Capítulo 13

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Na manhã seguinte, o sol brilhava através das cortinas, anunciando o início de um novo dia. Simone acordou com uma sensação renovada de determinação. Ao seu lado, Soraya ainda dormia tranquilamente, um leve sorriso nos lábios. Simone se levantou com cuidado para não acordá-la e foi buscar o café da manhã.
Enquanto o aroma do café fresco preenchia o quarto, Soraya abriu os olhos, ainda sonolenta, mas com um olhar de gratidão.
— Bom dia, meu amor. — disse Simone, entregando-lhe uma xícara de café. — Temos um dia cheio pela frente.
— Bom dia. — respondeu Soraya, aceitando a xícara e se aproximando para um beijo rápido. — Vamos enfrentar tudo juntas, como sempre.
— Quero te agradecer pelo apoio e pela noite maravilhosa Yaya. Eu não te mereço. — Disse a morena enquanto fazia um carinho no rosto da loira.
—Merece sim, pois apesar dos percalços sempre está ao meu lado me dando todo seu amor. — Retribuiu o carinho.
Depois do café, ambas se prepararam para o trabalho. Simone tinha uma série de reuniões importantes com governadores, enquanto Soraya precisava finalizar um projeto crucial para enviar ao presidente do senado. Apesar da correria, elas encontraram um momento para se abraçar antes de sair.
— Não se esqueça, hoje à noite temos o jantar em família. — lembrou Simone. — As meninas estão animadas para passar um tempo com a gente.
— Eu não esqueceria por nada. — Soraya sorriu. — Vai ser ótimo estarmos todos juntos.
As duas se despediram com um beijo intenso e antes de Tebet deixar o quarto deu um “cheiro” no pescoço da mini onça. Thronicke continuou a vestir a pequena, que acabara de sair do banho, pois Isadora ficaria no escritório com a mãe durante parte da manhã. Ela fazia questão de passar o máximo de tempo possível com a filha ao seu lado.
O dia passou rapidamente, com Simone e Soraya imersas em suas tarefas. Quando a morena finalmente chegou em casa, exausta, mas satisfeita com o trabalho realizado, foi recebida pelas filhas, que já estavam preparando a mesa para o jantar.
— Maãe! — gritaram as meninas, indo de encontro a ela para abraçá-la.
— Sentimos saudades. — Disse Maria Fernanda.
— Muita. — Concordou Maria Eduarda.
— E você, Isabela? — questionou Tebet divertida.
— Eu também, é claro! Amo minha madrasta preferida. — Respondeu Isa enquanto se aconchegava nos braços da mais velha.
Simone e Soraya se entreolharam, sentindo-se abençoadas por terem uma família tão amorosa. Juntas, elas ajudaram a finalizar os preparativos para o jantar, rindo e conversando sobre o dia.
Enquanto se sentavam à mesa, Simone olhou ao redor e sentiu uma onda de felicidade. Com Soraya ao seu lado e suas filhas por perto, ela sabia que poderia enfrentar qualquer desafio. E naquela noite, enquanto compartilhavam histórias e risadas, o destino resolveu testar sua força outra vez.
Um alarme estridente ecoa pela casa. As luzes de emergência piscam, e a equipe de segurança corre para seus postos. Simone sente um frio na espinha ao perceber que o inimigo fez seu movimento.
— Fiquem juntos e não saiam daqui — ela ordena, tentando manter a calma na voz. Ela sabe que precisa agir rápido.
No andar de baixo, a equipe de segurança está em confronto direto com intrusos mascarados. Simone pega um rádio e coordena a defesa, mas percebe que os invasores são mais numerosos e bem equipados do que esperava.
De repente, uma explosão sacode a casa, e Simone é jogada contra a parede. Atordoada, ela se levanta e vê que uma parte da casa está em chamas.
— Precisamos sair daqui agora! — ela grita para a equipe e para sua família.
Soraya corre com a pequena Isadora no colo, sendo seguidas pelas Marias e Isa, em direção a saída de emergência do palácio onde um carro blindado já estava a espera para leva-las ao local seguro da presidência.
Enquanto todos correm para a saída de emergência, Simone percebe que o inimigo não está apenas tentando assustá-la – eles estão determinados a destruí-la. Com um último olhar para a casa em chamas, ela promete a si mesma que não vai descansar até que sua família esteja segura e o inimigo seja derrotado.
Soraya ao perceber que Simone não estava vindo para fugir com ela volta correndo para dentro do palácio sendo seguida por um segurança.
— Mãe! Não! O que vai fazer? — questiona Isabela já chorando.
— Soso, por favor, volta aqui! — pediam as Marias, abraçando Isa com força.
— Senadora! Senadora! — Chamou o segurança desesperado. — Precisamos de um plano.
— O plano é encontrar a Simone. — Respondeu ofegante enquanto corria a procura da esposa.
Enquanto Simone corria desesperadamente para a saída de emergência, o som de passos rápidos ecoava pelo corredor. De repente, um dos invasores conseguiu se infiltrar na sala onde ela estava. Ele se moveu com agilidade, bloqueando a única saída disponível.
