Capítulo 5

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Me perdoem pela demora mas o tempo esta pouco para tanta coisa
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Simone trabalhou até de madrugada resolvendo problemas enquanto Soraya chorava sozinha no quarto, enrolada em seu cobertor favorito devido ao frio do ar condicionado, pela ausência de sua esposa. A loira se questionava o porquê de Simone agir assim logo agora que estavam vivendo o sonho de ter um filho juntas ou se tinha errado na decisão de engravidar, mas jamais se arrependeria de ser mãe novamente. Suas Isas eram seu orgulho e alegria.
Quando retornou ao quarto Simone percebeu que passou muito tempo trabalhando pois o sol já estava querendo aparecer no grande céu de Campo Grande, percebeu sua esposa encolhida e agarrada ao cobertor na cama com os olhos inchados demonstrando o tempo que passou colocando sua tristeza para fora em forma de lágrimas.
A morena achava que a esposa estava sendo infantil querendo sua atenção a todo momento, que Soraya deveria compreender a dimensão do seu cargo e apoiar incansavelmente suas decisões como presidente, mas a primeira-dama não diria amém para tudo o que a esposa fazia pois sabia que alguém tinha que pôr os pés de Simone no chão e mostrar-lhe a realidade, ou seja, onde está errando.
E se tinha uma coisa que a morena estava fazendo era errar, nesses últimos tempos, colocando o emprego sempre a frente do seu casamento e esquecendo que ela era um ser humano e que precisava de descanso como qualquer outro.

Na manhã seguinte Soraya acordou primeiro que a esposa, olhou a morena dormindo e pensou no tanto que o relacionamento das duas havia mudado desde que Simone assumiu o comando do Brasil e repreendeu a si mesma por ter dado tanto apoio para essa corrida à presidência. "As vezes eu sou uma péssima esposa, ainda bem que não exponho esses pensamentos."  A loira afastou os pensamentos e seguiu direto para o banheiro fazer sua higiene matinal, por ali resolveu tomar um banho para relaxar um pouco mais.
Assim que saiu do banheiro ouviu sua pequena chorar, fazendo Simone levantar em um pulo já que estava com o sono leve pelo inconsciente incômodo de saber que sua mulher havia chorado.
-Quer ajuda? -Perguntou ainda com a voz arrastada pelo sono.
-Não. Não preciso da sua ajuda para nada. - Respondeu com a voz carregada de ressentimento. Arrependeu-se no minuto seguinte pelo modo como foi rude com a esposa, mas não se retratou. A loira seguiu até pequena e logo se direcionou a varanda da casa, sentado em um sofá que poderia ver a vista de toda a fazenda enquanto amamentava.
Sentiu uma lágrima escorrer enquanto relembrava os bons momentos que teve com Simone ali mesmo, naquele sofá, admirando aquela linda vista.
Assim que voltou da imersão em seus pensamentos Soraya colocou a bebê em seu carrinho e seguiram até a mesa para tomar café, Fairte se juntou a elas dando um sorriso de compaixão e compreensão à loira. Todos entendiam a tristeza da primeira-dama e Fairte iria puxar as orelhas da filha assim que a mesma acordasse.
Depois do café, Soraya seguiu em passeio pela fazenda com suas Isas, as Marias e seus cônjuges, queriam respirar ar puro e olhar as belezas dos canteiros de flor que a fazenda estava cuidando com tanto amor. Era um dos orgulhos de Fairte e Isabela.

Poucos minutos após as mulheres saírem para conhecerem as flores Simone juntou-se à mesa para tomar café.
-Onde está a minha esposa? Minhas meninas? - Questionou com um tom tranquilo.
-Foram ver as flores da Isabela. - Respondeu Eduarda.
-Nem me esperaram. - Disse a morena com um tom mais triste.
-Acho que ninguém está querendo a tua companhia por enquanto. Estão todos magoados. - Respondeu Fairte secamente.
Simone observou o olhar de fuzilamento da mãe e engoliu seco, pois sabia o que viria a seguir.
-Você acha que está fazendo a coisa certa Simone? Você acha que é certo você deixar a sua família no meio de seu descanso de Natal porque alguns incompetentes não sabem resolver nada sem te questionar? Olha nos meus olhos e me diz. - Fairte tinha um tom mais de tristeza do que raiva. Sabia que a filha estava errada e não queria abrir os olhos para os seus próprios erros.
-Mãe, não sei o que a Soraya te falou, mas não foi bem assim. Ela está agindo feito criança querendo minha atenção o tempo todo. - Respondeu Simone sem paciência e na defensiva.
-Você está agindo feito homem agora. - Retrucou Eduarda.
-Exatamente. - Concordou Fairte. - A Soraya não falou absolutamente nada sobre o que aconteceu, mas todos ouvimos a batida da porta e o rosto inchado de chorar agora de manhã. Com certeza palavras de amor não foi o que você falou.
-Mãe, olha só, eu agora sou a presidente da República…
-Olha só você Simone. Você não é mais criança para achar que é uma super heroína que pode resolver todos os problemas de um país em um dia. Você está agindo igual o seu pai, tendo as atitudes que um dia você tanto criticou por saber que me magoavam. - Respondeu Fairte e saiu da mesa em lágrimas seguindo rapidamente para seu quarto.
-Você errou e errou feio maninha. Não queira perder a mulher da sua vida por causa de política. - Comentou Eduarda enquanto também se retirava deixando Simone com seus pensamentos e lágrimas.

Soraya retornou do passeio com as demais e encontrou Simone sentada na sala olhando pela janela, largou o carrinho com a filha perto da esposa e foi para o quarto, precisava ligar para sua mãe e conversar sobre os problemas.
Após alguns minutos conversando com Dona Ilda ouviu alguém tentando entrar no quarto que estava com a porta trancada.
- Mãe preciso desligar, depois conversamos melhor. Quando eu estiver saindo daqui eu aviso.
Depois de desligar a ligação se encaminhou até a porta e destrancou.
- Que malas são essas? Para onde você está indo? - Questionou Simone assustada.
- Vou passar o Natal com a minha família. Não gosto de passar as festas sozinha. - Respondeu seca.
- Como assim? Você não está sozinha... - Começou a dizer com um tom de deboche mas foi interrompida.
- Estou, desde que você assumiu essa presidência é assim que me sinto, sozinha. E eu tô cansada de esconder como eu me sinto, parece que eu voltei para o meu passado. Eu cansei Simone.
Juntou suas mala, pegou a sua pequena e saiu em direção ao carro onde Isabela já esperava.
- SORAYA... SORAYA ESPERA...
A loira não quis conversar, arrancou com o carro e foi embora.
- O que aconteceu? - Questionou Fairte preocupada.
- Ela disse cansou e foi embora. - Respondeu Simone deixando as lágrimas caírem livremente.

Notas da autora
Olá meus amores. O que estão achando?
Vai vir mais sofrimento por aí. Beijos.
Sugestões e críticas são sempre bem vindas.

Bjos da tia Mi❤️

A distância é só um detalhe - segunda temporada-Onde histórias criam vida. Descubra agora