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Acordei algumas horas depois com o sol na minha cara, pois uma das cortinas estava com uma fresta aberta. Me levantei, percebendo que ainda era bem cedo. Fui até o banheiro da casa, lavei o rosto e escovei os dentes com uma escova que encontrei a alguns dias atrás.

Ao sair do banheiro, fui diretamente para a cozinha procurar algo para comer. Ao chegar lá, tomei um leve susto ao perceber a presença de Hanna. Ela parecia um pouco preocupada enquanto olhava para os armários.

- Está tudo bem? - falei chegando mais perto

- Acabou tudo, estamos sem comida... - falou suspirando

- Droga - murmurei

- Eu acho que vou tentar procurar alimentos nas casas ao redor, talvez tenha sobrado algo... - falou e me olhou

- Não, você não pode. Eu vou. - tinha que fazer algo para retribuir a ajuda dela

- Jayla, é perigoso demais... -

- Assim como seria perigoso se você fosse. Você tem Robby para cuidar, Hanna, não pode se arriscar assim. Fique com ele e eu vou, volto antes do meio dia - falei séria

Ela não podia arriscar a vida com isso, ela tem Robby para cuidar, ele precisa dela mais do que tudo. Eu não tenho ninguém por enquanto, nem meus irmãos. Eu prefiro me arriscar.

- Tudo bem... - ela se aproximou um pouco - tenha cuidado -

Após falar isso, Hanna me deu um beijo na testa e saiu dali, subindo para o primeiro andar. Aquele beijo me passou uma sensação tão boa de carinho.

Peguei minhas facas e saí dali, ainda com Hanna na cabeça. Eu acho que nunca senti tanta conexão com alguém em tão pouco tempo. Eu sinto como se ela fosse minha irmã.

Comecei a andar pela rua e parei em uma casa vizinha. A porta estava fechada, então dei algumas batidas não muito leves na porta e em seguida coloquei meu ouvido nela, tentando ver de ouvia grunhidos, mas não ouvi nada. Então, entrei na casa, fechando a porta atrás de mim, e fui diretamente para a cozinha. Não havia nada.

Suspirei irritada, logo saindo dali. Andei mais algumas casas e parei em uma casa grande, branca, com o piso de madeira escura. A típica casa da família rica e conhecida, mas sempre tem um adolescente rebelde.

Entrei na casa assobiando, para garantir que não havia zumbis ali. Como estava tudo silêncio, continuei entrando. Fui até a cozinha, abrindo os armários. Para minha sorte, tinham duas latas de sopa enlatada. Isso é ótimo. Coloquei as latas na minha mochila e logo subi as escadas da casa.

Entrei em um dos quartos, que parecia ser de um casal. Procurei por coisas úteis e achei apenas uma calça jeans azul escuro e uma blusa um pouco grande do Black Sabbath. Coloquei as duas peças de roupa na mochila e logo fui para o outro quarto, que com certeza era de um adolescente.

No quarto haviam alguns troféus de futebol em uma prateleira, uma cama de solteiro baguncada, um guarda-roupas, uma escrivaninha e alguns pôsters de bandas e mulheres de biquíni. Clássico.

Abri o guarda roupa, pegando algumas peças para Robby, e em seguida abri uma das gavetas. Booyah. Temos alguns saquinhos de drogas. Vamos ver... cocaína e maconha. Garoto travesso. Isso é muito bom. Logo coloquei tudo na mochila.

Ao olhar pela janela, percebi que o sol estava alto. Hora de voltar. Desci as escadas, mas quando fui passar em um corredor fui surpreendida por três caminhantes. Acertei o primeiro em cheio com uma das minhas facas, mas ela acabou ficando meio presa e foi difícil de tirar, o que fez os outros zumbis partirem para cima de mim, me derrubando.

DESTINADOS - Shane Walsh Onde histórias criam vida. Descubra agora