Encontrando Desejo No Inimigo

cap 14: Casamento e coroação.

Todos os convidados se calaram imediatamente assim que as duas portas se abriram. O rei Viserys Targaryen foi praticamente carregado, de maneira lenta até o trono de ferro. O rei não parecia está muito consciente de suas ações. Seu corpo, mesmo coberto com panos grossos, estava visivelmente tomado pelos vermes, assim como a pele de um morto. Metade do seu rosto, a parte que estava tão horrorosa que se alguém sensível olhasse, poderia vomitar. Estava coberta por uma máscara de ouro.

O rei estava morto visualmente morto, mas mesmo assim, vivo. Ele era um cadáver, com uma alma que ainda insistia em ficar em um corpo morto. O rei de vermes.

Em contra parte, a doce e jovem rainha que entrou logo atrás dele. Estava deslumbrante, arrancando suspiros e sorrisos dos convidados. A luz que emanava da Arryn, fez todos se esquecerem do Viserys. Aemma sorriu, reconhecendo todos ali presentes, todos aliados de Rhaenyra, ela garantiu isso.

— Aemma— susurrou Viserys com fraqueza.

Aemma sentada na mesa um pouco a frente do trono, olhou para ele com pena. Ela sabia, sentia no fundo de seu ser que estavam sendo cruéis. Porém, ela também sabe que considerando as regras do jogo do trono. Rhaenyra está sendo gentil.

— A-a aonde está nossa pequena Rh-rha— ele fechou os olhos por alguns segundos— Rhaenyra, em baixo da mesa a procura de doces. E a a-aonde está Daemon? Atrasado como sempre— ele suspirou.

Ali estava Viserys Targaryen, fingindo que ainda vivia no passado. Tentando enganar a si mesmo, com a ideia de que sua Rhaenyra, ainda é uma criança que fica em baixo da mesa dos doces roubando guloseimas, e que corre para ele no escuro. E que Daemon, seu irmão inconsequente, ainda é apenas isso. Um irmão mais novo inconsequente. Não alguém que ele espulsou do próprio reino e acusou de assassinato.

— Nossa menina chegará logo, não se preocupe— tranquilizou Aemma com um sorriso forçado.

Os portes foram abertos, fazendo todos se calarem. Nele apenas entrou Laenor acompanhado de sua irmã. Apesar da surpresa em não ver nem a serpente do mar ou a princesa Rhaenys, todos sorriram. Afinal, esse era o casamento, e não havia brechas para fuchicos ou comentários maldosos que poderia diminuir a felicidade do dia. Rhaenyra e Aemma garantiram isso, ao convidar apenas os aliados que Laenor tinha conseguido.

Aemma sorriu brilhantemente para eles quando os dois ficaram de frente para ela e para Viserys, e fizeram reverência. Laena ocupou o seu lugar na mesa, que tudo indicava que iria permanecer vazia. E Laenor ficou no lugar que pertencia o noivo, esperando a noiva.

— Acha que ele vai ser feliz?— perguntou Laena em um susurro, enquanto mantém os olhos no irmão.

Uma parte dela, acredita fielmente que Laenor deveria ser ele mesmo, admitir quem ama. Já a outra parte, entende que o que ele está fazendo é o necessário, um sacrifício necessário que ainda assim, é um sacrifício.

— Acho— respondeu Aemma no mesmo tom baixo— Acredito que os dois conseguirão ser felizes, e serem eles mesmos. Afinal, somos valirianos, e é isso que fazemos, encontramos uma brecha para realizar as nossas vontades.

Os cantores começaram a tocar uma melodia bonita, feita pelo som de violino e arpa. A porta foi aberta, revelando Rhaenyra Arryn Targaryen. Todos suspiraram, e os olhos de Aemma e Viserys brilharam. Rhaenyra olhou para todos dentro do salão, e com um suspiro resignado entrou.

Um pé na frente do outro, calmamente. Ela sorriu, notando como a arrumação estava perfeita. Tudo perfeito, ou pelo menos, quase. Seu olhar se atraiu para a mesa aonde fica os famíliares do noivo e da noiva. E ali estava apenas duas pessoas, três, se contasse com Viserys—Rhaenyra não está contando.