— O que você quer? — ela grita, tentando manter a voz firme, apesar do medo que sentia.
— Eu quero acabar com você. Achou mesmo que ia armar toda aquela palhaçada de CPI da covid para me derrotar e eu ia deixar por isso mesmo, Tebet? — ele respondeu com um sorriso cruel. — Eu avisei para você e para o seu marido que não iria sair barato tudo isso, mas você não quis ouvir. Nem você e nem a idiota da Soraya.
Simone sentiu um frio na espinha, mas manteve a postura. — Eu fiz o que era certo e não me arrependo. E não ouse tocar no nome da minha mulher.
O invasor riu, um som seco e ameaçador.  — Aquela vadia me deve tudo! Se elegeu as minhas custas e manchou meu nome te ajudando nessa história de CPI e virando sapatona. E para atingir vocês duas de uma vez só eu vou matar aquele fruto desse show de horrores que vocês chamam de casamento.
O desespero tomou conta de Simone. Ela não sabia se suas filhas estavam realmente em segurança. O coração batia acelerado, a respiração se tornava ofegante.
— Espera! — gritou Tebet, a voz carregada de pânico, quando viu Bolsonaro indo em direção à porta por onde Soraya e suas filhas haviam saído minutos antes.
Quando o homem virou para responder Simone, a porta foi aberta com força e um segurança, seguido por Soraya, entrou na sala. O segurança, com movimentos rápidos e precisos, imobilizou Bolsonaro, prendendo seus braços atrás das costas. Soraya, com o rosto pálido de preocupação, correu imediatamente para Simone, seus olhos cheios de alívio ao ver que a esposa estava bem.
— Você está bem? — perguntou Soraya, a voz trêmula, enquanto segurava as mãos de Simone.
Simone assentiu, ainda tentando recuperar o fôlego. — Estou, graças a você.
Soraya envolveu Simone em um abraço apertado, sentindo o coração bater acelerado. O segurança, mantendo Bolsonaro sob controle, olhou para as duas e disse:
— Precisamos sair daqui agora. Não é seguro.
Foi quando Thronicke avistou a arma de Jair caída no chão e a segurou rapidamente apontando para a cabeça do homem.
— Acho que chegou a hora de retribuir as aulas de tiro que me forçou a fazer. — disse ela, com a voz firme e os olhos fixos no invasor.
Bolsonaro, ainda imobilizado pelo segurança, tentou se soltar, mas a pressão da arma contra sua cabeça o fez parar. Ele olhou para Thronicke com um misto de raiva e medo.
— Você não teria coragem — ele desafiou, tentando manter a compostura.
Soraya não desviou o olhar. — Não me subestime. Já passei por coisas piores do que você pode imaginar.
Simone se virou para esposa, a voz carregada de emoção. — Por favor, meu amor, não o mate. Ele merece ir para a cadeia e pagar por seus crimes. Não podemos nos rebaixar ao nível dele.
— Ele vai pagar. No inferno! — respondeu com o olhar carregado de raiva.
— Por favor, meu amor! Pense nas nossas filhas. — Implorou Tebet, tocando os braços da esposa com cuidado.
Thronicke hesitou por um momento, olhando para Simone. Ela sabia que a esposa estava certa. Com um suspiro profundo, ela baixou a arma, mas manteve um olhar vigilante sobre Bolsonaro.
— Você tem sorte que ela é uma pessoa melhor do que você jamais será — disse Soraya, com desprezo.
O segurança aproveitou o momento para algemar Bolsonaro, garantindo que ele não pudesse escapar. Soraya e Simone trocaram um olhar de alívio, sabendo que, pelo menos por enquanto, estavam seguras.
— Precisamos sair daqui agora. A situação está sob controle, mas não sabemos se há mais invasores.
Eles seguiram em direção à saída segura, movendo-se rapidamente pelos corredores enquanto o som das sirenes da polícia se aproximava. Quando finalmente chegaram ao carro, puderam ver o palácio em chamas ao longe, com a polícia adentrando para prender os invasores restantes.
Dentro do carro, o silêncio era pesado, quebrado apenas pela respiração ofegante de todos. O motorista, um dos seguranças, acelerou em direção ao local seguro onde as filhas de Simone e Soraya já haviam sido levadas por outros seguranças.
Ao chegarem ao destino, Simone e Soraya saíram do carro apressadamente, os olhos procurando ansiosamente por suas filhas. Quando finalmente as encontraram, um misto de emoções tomou conta das duas mulheres. Elas se sentiram aliviadas ao ver que as meninas estavam seguras, mas também tristes e exaustas por terem enfrentado tanto ódio simplesmente por fazerem seu trabalho e amarem uma à outra.
Simone abraçou suas filhas com força, lágrimas escorrendo pelo rosto. Soraya se juntou ao abraço, sentindo o mesmo alívio e tristeza. Elas sabiam que ainda havia um longo caminho pela frente, mas naquele momento, estavam juntas e seguras, e isso era o que importava.

A distância é só um detalhe - segunda temporada-Onde histórias criam vida. Descubra agora