P̴a̴s̴t̴ - Narusaku

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As duas seguiram pelos corredores do hospital em silêncio, uma tensão evidente no ar. Sakura mantinha uma certa distância, permitindo que Hinata fosse à frente. Afinal, a relação entre ela e Naruto havia se esgotado há muito tempo, e não faria sentido ela estar ali como algo mais que uma figura legal, uma última formalidade de um casamento que já havia acabado.

Se o atentado tivesse ocorrido um dia depois, ela nem teria o direito de estar ali, pois o divórcio ja teria finalizado.

O fato de o processo só poderia finalizar se o uzumaki estivesse em condições de assinar.

A razao de ter demorado tanto pra dar entrada, mesmo ja não estando juntos a cinco anos era porque ambos eram muito ocupados, alem disso, eles ja viviam separados então o papel nao mudava muita coisa, fora que por terem muitos bens e a conta conjunta era muito burocrativo.

Como pode, por conta de um unico dia, eles não estavam oficialmente separados agora, apenas 24 horas.

Quando as duas chegaram à porta do quarto de Naruto, Hinata foi a primeira a entrar, visivelmente ansiosa. Sakura ficou parada à porta, sem se mover, observando de longe, sentindo-se desconfortável por estar ali.

Ver Hinata com ele a fazia sentir-se ainda mais deslocada, como uma intrusa em um momento que claramente pertencia a outra pessoa.

Hinata se aproximou de Naruto com uma expressão de alívio, quase se jogando sobre o corpo dele na maca, mas Naruto franziu o rosto de dor. Hinata recuou rapidamente, perguntando com uma voz preocupada:

— vida, você está bem?

A cena era estranha para Sakura. Embora soubesse da relação entre Naruto e Hinata, testemunhar aquele tipo de intimidade de perto era desconcertante.

Eles não estavam mais juntos há tanto tempo que ver outra mulher o chamando de forma carinhosa nem devia trazia sentimentos mistos, ela sabia que não era ciumes, talvez fosse constrangimento.

Por mais que quisesse se manter indiferente, o fato de estar ali, ainda tecnicamente casada com ele, a fazia se sentir uma intrusa em um momento particular, algo que ela preferia evitar.

Sakura raramente testemunhava esse tipo de coisa, ninguém gosta de ver seu ex em um momento de ternura com outra pessoa, por mais que já não houvesse mais sentimentos entre eles.

O médico, que também estava no quarto, observava a cena com atenção e logo interveio, pedindo para Hinata tomar cuidado com os movimentos. Naruto ainda estava muito frágil. Com o braço imobilizado por uma tipoia e coberto de curativos, ele estava visivelmente debilitado, ainda ligado ao soro. O olhar de Naruto, no entanto, chamou a atenção de todos. Ele olhou para Hinata, mas com uma expressão de confusão. Seus olhos piscaram algumas vezes, como se tentasse entender onde estava e quem eram aquelas pessoas ao seu redor. O médico explicou que era normal para pacientes que saíam de um coma induzido ficarem desorientados, e Naruto claramente estava tentando processar o que lhe havia acontecido.

A expressão de Naruto era de alguém que acabara de acordar em um mundo completamente estranho. Seus olhos azuis percorreram o quarto de forma lenta, observando os rostos ao redor como se fossem desconhecidos. Era evidente que sua mente ainda estava nebulosa, e ele lutava para fazer conexões.

O médico começou a explicar o que havia acontecido — o acidente, o coma, o tempo que ele havia passado desacordado, mas dava para ver como ele nem prestava realmente atenção atenção, parecia procurar algo.

Então, algo inesperado aconteceu. Os olhos dele pararam, fixos na porta do quarto, onde Sakura ainda estava. Ele a olhou diretamente e suas sobrancelhas relaxaram instantaneamente. O monitor ao lado da cama, que indicava seus batimentos, mostrou uma queda súbita no ritmo acelerado.

Era como se, ao ver Sakura, seu corpo tivesse encontrado um ponto de calma, algo familiar em meio ao caos de sua mente confusa.

Naruto suspirou profundamente, e com a voz ainda fraca, se esforçou para finalmente falar algo.

— Sakura-chan ? — Sua voz soou suave, quase como um murmúrio, como se a chamasse. Sakura teria ficado constrangida sobre como todos na sala olharam para ela, que estava mais para fora do que pra dentro, alem de que, ele a chamou de uma maneira que não fazia anos, se as palavras que vieram a seguir não congelassem o ambiente. — por que esta tão longe? meu Amor.

O silêncio que se seguiu foi absoluto.

Hinata, que até então estava ao lado da cama, olhou paralisada para Naruto, enquanto Sakura sentiu uma onda de choque percorrer seu corpo, incapaz de reagir de imediato.