023. Paciência

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Idiota!

— Isso doeu, Yeddeong! — Reclamou Ryujin, esfregando o meio da testa onde Yeji havia acabado de dar um peteleco. — Eu te ajudei, e é assim que você me trata?

— Eu não pedi sua ajuda, idiota! — Respondeu Yeji, cruzando os braços e fazendo um bico emburrado.

— Elas estavam te intimidando, eu só queria te ajudar a se livrar delas. — Ryujin olhou para seu braço engessado e suspirou.

— Por que continua se arriscando para me proteger? Por que você não faz como todos os outros?

As lágrimas começaram a se acumular nos olhos de Yeji, mas ela se forçou a não derramá-las. Ela odiava demonstrar fraqueza, principalmente na frente das pessoas.

— Porque você é minha amiga. — Respondeu Ryujin, dando um sorriso sutil. — Além disso, eu prometi que iria me casar…

— Por que insiste em dizer que vamos nos casar? Eu tenho apenas oito anos, idiota! — Yeji acertou outro peteleco na testa de Ryujin, fazendo-a choramingar.

— Você é malvada, Yeddeong!

Yeji abriu os olhos de repente, sentindo seu coração disparado e a mente emaranhada em confusão. Sua visão foi imediatamente ofuscada por uma nuvem de cabelos escuros e desgrenhados que caíam sobre o travesseiro.

As memórias da infância a invadiram como uma onda, trazendo à tona sentimentos intensos e nostálgicos. No entanto, ela se esforçou para se acalmar ao perceber que sua namorada dormia serenamente ao seu lado, a respiração quente e suave acariciando seu peito.

Em um gesto carinhoso, Yeji beijou sua testa e começou a acariciar seus cabelos com os dedos. Em pouco minutos, Ryujin começou a se remexer, soltando resmungos incompreensíveis.

— Bom dia, meu amor. — Sussurrou Yeji, acariciando delicadamente o rosto de Ryujin com as pontas dos dedos.

— Bom dia. — Respondeu Ryujin, sua voz ainda carregada de sonolência.

Ela sentou-se na cama, espreguiçando-se como um gato preguiçoso. Yeji a observou por um instante, admirando o rosto levemente inchado e marcado pelo travesseiro, os olhos semicerrados e sonolentos.

— Você é tão linda, meu amor. 

Ryujin sorriu timidamente com o elogio de Yeji. Ela tinha certeza que estava uma bagunça.

— Acabei de acordar. — Ela murmurou, esfregando os olhos com uma das mãos, tentando dissipar os vestígios do sono. 

— Mesmo assim, você é a mais bela visão que eu poderia ter ao abrir os olhos. 

Yeji sentou-se na cama, bocejando e encostando suas costas na cabeceira, em busca de estampar o sono. Ryujin montou no colo de Yeji, que não pôde evitar um grunhido involuntário ao sentir o peso dela sobre sua ereção matinal.

— Amor… — Murmurou Yeji, seus olhos refletindo uma mistura de desespero e desejo.

Ryujin riu.

— Perdão. — Ela murmurou, ajeitando-se mais confortavelmente em seu colo. — Foi sem querer, eu juro.

— Não se preocupe, eu não estou reclamando. — Respondeu Yeji, sua voz baixa e suave.

— Mas por que você acordou às… — Ryujin estendeu a mão para pegar o celular, conferindo as horas. — Oito da manhã em um domingo?

— Eu estava sonhando com você.

Ryujin arqueou uma sobrancelha, intrigada.

— Ah é? E o que exatamente você estava sonhando?

LITTLE SECRET, ryejiOnde histórias criam vida. Descubra agora