goodbyes are bittersweet

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Oi, aqui é a Mari

Faz bastante tempo desde a última vez e os acontecimentos dos últimos dias me deixaram bastante reflexiva sobre muitas coisas, tanto que nem sei por onde começar.

Já tem alguns anos desde que iniciei essa história e algumas outras, e escrever para mim era uma possibilidade de colocar para fora tudo o que estava nebuloso aqui dentro.

Inclusive, acho que o fato de escrever sobre amor, era uma forma de tentar suprir a minha própria necessidade disso, de forma bastante idealizada. Como diria Cazuza: "adoro um amor inventado".

Eu conheci a One Direction em 2012, quando tinha entre 10 e 11 anos e tinha acabado de mudar de cidade com a minha mãe. Foi uma mudança bem drástica e eu desde sempre tive problemas para me vincular, me sentir pertencente. Foi uma época bem difícil, apesar de eu ser muito nova, e tê-los descoberto foi mágico. É claro que, naquela época, a minha visão sobre eles era a de que iríamos casar e construir uma família juntos (podia ser com qualquer um deles, mas meu xodó sempre foi o Niall). E assim iniciou a pesquisa sobre o que eles mais gostavam, aniversários, signos, onde nasceram, cresceram, quem namoravam... Participei de grupos no Facebook, criei meu Twitter, conheci pessoas que sou próximas até hoje, minhas grandes amigas, que tantas vezes pudemos compartilhar daquele sentimento de fã para com eles.

Depois de mais ou menos 12 anos, esse sentimento passou por mudanças e se fortaleceu bastante. Para além das mudanças da banda, eu também cresci, me formei, tive experiências diferentes, lidei com minhas feridas e venho desde então tentando encontrar o meu lugar ao sol. E eles sempre estiveram lá, com as músicas, os shows, os afetos, as palavras de carinho.

Ter a notícia da morte precoce de uma das pessoas que mais amei na vida foi muito difícil e injusto. Nem no meu pior pesadelo eu imaginei que um dos meninos pudesse morrer, e acho que isso parte um pouco da ideia de esquecer que eles também são humanos. Há na vida deles choros, sorrisos, alegrias, sofrimentos, erros, incertezas, mudanças. Apesar de isso ser unicamente sobre o Liam, não consigo separar muito bem as expectativas daquela adolescente que tanto foi acolhida e amparada emocionalmente por eles.

Todos os momentos que estruturam meu sentimento atual envolvem os cinco. Meus amores, minha família, minhas amizades, minha sexualidade, a aceitação do meu corpo e das minhas características, a minha escolha profissional, a transição da adolescência para a vida adulta... eles estavam lá dizendo que estava tudo bem, que tinham possibilidades. E eu acompanhei o processo deles também.

Talvez esse sentimento seja muito coletivo, porque é tão recente, e uma notícia tão devastadora quanto essa nunca chega em um momento que estamos plenamente preparados. Mas, por aqui, parece tudo irreal. Parece só uma piada de mau gosto. Uma simulação. Amanhã ele vai aparecer, sorrindo, e vai tudo voltar ao normal.

Eu não tenho um ponto para chegar no meio de todas essas divagações. Mas eu gostaria de agradecer por todos que estiveram aqui nesse tempo (e que longo tempo!). Às vezes, eu ainda recebo mensagens sobre essa história, se vai ter final, se eu vou continuar... mas a vida adulta pega a gente com força, e eu já nem tenho mais certeza se essa é a minha ideia de amor. Foi muito bom e eu sempre penso nos momentos em que parei para escrever, nas minhas inspirações, pesquisas, o quanto ficava animada com os comentários e as visualizações, no quanto eu amo a escrita.

Eu realmente não sei se é um fim ou um começo, mas eu espero que as coisas deem certo por aí. Que vocês consigam lidar com essa perda tão injusta e prematura. E, além, que consigam enxergar o potencial presente em cada um de vocês, que possam receber o amor que vocês merecem, sair de situações que não façam sentido, buscar ajuda se necessário e recriar suas vidas sempre e sempre!

Meu abraço mais apertado.
Eu estou quase sempre por aqui, lendo uma coisinha ou outra, para quem quiser dar um alô 😉

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⏰ Última atualização: Oct 18, 2024 ⏰

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