Gritos clamando por Malkiur emergiam do horizonte. Feridos, Royrren e o Deus da Destruição corriam em direção do Iluminado. O monge disparava na frente de Collizeu, temendo pelo pior. Quando chegara, vira a cena que o arrepiou por inteiro. Malkiur, fatiado da cabeça aos pés, estava sem vida com os olhos semi-abertos. Royrren deu um passo para trás, mas ouvira dois passos à frente pela sua esquerda. Não era Collizeu. Era Hermeas, que mesmo depois lutar contra os dois, estava intacta. Dobrando o pulso para cima, trazendo a palma para si, levitou as duas partes da divindade e as fundiu, curando, num instante, os ferimentos do corpo. No mesmo segundo, Hermeas levantou o braço direito, com a palma virada para eles, e repeliu-os com o impulso gravitacional de sua mão. Ambos foram arremessados poucos metros a frente dela, deixando o corpo de Malkiur sob o domínio de sua manipulação. Ela arrancou o outro braço do príncipe e o levitou em direção a Anarc. O deus, já de pé, teve o membro em suas mãos. E, após observá-lo por alguns instantes, deu uma mordida e arrancou um pedaço do braço. Devorou-o rapidamente até que só restassem os ossos.
A aura de Anarc se intensificou com a absorção da energia cósmica inativa no cadáver. Seus ferimentos se regeneraram. Médias asas de dragão emergiram das costas da divindade; chifres cresciam para fora de sua testa; escamas dracônicas apareciam em seus antebraços e nas bochechas. Rugindo como um dragão, aparente fora os afiados caninos tal como uma serpente.
Os céus se estremeceram. Raios roxos começaram a intercalar as nuvens, tornando-as arroxadas. Fora então, que cores diferentes brilharam no céu. Vermelho, verde, amarelo, rosa, cinza; todas as cores existentes estouravam-se acima deles. Com ambos se reerguendo, Collizeu sentia uma grande presença mágica. Magias que já vira em mundo terreno, porém, todas estavam no mesmo lugar, ao mesmo tempo.
O Plano Mágico estava invadindo o Plano Material.
Abaixo dos pés de Anarc, um médio pilar crescia, deixando-o por cima de todos eles; de todo o planeta. Os braços da lei universal mais forte, estavam cruzados; observava, abaixo dos céus, o deus e o monge, com medo. Inclinou, levemente, a cabeça para a direita com um sorriso sutil e um pequeno levantar de ombros. Indiretamente, dizia: "O que irão fazer agora?".
Encarando o fim de Thern, resposta àquela pergunta era inexistente. Sem o Iluminado, o que um deus e um humano poderiam fazer contra as duas criaturas mais fortes do mundo? Collizeu olhou para Royrren, despreocupado. Ele queria ver como Royrren estava reagindo ao que seria o fim de tudo. O monge, em silêncio e boquiaberto, via destroços levitando ao redor, enquanto nuvens coloridas afastavam as nuvens negras no céu, chegando mais próximo deles. A terra se estremecia. Royrren engoliu seco, mas não se desesperou. Fechou os olhos, respirou fundo e lembrou-se pelo que ele deveria lutar. O príncipe confiou a alguém uma manopla que estavam conectadas com toda a vida terrena. Manopla que estava na mão do monge, transmutam a matéria existente ao seu favor.
A Alquimia. Prática que conseguia interligá-lo à toda energia existente. Há meses atrás, o príncipe Malkiur, após dias em meditação na floresta de Dogfall, conectou sua mente à natureza. Não fora só um meio de se libertar de seu passado, mas também um meio de se interligar com o presente e com as vidas que estavam no plano material. Com o passar dos dias, Daria vinha ao seu encontro, entregando-o comida e água. Certa vez, o príncipe pediu que trouxesse folhas de papel, uma pena e um pequeno pote de tinta. Assim, escreveu o que havia descoberto sobre a vida e sobre si, para que suas palavras se tornassem ensinamentos para quem quisesse absorvê-los.
Entre as escrituras, quando guiado por Ravi à própria sala, Royrren fora apresentado e as estudou, descobrindo, sozinho, um tipo de mecanismo capaz de conservar energia em apenas um objeto. Seu raciocínio, perante as palavras do príncipe, assustaram Ravi, mas o alegrou, pois, o sucessor do Iluminado, havia sido finalmente encontrado. Fora venerado por todos os seus companheiros. Teve ajuda dos Treinados para construir sua ideia de manopla que teria o poder de bater de frente com os deuses, se seu mestre já não pudesse mais.
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Honrado: Além dos Céus
FantasiaDesvincilhou-se de uma vida pacífica após uma tragédia o mostrar que o mundo era cruel. Em busca do próprio caminho, o príncipe Gautar, vagou pelos confins do mundo para entender-se e compreender todo sofrimento que rondou seu passado. Auxiliou os c...