Pierre e Yuki

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O acidente

Pierre passou todo o interrogatório com um pensamento no fundo da mente: o acidente. Yuki, seu pequeno Yuki. Ele sabia que seu namorado tinha levado um golpe enorme durante a qualificação e, embora o japonês fosse forte, Pierre não conseguia se livrar da preocupação que o atormentava.

Quando Pierre finalmente chegou à hospitalidade da equipe do namorado, eles o informaram que Yuki já havia sido liberado pela equipe médica e enviado de volta ao seu quarto de hotel para descansar. Ele ficou aliviado ao ouvir que não era nada pior do que ele pensava, mas o fato de que ele já estava descansando o fez hesitar. Ele realmente deveria ir perturbá-lo? Mas Pierre sabia que não conseguiria parar de se preocupar a menos que visse Yuki com seus próprios olhos.

Então ele pegou o celular e mandou uma mensagem: "Baby, você está acordado? Posso ir aí?"

Alguns momentos se passaram enquanto os dedos de Pierre tamborilavam inquietos em seu celular. Então ele finalmente tocou.

"Já sentiu minha falta?" veio a resposta provocadora de Yuki.

Pierre riu, a tensão diminuindo um pouco. "Como eu não poderia? Mas eu quero ver você também."
Houve outra pausa, mais longa. Pierre começou a digitar novamente, seu coração batendo forte. "Yuki?" Ele prontamente clicou no botão de enviar, esperando obter uma resposta em breve.

Finalmente, outra mensagem apareceu. Desta vez, a resposta de Yuki o fez rir alto: "Tem certeza de que não é só uma desculpa para me ver despido?"

Ele sorriu enquanto digitava: "Um pouco?"

E então, um segundo depois, "Ok, você pode vir. Mas não crie muitas esperanças."

Sem perder mais tempo, Pierre pegou suas chaves, foi até o estacionamento e dirigiu.

Yuki ficou em pé na frente do espelho, estremecendo diante de seu reflexo. Suas costas e cóccix estavam decorados com hematomas vívidos, uma tapeçaria de vermelhos escuros e roxos com respingos de azul e cinza escuro espalhados — parecia que seu corpo havia se tornado uma pintura abstrata. Seus lábios estavam pressionados em uma linha apertada, ele sabia que as marcas permaneceriam por dias, semanas até.

Ele brincou com a ideia de cobri-los com corretivo, mas sabia que não adiantaria muito. Ele gemeu, sabendo que não havia como escondê-los de Pierre, especialmente não com ele a apenas alguns minutos de distância.

Com um suspiro resignado, ele decidiu deixá-los como estavam.

Quando ele saiu do banheiro, Pierre já estava empoleirado na cama, examinando a pomada e os comprimidos que os médicos lhe enviaram de volta. Seus olhos se ergueram imediatamente para Yuki, preocupação piscando em seu rosto.

"Oi, baby. Como você está?" A voz de Pierre era casual, mas seus olhos eram afiados, sondando qualquer desconforto oculto.

Yuki forçou um sorriso, embora mal alcançasse seus olhos. "Estou bem."

Yuki então se aproximou, tentando andar o mais normalmente possível. Mas ele sabia que sua claudicação era óbvia porque a sobrancelha de Pierre se curvou mais profundamente. Quando Pierre começou a se levantar, preparando suas mãos para ajudar, Yuki correu para a cama e sentou-se ao lado dele.

"Você tem certeza? Isso não parece bom para mim," Pierre pressionou, olhando-o com ceticismo.

"Eu estou. Sério." Yuki insistiu, talvez rápido demais.

Pierre não discutiu, mas simplesmente lhe deu aquele olhar suave e desarmante. "Ok," ele finalmente disse, se mexendo para abrir mais espaço na cama. "Vamos, deite-se. Deixe-me ajudá-lo com isso."

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