Garotinho

131 13 0
                                    


NÃÃÃOOO! POR QUE EU FIZ ISSO??

Em minha defesa, eu agi no calor do momento, e sim, eu fui correspondido.
PORRAAAAAA!!! EU FUI CORRESPONDIDO!

Estou roendo as unhas no pátio deserto do colégio. Hoje cedo, apareceu um post-it na minha mesa dizendo: "Me encontre no centro do pátio no segundo horário da tarde, antes do intervalo." Oh, Deus, ele quer me encontrar pessoalmente.

Ahg! Eu deveria ter deixado meu número de telefone!

Certo, ficar aqui hiperventilando não vai adiantar de nada. Me encosto na árvore que fica no centro do pátio e fico lá esperando. Tem alguns bancos por aqui, mas estou muito nervoso para ficar sentado.
E merda... Odeio ser homem às vezes. A frente das minhas calças está sutilmente esticada pelo nervosismo. Minha sorte é que a camisa do uniforme é larga para tampar a frente.

Por que ele está demorando tanto? Será que eu tô no horário errado? Ou será que ele simplesmente desistiu? É alguma brincadeira de mau gosto?

Ah, eu vou chorar.

Não, calma, tem alguém vindo. TEM ALGUÉM VINDO.
Oh, sim! Finalmente! Espero que seja ele. Não posso ter passado a noite toda revirando na cama, ansioso e montando cenários falsos na minha cabeça à toa.

- Err... Oi? - Ouço uma voz rouca e levanto a cabeça rapidamente. Me contorço no lugar, forçando a sola do tênis contra o chão.

É um rapaz alto. BEM alto.
Ele é bonitinho, tem olhos castanhos, quase cor de mel, pele levemente bronzeada, cabelos ondulados castanho-claro e... Porra... Que porte físico legal.

Eu estava esperando alguém um pouco mais... Simples.

- O-oi... - Que droga, não sei como reagir!

- Você... está bem? - Ele sorri de canto, e eu abaixo a cabeça imediatamente. A presença dele é esmagadora.
Como posso ter entregado a carta a alguém de quem eu sequer sei o nome!?

- Sim. - Só isso. Ele parece esperar que eu diga mais alguma coisa. Realmente, o conteúdo da carta era bem mais expressivo e ousado. Não é o que se espera de alguém tímido.

- Bom, eu... Hm... - Ele parece me analisar por um momento antes de continuar. - Recebi seu bilhete e, de fato, não estava esperando, já que acho que nunca sequer falei com você. - Ele diz num tom zombeteiro. Okay, Ariel, você merece isso.
Idiota! Idiota! Idiota!

- Er... Sim, de-desculpe... - Coloco uma mão no rosto, lembrando dos "conselhos" de Drew e Gael, tipo: ser gentil, autêntico, não falar demais, demonstrar interesse genuíno... Talvez nada disso esteja ajudando no momento.

- Você... Pode olhar pra mim, por favor? - Não acredito que ele acabou de pedir isso. A tarefa é quase impossível. Tento levantar a cabeça e olhar para ele, mesmo que brevemente. Ele tem um semblante calmo e paciente.

Puta que pariu, ele é muito bonito.

- Bom, por que você escreveu essa carta pra mim? - Ele pergunta com aquele infeliz envelope azul aberto nas mãos.
Mal sabe ele que estou com um medo genuíno de continuar olhando para ele e minha ereção ficar ainda mais visível.

Nghnghfngh! Eu tô nervoso!

- Des-desculpe! E-eu não queria te incomodar, é que... Bom, eu não sei e-explicar... - Por que as palavras não conseguem sair da minha boca?!

- Ei, calma, tá tudo bem. - Ele se aproxima mais, e consigo sentir o perfume dele que, sinceramente, é muito gostoso. - Então você... quer dormir comigo, assistir desenhos, comer pipoca e andar de mãos dadas? - Ele fala sorrindo genuinamente, e eu sinto meu rosto inteiro ficar vermelho. Nem me lembrava de ter escrito isso. Ouvindo assim, pareceu bem estúpido.

- Er... Eu sei que essa carta foi bem idiota, foi uma ideia estúpida. Por favor, só... Não conte a ninguém sobre isso. - Digo com sinceridade. O fora já tá garantido.

- Não diga isso, não é uma carta idiota... Bom, só me responda uma coisa: isso que você escreveu... É sincero? - Meu coração de repente para e depois volta a bater com tudo. Por que ele quer saber isso?

- u-uhum... - Assinto quase inaudivelmente.

- O que foi isso?

- Sim. Foi sincero, desculpe.

- Você não prescisa se desculpar tanto, sabia?

- Foi mal...

Ouço uma risada reprimida, ele deve estar me zoando tanto por dentro.
Que humilhação.

Sinto ele se aproximar, agora eu estou praticamente colado contra a árvore.
Ele segura meu queixo com sua mão direita para que eu o olhe nos olhos, ele se aproxima. ELE SE APROXIMA MUITO.

- Ei, espera, eu...

- Quer seu meu garotinho? - PUTA QUE PARIU.

Yes, I can be your little boy - Spankingfic -Onde histórias criam vida. Descubra agora