Honrado: Além dos Céus

Capítulo 14 - A autêntica gratidão

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Em seu avanço, Lenna erguia seu punho, revestido com o fogo branco flamejante. Pulou e tentou aplicar um soco na face de Hermeas, porém teve sua mão bloqueada por uma força gravitacional que a puxava para o lado oposto à deusa. A força impulsionou seu torço para trás, fazendo-a girar uma volta completa no ar. Pondo as mãos no chão, impediu que sua cabeça se chocasse com o solo; ficou em pé, ainda focada na deusa.

Enfurecida, rapidamente arremessava discos brancos flamejantes em Hermeas, que os refletia com a repulsão gravitacional, facilmente.

- Assim como a Jenny, você é só mais um receptáculo descartável - inexpressiva, disse.

Bateu a palma das mãos, as pressionando uma contra a outra. Ao separá-las, no meio delas, apareceu uma pequena esfera negra presa a duas cadeias de raios que saiam de suas palmas. Impulsionou a esfera contra o próprio peito e a arremessou contra Lenna. Acertou-a na barriga, a arremessando na parede atrás. Tão forte era a potência da esfera que a fez ultrapassar o muro, o quebrando; em seguida, mais duas paredes foram destroçadas, formando buracos enormes.

Ao levantar-se com dificuldade, percebeu que o solo tornou-se madeira. Olhou para cima e percebeu a inclinação do teto indo para a esquerda. À frente, uma cama. Em frente a cama, uma lareira apagada. Sombrio, assim como Dogfall, era aquele cômodo. Estava em um quarto, em algum lugar. No lado de Lenna, notável era um buraco gigante formado, causado pela agressividade que a esfera a lançou contra aquela sequência de muros. Saiu pela porta atrás de si, e encontrou-se uma média área de recepção. Uma pousada era onde Lenna se encontrava; local humilde, com apenas quatro quartos próximos ao balcão.

No balcão, o recepcionista tremia-se agachado. Lenna exclamou para que ele saísse de lá o mais rápido possível.

Um terremoto abrangeu a área e, de repente, uma colina de pedra e terra cresceu abaixo do recepcionista, o fazendo ser levado aos altos e esmagando seu crânio quando em contato com o teto. Seus olhos e miolos caíram na frente de Lenna, a apavorando completamente. Uma explosão foi ouvida pela esquerda. Hermeas desferiu um soco sobre a parede próximo da entrada, jogando, por consequência, destroços de madeira contra Lenna. As farpas grandes e as tábuas transmutaram-se, rapidamente, em morcegos com patas e dentes de aço afiados.

A assassina fez uma dança com as mãos e juntou suas palmas, mirando todos os dedos em direção à colônia sanguinária.

- Lupus Albus - disse, contraindo o cenho para baixo. Uma luz concentrada iluminou os olhos furiosos de Lenna. Ergueu as mãos, ainda juntas, rapidamente para cima e depois para baixo.

Quatro cortes, de repente, foram aplicados ao vento. Cortes que se abriram com densidades absurdas, fazendo todos os morcegos serem devorados pelos ataques. O chão cortou-se como se uma garra o rasgasse; até mesmo o vento foi dissipado com agressividade. Ao redor, estremeceram-se as paredes e farpas pequenas saíram delas. Os cortes seguiram em direção a Hermeas. A deusa juntou o dedo indicador e o do meio e, com um golpe na horizontal, da esquerda para a direita, fatiou os cortes densos como se não fossem nada.

Um silêncio tenso afetou o local por alguns segundos quando, de repente, na altura dos ombros, o peito de Lenna foi cortado e o sangue jorrou rapidamente. A assassina desequilibrou-se para trás, sem acreditar. Olhou para baixo e viu o sangue escorrer; ao olhar para frente, recebeu um soco no rosto que dissipou o ar ao redor. Outro soco mais forte a fez cair para trás. Hermeas a agarrou pela veste antes que caísse e a puxou para si, desferindo um potente soco que fez Lenna afundar no solo do local.

A fumaça de destruição espalhou-se. Hermeas, sem visão da assassina, foi surpreendida com um disco branco flamejante que arrancou parte da sua bochecha e olho. O disco dissipou a fumaça, mostrando Lenna ainda consciente e com os olhos, assustadoramente, focados na deusa.