Nosso Final Feliz

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Nosso Final Feliz

Raquel

Anos depois...

Quando eu comecei a crescer e me dei conta do tipo de amor que sentia por Zyan, eu passei a me fazer uma pergunta: o que se faz quando você se apaixona pelo seu melhor amigo? Eu me perguntava isso todos os dias após ser recebida por seu sorriso lindo, seus abraços carinhosos e os apelidos fofos que ele me dava quando nos encontrávamos.

Essa era a pergunta que eu me fazia ao vê-lo com outras mulheres, beijando-as, sorrindo para elas e depois quando o ouvia falar que as fodia com loucura. Fazendo com elas o que eu queria que ele fizesse comigo. E ao dar o dia por encerrado sem obter essa resposta eu chorava, me odiava por não conseguir falar a ele dos meus sentimentos, suspirava com os sonhos quentes que tinha com ele, e no final tentava me conformar em não ter esse amor correspondido, pois acreditava que ele seria para sempre apenas meu melhor amigo.

Então, cansada de me sentir mal por não ter esse amor correspondido e com vontade de mudar, eu mudei. Fiz-me ser vista, deixei a menina insegura bem guardada no fundo do meu coração e mente e passei a viver. Fui a festas, mudei o visual, passei a cuidar do meu corpo, focada na minha saúde, beijei quem eu quis, transei com quem eu quis, depois de Zyan ter percebido a minha mudança e ter sido o meu primeiro claro, até sexo com três homens ao mesmo tempo, eu fiz.

Fiz amigos, conheci pessoas, pratiquei novos esportes, saltei de paraquedas, mudei de emprego, me encontrei no que trabalho hoje, eu comecei e terminei meu curso superior. Tornei-me uma nova mulher. Mas não fiz isso por Zyan, no começo essa era a minha atenção, não vou mentir, mas depois eu realmente quis viver mais, descobrir mais, me encontrar, testar meus limites.

E sabe o que eu ganhei no final de tudo isso? Uma família, uma família com o único homem que amei e com quem quis construir isso. Casei-me com ele depois de nos afastarmos na intenção de descobrirmos o que sentíamos de verdade um pelo outro. Nós brigamos, me magoei no processo, mas entendi que tudo era para estarmos aqui hoje. Com nossa família formada e feliz.

Sento-me na areia um pouco desajeitada por conta da minha barriga avantajada. Zyan se senta atrás de mim, me abraça e coloca a cabeça na curva do meu pescoço inspirando o meu cheiro.

— Não importa o quanto eu te abrace, beije e cheire, seu cheiro sempre me deixará bêbado de tão bom que é. — fala com a voz um pouco abafada por estar com o rosto enterrado entre meus cabelos.

Uma gargalhada rompe a minha garganta diante de suas palavras e meu corpo treme com isso. Zyan ri comigo e depois toca o meu queixo me fazendo virar o rosto para tomar meus lábios nos seus.

Cinco anos se passaram, onde quatro deles, nós estamos casados, mas a fome e o desejo que sentimos um pelo outro parece não ter fim. Ele sorri ao final do beijo e olhamos para frente focando em nossos filhos que brincam e dão altas gargalhadas com as peripécias do bob, nosso cachorro. Um pastor alemão que hoje está bem grande apesar de só ter quatro anos. Maya se apaixonou por esse cachorro assim que o viu. Bob era o filhote do casal de cachorros dos nossos vizinhos. E assim que Jonathan nasceu também passou a amar o cachorro. Eles se tornaram inseparáveis.

Quando completamos seis meses de namoro, Zyan me pediu em casamento. Estávamos em uma viagem para a Serra do Rio do Rastro, onde me entreguei a ele pela primeira vez. Ele preparou tudo e nós passamos cinco dias lá, eram minhas férias da faculdade e ele tirou férias da empresa deixando tio Ryan no comando dela junto ao Caio e o Cristiano.

Ficamos no mesmo resort e no mesmo chalé, só que dessa vez não éramos amigos e sim namorados e passamos os cinco dias nos amando como loucos. No último dia da viagem ele falou com o dono do resort e pediu que preparassem nosso chalé com velas e pétalas de rosas. Ele aproveitou o dia que passamos fora curtindo o passeio pela vinícola da Villa Francioni e preparou a surpresa. Ao chegarmos, havia um jantar preparado e todo o chalé decorado para que o pedido fosse feito em grande estilo. Naquele dia nosso segundo filho foi concebido, pois Maya sempre seria nossa primogênita.

Meu melhor amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora