões. Mary voltou para ajudar algumas pessoas feridas, mas um dos soldados armados se aproximou dela, ameaçando-a com uma arma.

-Não se mova!- Ele disse, sua voz fria e cruel.

‐CADÊ O THOMAS!?- Gritei para os garotos enquanto nos escondíamos atrás de algumas grandes bacias, tentando encontrar alguma proteção. As explosões não paravam, e o pânico aumentava.

Pude ver Vince, Harriet e Sonya no topo de um carro, cercados e atirando de volta.

-VINCE! HARRIET!- Corremos até eles, nos abaixando entre os escombros e os destroços.

-QUEREM AJUDA?- Newt gritou, já pegando uma arma caída no chão.

-NOS DEEM COBERTURA!- Harriet respondeu, sem parar de atirar.

Eu corri até onde algumas armas estavam jogadas e peguei uma metralhadora. Vince me olhou com uma expressão de surpresa.

-SABE USAR ISSO?- Ele perguntou, ofegante.

-ÓBVIO!- Respondi, focada na situação. Meus olhos estavam semicerrados de concentração e, sem hesitar, apontei a arma para o soldado que estava ameaçando Mary, acertando-o antes que ele pudesse agir.

Logo, comecei a atirar nos outros inimigos ao redor, protegendo nossos amigos e tentando manter o acampamento em pé.

O som dos tiros se misturava ao das explosões e dos gritos, mas, por dentro, eu sentia uma única coisa: a necessidade de sobreviver e salvar todos que eu pudesse.

Com a metralhadora, consegui acertar inúmeros sentinelas do CRUEL.

A adrenalina corria pelas minhas veias enquanto eu apoiava meu peso no joelho, tentando equilibrar a metralhadora pesada.

O som dos tiros era ensurdecedor, mas a frustração que crescia dentro de mim me fazia continuar. Não posso perder - essa era a única coisa que passava pela minha mente.

Olhei ao redor, localizando os agentes do CRUEL em diferentes pontos estratégicos. Minha mira era precisa, e comecei a disparar sem hesitar, atingindo alvos importantes.

Cada tiro certeiro trazia uma sensação de alívio, mas isso era rapidamente substituído pela realidade brutal de que ainda estávamos cercados.

Eles não recuavam. Pelo contrário, uma chuva de balas veio em resposta, atingindo o chão ao meu redor e arrancando faíscas das superfícies.

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