Sakura andava pelo corredor do hospital com passos pesados, os dedos crispados nos fios de cabelo, puxando-os com força. A respiração dela estava acelerada, irregular, num ritmo tão ofegante que parecia não conseguir oxigenar o próprio corpo.
O peito subia e descia de forma descompassada, num claro sinal de hiperventilação. Os enfermeiros que passavam por ela sequer a olhavam diretamente, como se fosse apenas mais uma pessoa em surto, uma imagem corriqueira entre aquelas paredes. Mas, naquele momento, ela realmente estava à beira de um colapso.
De longe, ela podia ouvir os soluços abafados de Hinata. O choro suave ecoava pelos corredores, trazendo uma sensação de desconforto em Sakura.
Kiba, um dos assessores de Naruto — que alias, a futura ex-uzumaki nem saberia dizer quando ele chegou— estava ao lado de Hinata, tentando consolá-la. Ele mantinha uma expressão séria. De tempos em tempos, ele lançava um olhar furtivo em direção a Sakura.
Quando seus olhos se encontraram, ela desviou rapidamente, sentindo o peito apertar ainda mais, como se uma mão invisível esmagasse o ar de seus pulmões, ela sabia que era irracional, mas havia alguma culpa interna, um constrangimento, como se fosse ela quem causou aquela situação.
Ainda ofegante, ela procurou um banco próximo e se deixou cair nele, exausta tanto física quanto emocionalmente. Sua mente estava à beira do caos.
A frase do médico repetia-se em sua cabeça, como uma gravação cruel sendo executada sem parar: "Naruto está com amnésia retrógrada." Aquilo soava como uma sentença. Os médicos haviam dito que precisariam realizar mais exames, o que ela normalmente ja saberia, mais ainda estava tão afetada que nem associou.
Eles pediram que Sakura e Hinata saíssem do quarto. Naruto, no entanto, tinha os olhos confusos, mas cheios de uma necessidade estranha, quase desesperada, de mantê-la por perto.
E isso só tornara a situação ainda mais dolorosa e constrangedora.
Ela se lembrava da sensação de desespero que tomou conta de si naquele momento, mas de algum jeito, reuniu forças para sair do quarto, mesmo com Naruto chamando por ela.
Sakura-chan.
O apelido antigo a atingiu com uma onda de nostalgia, quase como uma facada no peito. Ela sabia que aquele Sakura-chan não era o mesmo de antes. Não era o Naruto de quem ela havia se apaixonado. Mas irracionalmente, seu pulso esyava acelerado.
Sentada no banco frio do hospital, ela respirou fundo, tentando acalmar a mente, mas o tremor das mãos denunciava sua fragilidade.
A tela piscou, mas ela mal registrou as informações. Sua mente estava em outro lugar, perdida em um mar de pensamentos que pareciam empurrá-la cada vez mais para o fundo.
Ela sabia que coisas assim podiam acontecer. Já tinha visto casos de amnésia antes, mas nunca imaginou que isso poderia acontecer com Naruto, trazendo uma lembrança dolorosa da história deles.
Ainda assim, no meio de toda aquela confusão, um pensamento a atormentava. Ela ainda se lembrava da última vez em que Naruto a havia chamado de meu amor, um termo tão íntimo, tão significativo para eles. Era um eco de tempos felizes, de um Naruto que a conhecia profundamente e que ela conhecia também. E agora, ela era apenas Sakura.
Levantando-se com dificuldade, como se o peso de suas emoções fosse um fardo físico sobre seus ombros, Sakura decidiu buscar um pouco de água. Talvez um gole pudesse acalmá-la, pelo menos momentaneamente. Enquanto caminhava de volta pelo corredor, ela ouviu mais uma vez o som abafado do choro de Hinata. Ouviu claramente as palavras repetidas de Hinata, como um mantra desesperado: "Vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem..." Mas até Hinata parecia duvidar dessas palavras, apesar de repeti-las constantemente.
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P̴a̴s̴t̴ - Narusaku
Fiksi PenggemarSakura e Naruto ja estão separados a anos, eles não tem mais nada em comum e o amor acabou a muito tempo. O problema surge quando ela recebe a notícia de que ele foi levado às pressas para o pronto-socorro após ser baleado. Quando acorda, não se l...