Estou suando terrivelmente debaixo do meu moletom, com a cabeça enterrada em meus braços sobre a mesa cheia de papéis e canetas. Depois do acontecimento no pátio, não consigo pensar em mais nada.– Eu não acredito numa coisa dessas! Como assim você está namorando alguém que até o momento não sabia nem o nome?! – Gael fala atrás de mim.
– Fala mais alto, acho que a turma não conseguiu ouvir direito. – Respondo sarcástico. As borboletas no meu estômago não param um minuto sequer.
Droga! A aula não vai acabar nunca? Minhas pernas estão doendo de tanto chacoalhá-las.
Tudo bem, até lá eu devo pensar em coisas mais importantes, como O QUE DIABOS EU VOU DIZER A ELE? Não posso falar que joguei minha declaração aleatoriamente por aí; preciso de uma explicação melhor.
Apenas me afundo em meus pensamentos enquanto a aula passa.– Ariel? Oh Arieeel! – Levanto a cabeça e vejo Gael me chamando. – O sinal já tocou! Você vai dar bolo no bonitão? – Agh, droga! É mesmo, tenho que me encontrar com ele.
– Boa sorte, pombinhos... – Drew diz enquanto me levanto e coloco os materiais na mochila o mais rápido possível.
– Sabem, vocês dois também formariam um casal bonitinho. – Aponto para Drew e Gael. Eles são próximos de certa forma, mas digo isso só para provocar.
– Que!?
– Nós? Nem pensar.
É isso, deixo os dois discutindo lá na sala e foda-se.
Vou andando apressadamente pelos corredores, guardo minhas coisas no armário, tiro de lá uns chicletes e um desodorante. Espero não ter ficado com mal cheiro depois de suar horrores de nervoso.
Enfim, me organizo rapidamente e começo a procurar o cara que eu tô namorando e que sequer sei o nome.Que vergonha!
Adoro o clima escuro e chuvoso, mas dessa vez não está me favorecendo muito, não trouxe meu guarda-chuva.
– Oi, garoto!
– AH! Que susto! – Levo a mão ao peito. Ele estava atrás de mim. Sim, ele.
– Esperando por alguém? – Ele vem para o meu lado, sem tirar a mão do meu ombro. É claro que eu estava esperando.
– Só por... você... – Falo baixo novamente. AÍ QUE RAIVA!
– Bom, então... Vamos para casa? – Não acredito que ele realmente vai me levar pra casa. Mas antes que eu possa responder qualquer coisa, ele toma minha mão e começa a andar para fora da escola.
Nem preciso dizer que comecei a derreter por dentro. Já pega na minha mão assim? Parece até que já somos grandes conhecidos.
– Onde você mora? – Ele pergunta, sem cessar os passos. Como ele consegue agir tão naturalmente?
– E-eu posso ir até lá sozinho, não se preocupe...
– Deixe-me te levar, eu insisto. – Oh Deus, que vergonha! Minha mãe nem deve ter chegado em casa ainda.
Vamos andando algumas quadras DE MÃOS DADAS. Ele é bem conversador, e ainda bem, porque se dependesse de mim estaríamos ferrados.
A propósito, acabei descobrindo que seu nome é Timothy, mas costumam chamá-lo mais de "Timmy". É um nome legal.– Eu ainda não sei seu nome, como se chama? – Ele pergunta olhando para mim.
– Ariel. – Respondo tentando parecer calmo.
– Igual à pequena sereia? – Ele ri. Bom, meu nome é bem zoado mesmo.
– Er... Sim, igual à pequena sereia.
– Que legal! Hahah – Que merda, isso sim.
Falando em merda, acabou de começar a chover, olha que legal.
Nossa sorte é que estávamos perto do apartamento onde moro. Fomos correndo pra lá sem ficarmos muito molhados. Talvez ele tenha feito mais uma piada associando a pequena sereia com a chuva, mas foi muito constrangedor pra citar aqui.
– Er... Tá chovendo bastante. Não quer ficar até a chuva passar? – Ofereço educadamente. É claro que eu não ia deixá-lo do lado de fora.
– Se não for incômodo...
É isso, agora ele está na minha casa, NO MEU QUARTO.
Ele tira o tênis antes de entrar, ficando só com um par de meias brancas. Apresento o lugar e o deixo sentado em qualquer canto do meu quarto.
Eu tinha que me trocar. Estava totalmente ensopado, mais de suor do que de chuva.
Visto uma camisa confortável de algodão e uma calça de moletom. Quando volto, lá está ele sem o casaco, só com a camisa do uniforme, revelando um pouco mais do seu corpo definido.– Seu quarto é legal. – Ele comenta, sentando-se na minha cama e analisando algumas prateleiras.
– Uh, obrigado... – Sento-me ao lado dele. Cara, ele é meu namorado agora, certo? Eu deveria tentar pegar um pouco mais de intimidade.
– Bom, quer conversar sobre nosso relacionamento? – Cruzo as pernas e fico em sua frente. Ele carrega um sorriso tranquilo, com os cabelos um pouco mais bagunçados agora. Fica bom nele.
– Ah sim, eu... bom... Eu... E-eu não sei o que dizer. Eu também não estava esperando que você fosse corresponder... – Começo a mexer na cutícula.
– Haha, tá tudo bem. Eu também não estava esperando, mas acho que estou feliz por estarmos juntos... – Ele passa uma mão delicadamente pelo meu rosto. Eu abaixo a cabeça com vergonha. – Quer dizer, você é meu garotinho agora, certo? – "Meu garotinho"... Essa frase agora me pega de surpresa.
– Ga-garotinho? – Pergunto confuso. O que ele quer dizer com isso?
– Sim, meu garotinho. Vou poder cuidar de você agora, não é?
– E-espera, cuidar de mim?!
– Sim, cuidar de você. Na minha visão, quando eu decido me relacionar com alguém, eu quero dizer cuidar da pessoa, isso em muitos sentidos. Você me permite cuidar de você? – Puta merda, o que eu estou fazendo da minha vida?
– É claro! – Concordo com certo desespero. Não quero chateá-lo.
– Ótimo! Bom, você tem alguma pergunta ou objeção pra acrescentar?
– ... – Na verdade, eu nunca havia me relacionado com alguém antes. Isso parece novo pra mim. – Você... aceita um pouco de suco? – Ele dá um sorriso alinhado, com certeza ele deve estar achando graça da situação.
– Aceito sim, obrigado.
– E-eu vou buscar.
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Yes, I can be your little boy - Spankingfic -
RomanceAriel Muller, um garoto esperto (talvez não tanto) que tem a ardilosa ideia de jogar uma cartinha de amor na mesa de um estudante aleatório. Talvez isso possa render em situações indesejadas? Ah, e sim. Essa história tem um pouco de... Spanking? P...