19. rio cor-de-rosa

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Antes de vocês lerem qualquer coisa, eu já me adianto e peço desculpas, porque realmente não tá um capítulo fácil (eu posso ter chorado escrevendo, mas são detalhes), então cuidado com os gatilhos, viu?

Avisos: violência, dissociação, muitas menções de sangue.

Apesar do drama, uma boa leitura a todos! Prometo que acaba tudo bem <3

Ps: Dêem muito amor ao @sunnyamastyle pela fanart da capa do cap, que ficou uma fofura que só! Obrigado por ter tirado seu tempo pra fazer esse desenho, meu amor, mesmo depois do tempo que fiquei sem atualizar, significou muito! <3

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Uma chama alaranjada se acendeu, brilhando diante de seus olhos, e então Tweek afastou o dedo, vendo-a se extinguir rapidamente como se nunca tivesse estado ali. Ele estava deitado de cabeça para baixo na cama com o sangue lentamente correndo para a cabeça, e já sentia-se zonzo.

Mesmo assim, havia um sorriso pendurado em seus lábios enquanto acendia e apagava o isqueiro que roubou de Craig no dia anterior. Os adesivos de estrelas estavam lascados nas pontas, a pintura desgastada, e ele se perguntou brevemente sobre o motivo do moreno simplesmente não comprar um novo ao invés de continuar usando aquela coisa velha.

Sua cabeça ainda corria com as memórias de se desfazer no banco do tão querido carro dele enquanto o tinha entre as pernas, completamente desgrenhado e com os olhos azuis erguidos para observá-lo. Só o pensamento era o suficiente para levar uma onda de arrepios violentos por suas costas e ele se via sorrindo novamente, tão bobo que se sentia estúpido.

Craig havia se esforçado tanto para lhe dar uma aniversário agradável, mas ele não sabia que o dia de Tweek estava feito apenas por tê-lo ali.

Nenhum presente material seria melhor que isso. Nunca.

O clique da porta se abrindo suavemente o fez fechar o punho ao redor do isqueiro e erguer o pescoço como podia, assustado.

O vislumbre de um vestido rodado e cabelos castanhos acalmou sua frequência cardíaca. Mãe.

— Querido — cumprimentou ela baixinho, encostada na soleira. Algo sobre seu tom e o brilho cintilante em seus olhos não parecia certo. Nada como o brilho da noite anterior, quando Tweek chegou em casa e foi surpreendido por um pequeno bolo. Eles bateram parabéns juntos naquela noite, e ele não achava que algum dia seria capaz de esquecer do brilho de lágrimas nos olhos de sua mãe enquanto ele se inclinava para assoprar as velas, que afundavam tristemente no centro do bolo. Ela abriu um pequeno sorriso, torcendo as mãos juntas. — Você deixou seu celular na mesa.

Tweek piscou, endireitando-se até sentar de pernas cruzadas na cama. Enfiou o isqueiro na manga do casaco.

— Ah, eu esqueci — disse, ainda incomodado por como sua mãe parecia inquieta na porta. — Já vou pegar. A-aconteceu alguma coisa?

O peito dela subiu e desceu com uma expiração pontiaguda e trêmula. O assustou terrivelmente.

— Seu pai — sussurrou. — Ele está lá embaixo e quer falar com você.

O coração de Tweek literalmente parou.

Ele não falava com o pai há quase dois meses inteiros, desde a discussão acalorada que tiveram na cozinha e as palavras cortantes que trocaram. Ele querer conversar agora, tão de repente, era no mínimo preocupante.

Até mesmo quando se tratava de assuntos da cafeteria, ele falava com Karen, e só então ela repassava a mensagem a Tweek. Eles estavam se evitando feito duas crianças fazendo birra, e Tweek estava muito bem disposto a continuar assim para sempre, muito bem, obrigado.

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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