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A manhã entregava ventos gelados, brisa fria, uma neblina camuflada com o céu sem vida e o resto do que havia se tornado a destruição

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A manhã entregava ventos gelados, brisa fria, uma neblina camuflada com o céu sem vida e o resto do que havia se tornado a destruição. Em um dos parques de Konoha, havia várias sepulturas, uma do lado da outra. O parque que foi um lugar tão bonito e cheio de vida, agora só restava nele restos de árvores e uma grama sem cor.

Foram muitas perdas, muito caos, muita restrição, muita tristeza. Assim como as pessoas, a vila da folha entrou em uma transição liminal de um estado para o outro. Se tratava de a saída de algo e a chegada de outra coisa, mas sem terminar os dois ciclos, ambos aconteciam ao mesmo tempo.

As pessoas se entreolhavam com os olhos avermelhados não aguentando ver mais aquilo, suas bocas queriam contar histórias, porém eram impedidas pelo forte sentimento de repressão e desgaste, deixando apenas os olhos contarem as histórias. Suas mentes barulhentas enchiam de mistérios e dúvidas. O acontecimento recente tinha sido aberto a qualquer tipo de público, no entanto, não tinha sido contato a qualquer tipo de público. 90% das pessoas que viram não sabiam a razão. Parecia mais uma história mal contada do que verdadeira e seria inútil apresentar tanto as falsas evidências quanto as provas verdadeiras, até porque os olhos se tornariam inúteis se não fossem capazes de enxergar a verdade. Mas nesse caso, seria só questão de tempo para todos absorverem as informações.

Iruka que segurava a mão de Kakashi, ao lado de Sakura, sentiu uma parte dele morrer. Ele, como pai, sempre imaginou no dia em que Naruto e Naomi enterraria-o e como esse dia seria triste, porém comparado ao cenário atual era o mais comum e aceito. Iruka tendo um carinho muito grande por aquelas duas crianças pensou que se um dia, por acaso do destino, visse uma delas morrerem, aquilo seria o suficiente para cavarem uma outra sepultura para ele, já que seria impossível um pai viver sem seus filhos. No entanto, o pior havia acontecido. Ele não morreu, e também não seria enterrado junto com um de seus filhos. Nessas horas a morte se torna a parte menos difícil da vida. A dificuldade mesmo vem em viver e seguir em frente.

Iruka não aguentava mais olhar a sua pequena como uma noiva cadáver em um caixão. Ele queria desmoronar em um abraço que amenizasse a sua dor, pois aquele dia estava sendo insuportável. Desde às 01: 00 AM parecia que os ponteiros do relógio tinham começado a girar em direções opostas que não faziam sentido. O tempo estava passando de ré. Um segundo ali era uma eternidade. E uma eternidade era um segundo.

Ele só queria chorar num abraço apertado, mas nem os mais encaixados eram capazes de enxugar esse choro por dentro. Eram apenas 07:00 da manhã e o peso do universo caía nas suas costas que a qualquer momento não suportariam mais o peso. Suas lágrimas caiam por dentro, gota por gota até seu interior ficar alagado e ser capaz de asfixiá-lo. É assim que o sofrimento mata e Iruka já estava completando o seu décimo óbito no dia.

E ainda eram 07:00 da manhã.

Iruka: A voz dela...ainda ouço a voz dela me pedindo ajuda.-Sua voz fracassava, sendo afogada no abismo da angústia profunda.

Ele tentou falar mais alguma coisa, porém estava prestes a morrer pela décima primeira vez. Kakashi que segurava sua mão, o puxou para um abraço, pois sentia-se do mesmo jeito.

Iruka: Quanto mais rápido sairmos daqui, melhor. Não quero ter lembranças da minha filha no caixão.

Kakashi: Eu também não. Vamos para casa descansar, não consegui dormir a noite toda, vou levar a Sakura até em casa, aproveito e levo você também.

Iruka: T-tudo bem.-Concordou enxugando o rosto.

Kakashi: Vamos, Saky.

Sakura: Sensei, espera! Olha o que está escrito no caixão da Naomi.

"Duas pessoas só podem guardar um segredo se uma delas estiver morta."

Iruka: Como é que é? Eu li direito?

Kakashi: Duas pessoas só podem guardar um segredo se uma delas estiver morta.-Repetiu a frase.

Os três que foram os únicos a escutar aquilo ali, e os únicos a estarem em volta do caixão, se entreolharam curiosos. Aquela frase soou sombria e possivelmente criminosa, ou metaforicamente, indicando que os segredos podem ser um fardo tão pesado que parte de alguém "morre" ao carregá-los.

Independentemente de qual forma aquilo estava sendo interpretado, ainda assim aumentou a curiosidade hostil dos três que poderiam está dispostos a testarem seus limites para o caminho da ambiguidade.

Eles poderiam não terem se dado conta, mas aquela tinha sido a primeira de muitas pistas para os mistérios que estavam por vir.

The Warriør AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora