Toto e Mick

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Regras

Havia certas regras que Toto Wolff seguia. Havia linhas que ele não cruzaria. Uma dessas regras era que ele não dormiria com ninguém que estivesse trabalhando para ele. Era, em sua mente, equivalente a assédio sexual, 100% assédio sexual. Felizmente, isso nunca tinha acontecido. Ele sempre imaginou que se acontecesse de ele ter um piloto ou engenheiro com quem quisesse dormir ou simplesmente se apaixonasse, ele apenas se certificaria de que essa pessoa fosse transferida para a Williams. Mas isso nunca aconteceu.

Até agora. Agora ele tinha Mick. E ele não estava prestes a desistir dele. Ele não iria compartilhá-lo. Ele não iria mandar Mick trabalhar para outra pessoa. Ele pretendia manter Mick bem aqui.

E agora?

Bem, ele só teria que manter as mãos longe do garoto. Deixá-los longe das câmeras e não deveria ser tão difícil de fazer. Não que ele não tivesse muitas alternativas — certo?

Mas era difícil. Era muito difícil. Ele não conseguia parar de olhar Mick.

Também não ajudou que Mick fosse tão leal. Legal, sério, sincero, atencioso, amoroso — basicamente tudo o que Toto não era. As pessoas tendiam a gostar dele. Toto gostava dele. Na verdade, embora ele negasse sob juramento, Toto Wolff realmente se viu se importando com Mick desde o momento em quê o piloto fora conversar com ele a respeito do que acontecia na sua antiga equipe. Isso tornou as coisas ainda mais difíceis. Toto sempre foi capaz de separar trabalho de sua vida pessoal — até conhecer Mick.

Por mais que gostasse de ter seu novo piloto reversa por perto, Toto começou a tentar encontrar trabalhos para Mick fazer que o tirassem do escritório da Mercedes e da vista de Toto por algumas horas. Ele o enviaria á Alpine para correr ou para os testes em outros países. Ele até o enviaria para buscar gráficos das corridas — do outro lado da cidade. Ele até considerou dar a Mick férias remuneradas por algumas semanas, mas decidiu contra isso, pois simplesmente não achava que conseguiria ficar sem ele por tanto tempo — sem mencionar o ressentimento que isso provavelmente causaria entre seus colegas de trabalho. Embora Wolff não se importasse com o que os outros sentiam, Mick ainda tinha que trabalhar com eles.

Mick estava se esforçando para impressioná-lo. Toto sabia disso. Isso o fazia se sentir mal por não passar mais tempo com o jovem Schumacher. Era um ato de equilíbrio complicado. Ele não conseguia manter Mick fora do escritório completamente. Eles ainda tinham que trabalhar juntos, e Toto estava começando a suspeitar que Mick sabia que algo estava acontecendo. Ele começou a fazer perguntas sobre por que Toto continuava mandando-o embora. Na verdade, Mick parecia apenas um pouco magoado. O alemão era a única pessoa que Toto não queria machucar. Ele se odiaria se o fizesse.

Ele estava mal.

Então, uma noite, Toto e Mick se viram trabalhando até tarde. Isso era incomum, pois Mick era quem geralmente ficava até tarde ou virava a noite, como o mesmo comentava que seu pai fazia o mesmo no passado. Como um piloto reversa, esperava-se que ele fizesse isso. Mas essa corrida era grande. Enorme. Uma fusão entre duas equipes grandes e muito ricas que estavam disputando o campeonato, e a Mercedes estava mais próximo. Infelizmente, ele ficou para trás ao tentar evitar passar muito tempo com Mick, ele poderia muito bem estar aqui até tarde com os seus engenheiros, mas preferiu estar com Mick, o trabalho tinha que ser feito e entregue aos pilotos e engenheiros logo de manhã. Ele precisava da atenção de Mick aos detalhes para garantir que todos os i's estivessem pontilhados, todos os t's cruzados e que os gráficos estivessem certos.

Já era madrugada antes de terminarem. Mick entregou as últimas cópias dos gráficos. "Feito. Está tudo em ordem. Parabéns, Torger. "

Toto levantou uma sobrancelha. "Parabéns?"

"Sei que isso vai render muito para a equipe na corrida e vai ser, como dizem, um verdadeiro orgulho."

Toto tirou uma garrafa da mesa e serviu um copo para cada um deles. "Eu não teria conseguido sem você, Mick. Falo sério."De alguma forma, as palavras começaram a sair correndo. "Sei que normalmente não digo coisas assim, então ouça, porque provavelmente não vou dizer isso de novo. Agradeço tudo o que você faz por mim. Seu trabalho é de primeira. Você superou todas as minhas expectativas. Se quiser se sentar à mesa dos adultos amanhã de manhã, você mais do que mereceu. Ou pode tirar um dia de folga remunerado para recuperar o sono; você mereceu isso também."

Mick engoliu em seco e parecia estar perto das lágrimas. "Obrigado, Torger. Isso significa muito", ele disse.

Toto sentou-se no sofá ao lado de seu piloto. "Está tudo bem, Mick?", ele perguntou. Seu braço direito pareceu deslizar em volta dos ombros do homem mais jovem por vontade própria. Mick não pareceu se importar.

"É, é, tá tudo bem. Só não estou acostumado a ouvir você dizer esse tipo de coisa, eu acho. Isso, uh, meio que me pegou."

Quase contra sua própria vontade, Toto puxou Mick para mais perto de si. Ele sentiu como se não estivesse mais no controle. "Diga-me se você não quer isso, Mick", ele disse enquanto o beijava.

Há apenas um momento, Mick parecia pronto para cair no sono ali mesmo no sofá de Toto. De repente, ele estava bem acordado e estava respondendo faminto ao beijo. "Eu queria isso desde que te conheci", ele arfou.

Ele voltou a si e encontrou o piloto alemão acariciando seu cabelo. "Há quanto tempo você me quer?" Mick perguntou divertido.

"Muito tempo", foi a resposta de Toto. "Mas eu tinha uma regra. Eu não me relaciono com meus funcionários. É uma linha que eu não cruzo - ou não cruzei, eu acho, até esta noite."

Mick riu. "Acho que vou ter que encontrar uma brecha na sua regra", ele disse. Ele beijou Toto delicadamente.

Toto teve a sensação de que não conseguiria dormir pelo resto da noite.

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