Eu disse que esse cap ia atrasar, mas acabei me animando na hora de escrever e terminei ele antes do planejado, então, tá aqui bem mais cedo do que o esperado.
Não foi revisado, então pode ter alguns errinhos aqui e ali, então peço desculpas! Espero que gostem mesmo assim.
Avisos pro cap: crise de ansiedade e menções a abstinência no passado.
Boa leitura!! <3
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Então aqui estavam eles. Seus pais, parados na soleira da porta, e Craig e Tweek, sentados no sofá com um balde de pipoca entre eles como se tudo estivesse bem no mundo.
A TV estava pausada na cena em que Darth Vader anunciou a grande bomba do filme, e Tweek precisou mascarar seu choque para se concentrar nos pais e no confronto que inevitavelmente se seguiria. Seu estômago estava tão emaranhado que havia se tornado um nó só, mas ele se manteve firme e de cabeça erguida. Ele não podia mais ter medo.
Karen olhou feio para ele, cruzando os braços. Suas pulseiras tilintaram com o movimento, ecoando no silêncio ensurdecedor que tomava conta da sala.
— O que ele faz aqui? — perguntou bruscamente.
— E-eu pedi pra ele vir — disse. — Algum problema?
Ao seu lado, Craig parecia querer afundar no sofá e ser engolido por ele, olhando entre Tweek e seus pais com crescente nervosismo, apertando o estofado com força. A qualquer momento ele arrancaria um pedaço daquela coisa.
A reação de Richard foi beliscar a ponte do nariz, exalando profundamente.
— Tweek — entoou com decepção, e afastou a mão do rosto. — Já conversamos sobre suas amizades.
Sim, eles conversaram sobre isso. Milhões e milhões de vezes. Tweek já estava cansado de voltar nesse assunto, sempre correndo em círculos. Sua cabeça doía.
— Conversamos, s-sim. — Assentiu, dando voz ao pensamento. — Mas eu q-quis que o Craig viesse, e ele vai ficar. Já é hora de vocês me deixarem tomar minhas próprias decisões.
Transtornado, Richard suspirou. Ele estava agindo como se falasse como uma criança.
— Talvez seja melhor que tenhamos essa conversa na cozinha, sim?
Automaticamente, Tweek ficou tenso com a ideia de ficar sozinho com os pais naquele momento, mas percebeu que talvez fosse a melhor opção. Craig não precisava ver nada daquilo.
Ele olhou para trás por cima do ombro, para Craig, e moveu a cabeça em um sinal de "vou resolver isso." Eles conversaram através de olhares e gestos mínimos, sustentando expressões idênticas de compreensão sem palavras. Craig entendeu e acenou levemente em resposta, e com isso, Tweek finalmente deixou os ombros caírem e seguiu para a cozinha com os pais, fechando a porta atrás de si com um baixo clique.
— Então? — perguntou, cruzando os braços.
Sua mãe pressionou os lábios vermelhos de batom, aproximando-se para tocar seu braço. Tweek teve que se segurar para não se encolher.
— Filho, nós só queremos o melhor pra você — começou ela, passando o polegar por seu braço, acariciando. — Esse menino...
— Ele tem nome, m-mãe — interrompeu, já começando a sentir a irritação em algum lugar dentro dele. Ele odiava que seus pais agissem como se fossem superiores a tudo e a todos que não fossem eles. Até mesmo ao próprio filho.
Karen parou por um momento, olhando para Richard antes de continuar.
— Tudo bem. Então, Craig não é uma boa companhia. Você sabe disso — continuou calmamente. — E até onde eu sei, até pouco tempo atrás você também não gostava dele.
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Sobre (não) se encaixar, creek
Romance[Em andamento] Por anos, Tweek esteve familiarizado com a raiva, a sensação de inconformidade, o sangue nas juntas dos dedos e o medo. Ele se comunicou com os punhos por muito tempo, não se importando em reconhecer qualquer outra forma de expressar...