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Abri meus olhos lentamente, tentando me acostumar com a claridade da luz do quarto, enquanto sentia alguém me sacudindo.

- Acorda, mãe, já tá na hora - ouvi Rob falar

- Já acordei, garoto. Para de me sacudir -

Ergui meu corpo devagar, me sentando no colchão. Finalmente abri os olhos completamente e vi o garoto sentado na minha frente, com um sorrisinho no rosto. Ele é tão fofinho.

- Bom dia - falei ainda sonolenta - dormiu bem?

- Sim, dormi muito bem - ele fala sorrindo

- Quer tomar café? - pergunto

- Claro! -

Eu fui rapidamente ao banheiro, fazendo minhas necessidades e escovando os dentes, e em seguida saí e troquei de roupa. Coloquei uma calça preta, uma blusa verde militar e calçei os coturnos.

Saí do quarto com Robby, cumprimentando algumas pessoas que estavam no corredor e fomos até a cozinha, onde boa parte do grupo estava. Sentei ao lado do garoto, vendo Shane me olhar do outro lado da mesa.

Tentei ignorar o olhar de Shane, comendo rapidamente, e em seguida voltei para o quarto. Deitei em meu colchão, suspirando, e poucos minutos depois Robby apareceu no quarto, se jogando ao meu lado.

- Mãe - rob falou, chamando minha atenção

- Oi, meu bem - falo o olhando

- Eu sonhei com um homem estranho ontem... -

- É? E como ele era?

- Ele era muito alto, loiro, meio velho, parecia ser bruto e raivoso, mas ele falou de você... -

Essas características me lembravam muito alguém, mas não tinha nem chance, Robby sequer o conhecia.

- E o que ele falou de mim, meu bem? - 

- Ele disse que eu tinha que cuidar de você e que ele iria voltar logo, mas eu não entendi direito, porque ele falou sobre um lugar diferente, um cara só com um olho... sei lá -

Não, não pode ser...

- Meu amor, me responde uma coisa. Ele tinha as duas mãos? - falei, fazendo robby parar pra pensar

- Não, ele tinha só uma, a outra era um cotoco enfaixado -

Nesse momento eu não pude ter controle dos meus olhos, que logo arderam e ficaram marejados. Eu nunca fui muito o tipo de irmã grudenta com Merle, mas ele era especial pra mim e eu sentia falta dele, sentia falta dele me estressando, batendo na minha cabeca quando passava por mim, me dando apelidos toscos... coisas de irmãos.

Suspirei, tentando não deixar as lágrimas escorrerem. Lembrar que, no sonho, Merle disse que Rob tinha que me proteger e que ele voltaria logo, me dava um aperto no peito.

- Mãe, tá tudo bem?... - o menino perguntou confuso

- Claro, meu bem, está tudo ótimo. - falei passando as mãos nos olhos - vem, vamos dar uma volta na sala de recreação...

Desviei o assunto o mais rápido que pude, não queria falar sobre isso com uma criança. Saímos do quarto e andamos até a sala de recreação de mãos dadas. Ao chegar lá, Carl, Lori, Sophia e Carol já estavam lá, então Rob foi brincar com as outras crianças. Enquanto eu sentei em uma poltrona perto das duas mulheres e fiquei quieta, olhando as crianças brincarem e com a imagem de Merle martelando minha cabeça.

De vez em quando Rob ou alguma das crianças vinha me mostrar algum desenho ou algo legal que haviam feito, e eu apenas repetia a mesma coisa 'que lindo! Eu adorei', mesmo sem sequer prestar atenção no que havia ali.

DESTINADOS - Shane Walsh Onde histórias criam vida. Descubra agora