Um mundo sobrenatural onde seres considerados impossíveis de existir, um mundo onde a ignorância é uma bênção, não ter as respostas que procura pode ser a sua salvação, um casal unidos por forças maiores e inexplicáveis que esta acima da compreensão...
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— Ele está dormindo há mais de dez horas. Ontem à noite, por volta das oito, ele fez uma ronda e, depois, veio jantar aqui. Disse que não estava se sentindo bem, então eu o ajudei a ir para o quarto, e ele logo pegou no sono. Achei que era algo simples e deixei ele descansar, mas, quando fui acordá-lo hoje cedo, ele não reagiu.
— Ele murmurava seu nome pela manhã, mas agora se calou.
— Isso não é um bom sinal... Já aconteceu algo assim com outro lobo? Algum que tenha rejeitado o imprintgh? — A incerteza me corroía. Eu não sabia como acordá-lo, como fazer com que ele melhorasse. Temia pela vida de Jake, e não queria carregar essa culpa.
— Apenas um. Um ancestral dos Black. Ele teve um imprintgh pela irmã de sua esposa, mas se recusou a aceitá-la. No fim, ele sucumbiu a um sono profundo e, quando seu imprintgh foi até ele, já era tarde demais.
— Eu, eu realmente não sei o que fazer, Sam. Não sei como trazê-lo de volta — admiti, desolada, lembrando de contos de fadas, mas duvidando que um "beijo de amor verdadeiro" fosse a solução aqui.
Sam pegou uma cadeira e a colocou ao lado da cama de solteiro.
— Por que você não se senta? Tente falar com ele, tocá-lo. Quem sabe ajude — ele sugeriu, apontando para a cadeira.
Ainda que hesitante, caminhei até a cadeira e me sentei. Observava Jacob dormir, magro e com uma expressão de cansaço profundo; os olhos inchados por olheiras roxas. Segurei sua mão delicadamente e acariciei seu cabelo, buscando coragem para dizer alguma coisa. O quarto, antes só ocupado por mim e Sam, agora abrigava alguns lobos, além de Emily e Bella, o que tornava a situação ainda mais desconfortável.
— Jake, acorda, seus amigos estão preocupados — sussurrei, num impulso. Que situação estranha, pensei. Será que deveria dizer algo clichê, tipo "Bela Adormecida, seu príncipe chegou?"
— Jake acorda — chamei suavemente.
— Aurora— ele murmurou, como se ainda estivesse sonhando.
— Estou aqui, Jake. — Respondi com esperança, apertando um pouco mais sua mão.
Vi suas pálpebras tremularem, como se ele estivesse lutando para abrir os olhos. Mantive os dedos acariciando sua mão, tentando passar conforto, encorajando-o a despertar. Pouco a pouco, ele começou a abrir os olhos. Parei de acariciar seu cabelo, consciente de que qualquer toque a mais poderia deixar as coisas mais estranhas do que já estavam.
— Jake, consegue me ouvir? — Sam perguntou, ansioso, se inclinando na direção dele.
— Queria não conseguir — respondeu Jake, ainda com os olhos meio fechados, visivelmente exausto.
