CAPITULO: 03
O Primeiro Dia
Cheguei em casa uma 8 e 20 da manhã, estava exausta, deixei Bella com Charlie, e vim em casa tomar um banho e descansar algumas horas, talvez me permitir chorar.
Sai do banho, secando meus cabelos na toalha, e escolhi uma roupa confortável e quentinha para usar, sentei na beirada da cama enquanto penteava meus cabelos, la fora estava chovendo fraco o que é costumeiro de Forks, fechei meus olhos e me permiti sentir as emoções causadas pelos últimos acontecimentos, suspirei, sentindo a mente rodar pelos pensamentos que eu tanto tentava afastar. As memórias felizes me nocauteou, meu peito doía, cenas da tradição de quarta-feira a noite repassavam na minha cabeça, eu costumava dizer quando era criança que odiava quarta-feira, eu dizia que era o dia mais sem graça da semana.
Meus pais criaram a tradição de irmos ao cinema todas as quartas feira, assistíamos a um filme que eu escolhia, era o único dia da semana que a mamãe me deixava comer doces, e porcarias industrializadas, as quartas-feiras se tornaram meu dia favorito da semana.
Abri os olhos, mas tudo ao redor parecia distante, como se o mundo tivesse perdido um pouco das cores. Acho que finalmente entendo o que o Edward sentia antes de conhecer Bella, o vazio eu o conhecia agora.
Saio do quarto em direção a cozinha, eu precisava comer, mesmo que me faltasse fome.
Ao abrir a geladeira me deparo com um pequeno bolo, era simples um bolo de chocolate, com uma cobertura de chocolate amargo, era o equilíbrio perfeito, eu peguei o bolo e me servi, dei a primeira garfada no bolo, fechei os olhos enquanto apreciava o sabor. E por um instante...
Minha avó estava de costa para mim, enquanto colocava aquela forma prateada, com uma massa doce e cheirosa dentro do forno, eu saltava empolgada e ansiosa para comer aquela maravilha, eu espero os finais de semana, onde sabia que minha avó iria fazer para mim o melhor bolo de todos.
Ela se virou para mim e sorria, da minha empolgação.
- Se acalme, Aurora, o bolo não vai fugir. — Ela tinha o tom de voz da mãe mais amorosa e doce que já existiu.
Uma pequena Aurora a encarava com um sorriso banguela, e um olhar travesso.
Abri os olhos e me vi sozinha, me dei conta de que aquele seria o último bolo feito pela minha avó que eu iria comer, algo em mim havia morrido, e eu sabia que precisaria enterrar, com as memórias e os sentimentos.
Me sentei no sofá da sala com um cobertor e um travesseiro, liguei a televisão para não me sentir tão sozinha nessa casa imensa, peguei meu telefone e mandei mensagem para Bella, perguntando como ela estava, ela disse que estava bem e que precisava de um tempo sozinha, eu respeitei e resolvi que também precisava ficar sozinha com minhas emoções. Fechei os olhos por um segundo.
Eu acordei já estava escurecendo, a chuva tinha aumentado la fora, olhei meu telefone 6:40 PM, ótimo o dia havia passado mais rápido que o esperado, ainda confusa após um longo sono, que nem sabia que precisava tanto assim, fui tomar uma água, podia sentir meus rins secos como um deserto.
Subi para o escritório do meu avô, queria encontrar algum livro que me tirasse do tédio, procurei por toda a estante de livros nada me chamou a atenção, tomei um banho rápido e vesti uma roupa simples, com um casaco, peguei as chaves do carro pendurada, e entrei na garagem decidida a ir até Port Angeles, comprar alguns livros, e jantar em um restaurante com uma refeição de verdade.
Dirigi sem pressa apreciando a música do kiss que tocava em um volume baixo, aproveitei a paisagem das florestas a minha volta.
Estacionei em frente a livraria trovão e baleias, desci do carro, dei boa noite ao atendente e me dirigi até os livros de mitologia meus favoritos, escolhi um livro sobre os deuses do Olimpo, e andei para a próxima sessão, sobrenatural um gênero ótimo para se ler a noite, um livro me chamou a atenção, sua capa era de couro preto e duro, com letras em dourado elegante escrita livro das sombras a história não contada, autora S. Spellman e A. Spellman, resolvi levar esse livro, minha intenção gritava para que eu o levasse.
Após pagar os livros, os guardei na porta malas do carro e dei partida, em poucos minutos estava no restaurante.
Eu pedi uma macarronada com almôndegas e uma coca cola, enquanto comia, reparei um murmúrio, com uma voz que eu já conhecia.
— Você ta vendo, aposto que eles a abandonaram, ela e tão estranha. - Uma risada anasalada era o que ouvi, sua voz repleta de veneno puro e maldade, a reconheceria de longe, a voz pertencia a Jessica.
Em um impulso senti minhas mãos se fecharem em um punho cerrado, me senti descontrolada, pela primeira vez em minha existência eu senti vontade de matar um humano, há sim e eu me vi fazendo isso.
Em um piscar de olhos, enquanto ela apressava o passo em direção ao carro, sozinha naquele beco escuro, o medo a consumia, e com razão, ela estava sendo observada.
Silenciosa, eu a segui. Quando sua ansiedade atingiu o auge, a crise de pânico e medo a dominando, eu ataquei. Minhas presas afiadas perfuraram seu pescoço frágil e exposto, o barulho das minhas presas, foi um som delicioso para mim. Eu era o perigo iminente, o prenúncio do seu fim. O gosto do sangue humano, doce e quente, inundou meus sentidos, preenchendo o vazio. Meu corpo clamava por mais. Suas lágrimas escorreram, assim como sua vida. Eu a olhei nos olhos, esse seria o último rosto que ela veria, um sorriso repleto de sarcasmo e luxuria escapou dos meus lábios vermelhos, cobertos pelo doce sangue de Jessica.
— Eu soube que ela pediu para ficar aqui, para terminar a escola em forks, e que em breve iria morar com o restante de sua família. — Ao ouvir a voz de Ângela, acordei do transe, me senti nojenta e suja por desejar o sangue de Jéssica, qual o meu problema? Isso foi só um devaneio, eu jamais machucaria um humano, certo?
Paguei minha conta apressadamente, e sai do restaurante, talvez seja a hora de caçar um servo, ou talvez de chutar uma árvore, ou incendiar uma floresta, meu corpo estava cheio de adrenalina e raiva, estava na hora de extravasar.
Deixei o carro na garagem de casa, tirei meu saltos e sem me importar com mais nada entrei na floresta, e comecei a correr o mais rápido que podia, eu parei de respirar, o oxigênio já não importava mais, corria e sentia um grito reprimido, doido para sair, mas eu o mantive lá, sufocado. Minhas pernas estavam no limite, elas vibravam incontroláveis, mas eu não parei. Não podia, o sol estava nascendo no horizonte, retornei para casa. Quando finalmente cheguei naquela fortaleza vazia, não era mais eu. Só um corpo movido pela exaustão.
Tomei um banho demorado, enquanto tentava acalmar meu corpo, que insistia em tremer.
Caí de bruços na cama, o peso do cansaço esmagando cada pedaço de mim. As lembranças finalmente se calaram. A dor? O silêncio era absoluto. Só a exaustão restava. E então, eu apaguei.
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Twilight Girl
VampireUm mundo sobrenatural onde seres considerados impossíveis de existir, um mundo onde a ignorância é uma bênção, não ter as respostas que procura pode ser a sua salvação, um casal unidos por forças maiores e inexplicáveis que esta acima da compreensão...