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CALISSA RODRÍGUEZ ROMANOVLotte Hotel St

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CALISSA RODRÍGUEZ ROMANOV
Lotte Hotel St. Petersburg

MEU ANIVERSÁRIO, ou o dia que meu avô faz sete anos que faleceu e levou consigo uma parte de mim e minha vontade de continuar no ballet.
Ele sempre foi quem mais me incentivou a entrar para o Bolshoi, já que conheceu minha avó em uma apresentação sua de O lago dos cisnes.

Depois de tantos sons do meu despertador, decidi finalmente levantar da enorme king size e percebo que Lyle não estava, mesmo que sendo um dia mórbido, parece que o dia começou bem. Olho para a cabeceira e vejo um bilhete.

Feliz aniversário, princesa. Desci para tomar café e já volto, seus pais estão te esperando para todos passarem o dia juntos.

Confesso que me surpreendi por ele saber que é meu aniversário, mas reviro os olhos ao ver o resto da mensagem. Aproveito o quarto todo para mim e relaxo por mais alguns minutos na banheira.

Visto um vestido preto de mangas longas, curto o suficiente para ser elegante, com meia calça escura e meus Louboutins favoritos. Finalizo com joias douradas da Cartier, uma bolsa Hermès que combina perfeitamente com o cinto dourado, e claro, as luvas para um toque clássico. Eu já estava acostumada com o inverno de São Petersburgo, então não usava tantas roupas como as outras pessoas.

Deixo um bilhete avisando que iria para o shopping e só apareceria na hora do almoço. Eu precisava ficar, pelo menos, uma manhã inteira longe de todos. Amo meu pai, mas dessa vez nem ele está se salvando, eu precisava de sossego e calma - o que significa - longe de qualquer pessoa que me lembre ou cite a palavra "casamento".

O céu cinzento, o frio cortante de outono, e o vento que soprava pela janela entreaberta só me animavam ainda mais. Eu não queria mais ficar presa naquele hotel, planejando cada detalhe para um casamento que nem realmente quero. Então, peguei o telefone e liguei discretamente para o motorista. Em poucos minutos, desci as escadas, escondida, sentindo o coração bater mais rápido com o pequeno ato de rebeldia.

Quando entrei no carro, o motorista, já acostumado às minhas escapadas, apenas sorriu e me levou para o shopping. Lá, a manhã parecia ser minha. Sentei em um café aconchegante, pedindo meu cappuccino favorito, enquanto observava o movimento das pessoas. Adorava essa sensação de liberdade, mesmo que momentânea.

Depois do café, mergulhei nas compras. Cada loja era um refúgio, um pequeno espaço onde eu podia esquecer os problemas. Vestidos, sapatos, bolsas... Nada parecia o suficiente para compensar o peso do compromisso que me esperava. Passei por uma joalheria e encarei um anel com pedras que brilhavam à luz da vitrine. Por um instante, pensei em como minha vida poderia ser diferente se esse casamento não estivesse me prendendo.

No altar do destino ✓ Lyle Menendez Onde histórias criam vida. Descubra agora