Sob lua cheia

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E lá estavam eles.

Semanas se passaram desde o último ocorrido. Longe de qualquer civilização, eles iriam acampar mais essa vez em relevos desertos antes de alcançar a vila mais próxima.

Uma felicidade e alívio a Thranduil que conduzia um meio paciente.

Brad não teve uma melhora rápida e as ervas que o duque encontrava ao caminho, não foram suficientes para acordar o homem por completo, este, que sofria de muitos pesadelos noturnos e tonturas matinais.

Agora, nesse final de tarde, Thranduil vasculhava a pequena bolsa de utensílios que a filha de Bowman preparou, conseguindo encontrar não apenas os alimentos de sustância que quase acabavam, mas o restante de ervas para as feridas que já não eram mais de alto risco.

Se aproximando de um homem deitado sobre um manto grosso, Thranduil o instruiu a beber água do cantil recém abastecido.

Dentre tudo já feito e as intrigas anteriores, a única questão que Bowman não facilitava ao duque, era o momento de lavar-se.

Recusava o toque e a ajuda. Sofrendo e demorando ao banhar-se na nascente que encontraram ao descer o morro que escolheram se acomodar.

Já na ponta da lua, enquanto Bard ofegava pela febre, o duque o desnudou apenas até a intima roupa, afim de usar um tecido e a água límpida do lago para banhar o corpo infectado do sangue e sujeira.

— Vai querer tentar a sorte outra vez?

Bard resmungava alucinando. Thranduil não se comovia, mas não queria ser responsável de um corpo abandonado no meio da estrada...

E até que a lua cheia estivesse no centro do céu, Thranduil ainda não havia terminado de enfaixar o homem e logo infiltra-lo no saco de dormir.

Bard não fez um ruído sequer durante a noite toda. E Thranduil pôde dormir em paz após se lavar. 

...

Normalmente, Thranduil não tinha sono pesado, e qualquer ruído o faria franzir o cenho enquanto escuta ao seu arredor. Mas dessa vez, seu corpo e mente estavam tão cansados, que quando abriu os olhos por um espasmo de seu corpo tenso se surpreendeu com os homens vasculhando suas bolsas de viagem enquanto Bard estava apagado contra a árvore que servia de proteção contra as garoas.

Thranduil tinha seus pulsos amarrados contra as costas e as pernas também estavam imobilizadas por amarras. Seu corpo estava deitado sobre o leito, e pela posição da lua já era madrugada e logo o sol sairia.

Eram quatro saqueadores, três remexiam ao redor como se procurassem algo que foi escondido, e o quarto estava revistando lentamente o assassino desmaiado e que ofegava pesadamente.

Por causa dos cabelos longos sobre sua fronte, não foi perceptível aos ocupados que agora Thranduil estava acordado e observando a situação. E ele estranhou a necessidade deles averiguar o corpo de Bard, sendo que este estava praticamente nu. Os caras tiveram o trabalho de tirá-los da cama sorrateiramente, ao invés de simplesmente acordá-los e apontar armas em suas cabeças.

Algo extremamente suspeito iria ocorrer. E começou por Bard.

— Não tem nada aqui, você disse que ele estava carregando ela! Onde está?

O homem que levantou a camisa finíssima de Bard para analisar a atadura limpa, suspirou e abanou a mão livre em direção aos outros.

— Eu disse que vi ele com ela. Então procurem direito, enquanto eu procuro por aqui.

Far West - BarduilOnde histórias criam vida. Descubra agora